JORGE NUNO PINTO DA COSTA: Projecto Roquette colocado em xeque

21-01-2011
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Projecto Roquette colocado em xeque Passados dez anos sobre o início do chamado ‘Projecto Roquette’, o Sporting pondera alienar património construído no âmbito do plano delineado pelo antigo presidente. Para alguns, o objectivo agora proposto por Soares Franco aos sócios, que tomarão uma decisão na Assembleia Geral de amanhã, representa a falência total do programa de reconversão do clube ‘leonino’ posto em prática por Roquette em 1996. Já Soares Franco e o próprio Roquette, preferem falar numa mudança de rumo.“Um projecto feito há dez anos teria sempre de ser actualizado. Mal seria se continuasse a ser gerido com base em ideias definidas há dez anos”, defendeu o antigo presidente do clube, em entrevista à SIC.O ‘Projecto Roquette’ consistiu na demolição do velho estádio e venda dos terrenos por ele ocupados. O Sporting conseguiu assim gerar receitas, recorrendo ao mesmo tempo ao crédito bancário, para construir um novo recinto, uma academia de futebol e outros edifícios (Alvaláxia, sede, etc.) que o clube trataria de rentabilizar para poder aplicar esses ganhos na vertente desportiva. A realidade financeira do clube agora revelada por Soares Franco (e desmentida por Dias da Cunha...) mostra que a coisa não correu bem. O projecto original tinha três vertentes: desportiva, empresarial e imobiliária. Mas os actuais dirigentes consideram que estas duas últimas falharam e propõem apostar tudo na primeira. Por uma questão de sobrevivência, tendo em conta os proclamados 277 milhões de euros de passivo e os 16,7 milhões de euros de défice de tesouraria.Roquette, pelo seu lado, não considera que a opção de vender os ‘prédios’ constitua uma delapidação do que foi projectado e construído ao longo dos anos. “Trata-se de património não essencial”, argumenta, acrescentando: “Quando chegámos ao clube, em 1995, nem havia património imobiliário”. E o ex-presidente apoia Soares Franco. “Ele está a fazer exactamente aquilo que eu faria se fosse presidente do Sporting”, disse, caucionando a aposta exclusiva na vertente desportiva: “O equilíbrio tem de ser conseguido com a criação de talentos e presença nas grandes competições”.'FUI ENGANADO'Dias Ferreira, também candidato à presidência do clube, criticou de forma dura José Roquette. “Sofri uma das maiores desilusões da minha vida ao ouvir o dr. Roquette. Senti-me profundamente enganado. Devia ter a humildade de dizer que se enganou de tal forma grave que endividou o Sporting desta maneira. Ele afirmou em tempo que o 25 de Abril tinha de chegar ao futebol português, mas eu acho é que tem de chegar ao Sporting”, afirmou, acrescentando: “Era o dr. Roquette que dizia que o Sporting precisava do projecto imobiliário para não depender da bola que bate na trave, agora aprova a venda dos imóveis... mas já só me admirava se visse uma bicicleta a andar de porco (!)”.Para Dias Ferreira, não colhe o argumento de que os projectos mudam com o tempo. “Os homens de talento pensam a grande distância...”, afirmou.'NUNCA EXISTIU'Sérgio Abrantes Mendes, candidato à presidência, também utiliza palavras duras: “O ‘Projecto Roquette’ nunca existiu. Havia uma ideia de tornar o Sporting auto-sustentável e essa ideia faliu devido a uma gestão ruinosa”, afirma, sublinhando: “Quiseram tornar o Sporting num clube-empresa dedicado só ao futebol, quiseram afastar os sócios e dar todo o poder aos accionistas”.Mendes não compreende que “se queira agora vender património poucos anos depois de ter sido construído”. E Roquette também não é poupado: “O mínimo que ele devia fazer era assumir que cometeu um erro. E tenho pena que não vá à AG porque devia responder a questões que lá serão colocadas”.EX-VICE DEFENDE VENDAAntigo ministro da Educação e um dos ex-‘vices’ de Dias da Cunha, Couto dos Santos defendeu ontem a venda de parte do património do Sporting, sob pena de continuar a endividar-se. “Não podemos continuar agarrados à ideia de manter o património não desportivo quando podemos alavancar uma nova vida para o clube. Não vender é continuar a endividar-nos eternamente e não cumprir compromissos com terceiros”, explicou Couto dos Santos em declarações prestadas à Antena 1. Embora tenha sido vice-presidente de Dias da Cunha, a verdade é que o ex-ministro do Governo de Cavaco Silva defende as ideias de Soares Franco e relembra que saiu da direcção por divergências com Dias da Cunha: “Não me pronuncio sobre as suas declarações. Fui seu vice-presidente e demiti-me por discordar do modelo que ele adoptou”. CONJUNTURA COMPLICOUA difícil conjuntura económica dos últimos anos também contribuiu para que as previsões iniciais do ‘Projecto Roquette’ não se concretizassem. Os responsáveis ‘leoninos’ têm vindo a defender que esse foi também um factor que contribuiu para a complicada situação financeira que o clube actualmente vive. Por ter recorrido a empréstimos bancários para financiar o ‘Projecto Roquette’, o Sporting viu-se forçado nos últimos anos a pagar montantes gigantescos em juros, de modo a cumprir os acordos estabelecidos com a Banca – Soares Franco revelou recentemente que, só em juros pagos à Banca, o Sporting despendeu nos últimos dez anos 75 milhões de euros. As recentes subidas das taxas agravaram ainda mais uma situação já complicada. ABRANTES: 'VENDER É ILEGAL'O candidato à presidência do Sporting Sérgio Abrantes Mendes, garante que o clube não está actualmente em condições legais de poder vender o seu património não desportivo (Alvaláxia, edifício Visconde de Alvalade, clínica e health club), como defende Soares Franco. “Legalmente, não é possível vender nesta fase, porque o Sporting ainda não tem aprovada a propriedade horizontal junto da câmara e da conservatória”, afiança, em declarações ao CM.Mendes, que foi presidente da Assembleia Geral do Sporting na presidência de Jorge Gonçalves, coloca ainda um outro entrave à alienação deste património: “O meu grupo de trabalho detectou que a câmara aprovou a construção do Alvaláxia e dos outros edifícios como equipamento não desportivo mas destinado a servir o projecto desportivo do Sporting. Ao vender-se a terceiros, estes equipamentos deixarão de servir o projecto desportivo, por isso tenho dúvidas de que a câmara possa aprovar essa venda”. IDEIAS GERAISESTÁDIOA principal vertente do 'Projecto Roquette' passava pela demolição do antigo Estádio de Alvalade e pela construção de um novo recinto. A venda dos terrenos do velho José Alvalade e juntamente com o recurso ao crédito da Banca permitiu a concretização do actual estádio.ACADEMIAUma das grandes apostas de Roquette passava pela formação de jovens talentos que pudessem alimentar a equipa sénior. A Academia Sporting tornou-se numa referência e num exemplo do que deve ser o trabalho de formação moderno.COMÉRCIOÀ margem dos aspectos puramente desportivos, surgiam objectivos comerciais. Reestruturar o espaço em redor do estádio levou o Sporting a apostar na construção de um centro comercial. Foi também idealizada a nova sede do clube e uma clínica.TÍTULOSRegendo-se pela ideia de que o equilíbrio financeiro ajudaria a relançar a vertente desportiva, Roquette apontou como meta a conquistas de títulos a curto/médio prazo. E a verdade é que em dez anos, no futebol o Sporting ganhou dois títulos, duas Taças e duas Supertaças, e cerca de três mil nas outras modalidades.'TODOS OS PROJECTOS SÃO DINÂMICOS' (Miguel Ribeiro Teles – Presidente da SAD do Sporting de 2001 a 2003)Correio da Manhã – A eventual alienação do património não desportivo significa o fim do ‘Projecto Roquette’?Miguel Ribeiro Teles – Todos os projectos têm a necessidade, ao longo da sua vida, de correcções e alterações, porque é preciso que se adequem a factores de natureza diversa. Qual é o projecto que se mantêm inalterável ao longo de dez anos? Importante é que se tenha criado valor ao longo da execução do projecto e esse valor, no que respeita ao Sporting, reflecte-se na mais-valia que se vai realizar, caso a venda desse património venha a ser aprovada. Estamos a falar de património que não existia e que foi criado ao longo dos últimos dez anos.– O facto de ser necessário vender esse património permite dizer que o projecto falhou?– Não colocaria a questão assim. É inegável a correcção de rota em relação ao que foi inicialmente projectado mas, como anteriormente disse, hoje em dia os projectos são dinâmicos e passíveis de correcções. É bom não esquecer que o projecto inicial continha outras vertentes que tiveram sucesso.– Não se descobriu agora que o ‘core business’ do Sporting é o futebol. Por que razão se desperdiçou tempo e dinheiro em projectos de que a Alvaláxia é um exemplo?– Ao tempo, não estava no Sporting, como não estou hoje. Mas penso que tudo foi construído com base em pressupostos de natureza económica que se foram alterando e que levaram a que o projecto, agora, tenha de ser corrigido e adequado.– A conjuntura económica actual, nomeadamente a apontada subida das taxas de juro, acelerou a necessidade de adequar o projecto?– É evidente que a possível subida das taxas de juro poderá acarretar, a prazo, uma situação complicada para o clube.– Depois do ‘Projecto Roquette’ há um projecto Filipe Soares Franco?– Espero que haja um projecto Sporting e que esse conjunto de medidas possa viabilizar económica e financeiramente, de forma estável, o clube.– José Roquette tem defendido a venda do património, em alinhamento com Filipe Soares Franco. Por outro lado, ao longo deste processo, a direcção tem poupado o empresário a qualquer crítica. Os factos estão relacionados?– São matérias de que não sei e a que não respondo.PERFILMiguel Ribeiro Teles, tem 49 anos e nasceu em Lisboa. É advogado. Em finais de 1999 entrou para os órgãos sociais do Sporting. Em Março de 2001, assumiu a presidência da SAD ‘leonina’, cargo que abandonou, por vontade própria, em Março de 2003, mantendo, apenas o lugar de vice-presidente da direcção. Em Fevereiro de 2005, e a propósito do célebre manifesto co-assinado por Dias da Cunha e Luís Filipe Vieira deixa o Sporting onde esteve seis anos. Correio da Manhã Bernardo Esteves

Projecto Roquette colocado em xeque Passados dez anos sobre o início do chamado ‘Projecto Roquette’, o Sporting pondera alienar património construído no âmbito do plano delineado pelo antigo presidente. Para alguns, o objectivo agora proposto por Soares Franco aos sócios, que tomarão uma decisão na Assembleia Geral de amanhã, representa a falência total do programa de reconversão do clube ‘leonino’ posto em prática por Roquette em 1996. Já Soares Franco e o próprio Roquette, preferem falar numa mudança de rumo.“Um projecto feito há dez anos teria sempre de ser actualizado. Mal seria se continuasse a ser gerido com base em ideias definidas há dez anos”, defendeu o antigo presidente do clube, em entrevista à SIC.O ‘Projecto Roquette’ consistiu na demolição do velho estádio e venda dos terrenos por ele ocupados. O Sporting conseguiu assim gerar receitas, recorrendo ao mesmo tempo ao crédito bancário, para construir um novo recinto, uma academia de futebol e outros edifícios (Alvaláxia, sede, etc.) que o clube trataria de rentabilizar para poder aplicar esses ganhos na vertente desportiva. A realidade financeira do clube agora revelada por Soares Franco (e desmentida por Dias da Cunha...) mostra que a coisa não correu bem. O projecto original tinha três vertentes: desportiva, empresarial e imobiliária. Mas os actuais dirigentes consideram que estas duas últimas falharam e propõem apostar tudo na primeira. Por uma questão de sobrevivência, tendo em conta os proclamados 277 milhões de euros de passivo e os 16,7 milhões de euros de défice de tesouraria.Roquette, pelo seu lado, não considera que a opção de vender os ‘prédios’ constitua uma delapidação do que foi projectado e construído ao longo dos anos. “Trata-se de património não essencial”, argumenta, acrescentando: “Quando chegámos ao clube, em 1995, nem havia património imobiliário”. E o ex-presidente apoia Soares Franco. “Ele está a fazer exactamente aquilo que eu faria se fosse presidente do Sporting”, disse, caucionando a aposta exclusiva na vertente desportiva: “O equilíbrio tem de ser conseguido com a criação de talentos e presença nas grandes competições”.'FUI ENGANADO'Dias Ferreira, também candidato à presidência do clube, criticou de forma dura José Roquette. “Sofri uma das maiores desilusões da minha vida ao ouvir o dr. Roquette. Senti-me profundamente enganado. Devia ter a humildade de dizer que se enganou de tal forma grave que endividou o Sporting desta maneira. Ele afirmou em tempo que o 25 de Abril tinha de chegar ao futebol português, mas eu acho é que tem de chegar ao Sporting”, afirmou, acrescentando: “Era o dr. Roquette que dizia que o Sporting precisava do projecto imobiliário para não depender da bola que bate na trave, agora aprova a venda dos imóveis... mas já só me admirava se visse uma bicicleta a andar de porco (!)”.Para Dias Ferreira, não colhe o argumento de que os projectos mudam com o tempo. “Os homens de talento pensam a grande distância...”, afirmou.'NUNCA EXISTIU'Sérgio Abrantes Mendes, candidato à presidência, também utiliza palavras duras: “O ‘Projecto Roquette’ nunca existiu. Havia uma ideia de tornar o Sporting auto-sustentável e essa ideia faliu devido a uma gestão ruinosa”, afirma, sublinhando: “Quiseram tornar o Sporting num clube-empresa dedicado só ao futebol, quiseram afastar os sócios e dar todo o poder aos accionistas”.Mendes não compreende que “se queira agora vender património poucos anos depois de ter sido construído”. E Roquette também não é poupado: “O mínimo que ele devia fazer era assumir que cometeu um erro. E tenho pena que não vá à AG porque devia responder a questões que lá serão colocadas”.EX-VICE DEFENDE VENDAAntigo ministro da Educação e um dos ex-‘vices’ de Dias da Cunha, Couto dos Santos defendeu ontem a venda de parte do património do Sporting, sob pena de continuar a endividar-se. “Não podemos continuar agarrados à ideia de manter o património não desportivo quando podemos alavancar uma nova vida para o clube. Não vender é continuar a endividar-nos eternamente e não cumprir compromissos com terceiros”, explicou Couto dos Santos em declarações prestadas à Antena 1. Embora tenha sido vice-presidente de Dias da Cunha, a verdade é que o ex-ministro do Governo de Cavaco Silva defende as ideias de Soares Franco e relembra que saiu da direcção por divergências com Dias da Cunha: “Não me pronuncio sobre as suas declarações. Fui seu vice-presidente e demiti-me por discordar do modelo que ele adoptou”. CONJUNTURA COMPLICOUA difícil conjuntura económica dos últimos anos também contribuiu para que as previsões iniciais do ‘Projecto Roquette’ não se concretizassem. Os responsáveis ‘leoninos’ têm vindo a defender que esse foi também um factor que contribuiu para a complicada situação financeira que o clube actualmente vive. Por ter recorrido a empréstimos bancários para financiar o ‘Projecto Roquette’, o Sporting viu-se forçado nos últimos anos a pagar montantes gigantescos em juros, de modo a cumprir os acordos estabelecidos com a Banca – Soares Franco revelou recentemente que, só em juros pagos à Banca, o Sporting despendeu nos últimos dez anos 75 milhões de euros. As recentes subidas das taxas agravaram ainda mais uma situação já complicada. ABRANTES: 'VENDER É ILEGAL'O candidato à presidência do Sporting Sérgio Abrantes Mendes, garante que o clube não está actualmente em condições legais de poder vender o seu património não desportivo (Alvaláxia, edifício Visconde de Alvalade, clínica e health club), como defende Soares Franco. “Legalmente, não é possível vender nesta fase, porque o Sporting ainda não tem aprovada a propriedade horizontal junto da câmara e da conservatória”, afiança, em declarações ao CM.Mendes, que foi presidente da Assembleia Geral do Sporting na presidência de Jorge Gonçalves, coloca ainda um outro entrave à alienação deste património: “O meu grupo de trabalho detectou que a câmara aprovou a construção do Alvaláxia e dos outros edifícios como equipamento não desportivo mas destinado a servir o projecto desportivo do Sporting. Ao vender-se a terceiros, estes equipamentos deixarão de servir o projecto desportivo, por isso tenho dúvidas de que a câmara possa aprovar essa venda”. IDEIAS GERAISESTÁDIOA principal vertente do 'Projecto Roquette' passava pela demolição do antigo Estádio de Alvalade e pela construção de um novo recinto. A venda dos terrenos do velho José Alvalade e juntamente com o recurso ao crédito da Banca permitiu a concretização do actual estádio.ACADEMIAUma das grandes apostas de Roquette passava pela formação de jovens talentos que pudessem alimentar a equipa sénior. A Academia Sporting tornou-se numa referência e num exemplo do que deve ser o trabalho de formação moderno.COMÉRCIOÀ margem dos aspectos puramente desportivos, surgiam objectivos comerciais. Reestruturar o espaço em redor do estádio levou o Sporting a apostar na construção de um centro comercial. Foi também idealizada a nova sede do clube e uma clínica.TÍTULOSRegendo-se pela ideia de que o equilíbrio financeiro ajudaria a relançar a vertente desportiva, Roquette apontou como meta a conquistas de títulos a curto/médio prazo. E a verdade é que em dez anos, no futebol o Sporting ganhou dois títulos, duas Taças e duas Supertaças, e cerca de três mil nas outras modalidades.'TODOS OS PROJECTOS SÃO DINÂMICOS' (Miguel Ribeiro Teles – Presidente da SAD do Sporting de 2001 a 2003)Correio da Manhã – A eventual alienação do património não desportivo significa o fim do ‘Projecto Roquette’?Miguel Ribeiro Teles – Todos os projectos têm a necessidade, ao longo da sua vida, de correcções e alterações, porque é preciso que se adequem a factores de natureza diversa. Qual é o projecto que se mantêm inalterável ao longo de dez anos? Importante é que se tenha criado valor ao longo da execução do projecto e esse valor, no que respeita ao Sporting, reflecte-se na mais-valia que se vai realizar, caso a venda desse património venha a ser aprovada. Estamos a falar de património que não existia e que foi criado ao longo dos últimos dez anos.– O facto de ser necessário vender esse património permite dizer que o projecto falhou?– Não colocaria a questão assim. É inegável a correcção de rota em relação ao que foi inicialmente projectado mas, como anteriormente disse, hoje em dia os projectos são dinâmicos e passíveis de correcções. É bom não esquecer que o projecto inicial continha outras vertentes que tiveram sucesso.– Não se descobriu agora que o ‘core business’ do Sporting é o futebol. Por que razão se desperdiçou tempo e dinheiro em projectos de que a Alvaláxia é um exemplo?– Ao tempo, não estava no Sporting, como não estou hoje. Mas penso que tudo foi construído com base em pressupostos de natureza económica que se foram alterando e que levaram a que o projecto, agora, tenha de ser corrigido e adequado.– A conjuntura económica actual, nomeadamente a apontada subida das taxas de juro, acelerou a necessidade de adequar o projecto?– É evidente que a possível subida das taxas de juro poderá acarretar, a prazo, uma situação complicada para o clube.– Depois do ‘Projecto Roquette’ há um projecto Filipe Soares Franco?– Espero que haja um projecto Sporting e que esse conjunto de medidas possa viabilizar económica e financeiramente, de forma estável, o clube.– José Roquette tem defendido a venda do património, em alinhamento com Filipe Soares Franco. Por outro lado, ao longo deste processo, a direcção tem poupado o empresário a qualquer crítica. Os factos estão relacionados?– São matérias de que não sei e a que não respondo.PERFILMiguel Ribeiro Teles, tem 49 anos e nasceu em Lisboa. É advogado. Em finais de 1999 entrou para os órgãos sociais do Sporting. Em Março de 2001, assumiu a presidência da SAD ‘leonina’, cargo que abandonou, por vontade própria, em Março de 2003, mantendo, apenas o lugar de vice-presidente da direcção. Em Fevereiro de 2005, e a propósito do célebre manifesto co-assinado por Dias da Cunha e Luís Filipe Vieira deixa o Sporting onde esteve seis anos. Correio da Manhã Bernardo Esteves

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