Viva Espanha: Insulto

22-05-2011
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O discurso do ministro Bagão Félix só pode ser entendido como um insulto. O insuportável tom paternalista pertence às aulas do primeiro ciclo e não a um discurso sobre as finanças da nação. Bagão revelou ainda uma concepção minimalista do Estado, sem pendor estratégico, que renega implicitamente a função de unidade que este possui. Do discurso, pouco se aproveitou. O ministro não trouxe novidades. Limitou-se a constatar o que já sabemos há muito tempo sobre a saúde finaceira do Estado. Mas, mesmo sem novidades, o discurso de Bagão Félix é revelador de uma forma de ver a sociedade que entra em conflito com as pretensões demagogicamente nacionalistas que o PP costuma preconizar.
Para Bagão Félix, como para este governo, o Estado não deve unir os portugueses, mas sim separá-los. Não estando em causa a necessidade de reformas na Administração Pública, tem-se assistido, desde o governo de Durão Barroso, a uma fragilização do Estado, a qual vai sendo impingida com o argumento de corte nas despesas e aligeiramento do peso do sector público. Para isso, os governos PSD-PP não têm hesitado em colocar os portugueses uns contra os outros. Os reformados contra a função pública, os trabalhadores contra os desempregados, e todos contra o Estado. O fenómeno acentua-se com a actual governação de Santana Lopes. Como tem vindo a ser notório, a propaganda montada pelo primeiro-ministro envolve sempre uma componente de desculpabilização e de desresponsabilização. Há sempre o cuidado de introduzir uma variável, definida como incontrolável, absolutamente dependente de terceiros, o que vai permitir a sua utilização como válvula de escape quando os objectivos propostos não forem alcançados. É assim com o défice, com a produtividade e com os aumentos. Desta forma, a responsabilidade, partilhada ou transferida na íntegra para esses terceiros, define um alvo a abater pela opinião pública. Como os alvos não podem ser sempre os mesmos, as baterias vão sendo apontadas a diferentes sectores sucessivamente, agravando desigualdades e fomentando um clima de tensão social.
Actuando desta forma, este governo representa um perigo para o Estado, para os portugueses e para a nacionalidade. As suas opções contribuem para a desagregação do Estado, para o agravamento das dificuldades sentidas pelas famílias e pelas empresas e para a quebra dos laços sociais. Sem Estado, muitos dos referenciais que sustentam o conceito da nacionalidade ficam postos em causa.

O discurso do ministro Bagão Félix só pode ser entendido como um insulto. O insuportável tom paternalista pertence às aulas do primeiro ciclo e não a um discurso sobre as finanças da nação. Bagão revelou ainda uma concepção minimalista do Estado, sem pendor estratégico, que renega implicitamente a função de unidade que este possui. Do discurso, pouco se aproveitou. O ministro não trouxe novidades. Limitou-se a constatar o que já sabemos há muito tempo sobre a saúde finaceira do Estado. Mas, mesmo sem novidades, o discurso de Bagão Félix é revelador de uma forma de ver a sociedade que entra em conflito com as pretensões demagogicamente nacionalistas que o PP costuma preconizar.
Para Bagão Félix, como para este governo, o Estado não deve unir os portugueses, mas sim separá-los. Não estando em causa a necessidade de reformas na Administração Pública, tem-se assistido, desde o governo de Durão Barroso, a uma fragilização do Estado, a qual vai sendo impingida com o argumento de corte nas despesas e aligeiramento do peso do sector público. Para isso, os governos PSD-PP não têm hesitado em colocar os portugueses uns contra os outros. Os reformados contra a função pública, os trabalhadores contra os desempregados, e todos contra o Estado. O fenómeno acentua-se com a actual governação de Santana Lopes. Como tem vindo a ser notório, a propaganda montada pelo primeiro-ministro envolve sempre uma componente de desculpabilização e de desresponsabilização. Há sempre o cuidado de introduzir uma variável, definida como incontrolável, absolutamente dependente de terceiros, o que vai permitir a sua utilização como válvula de escape quando os objectivos propostos não forem alcançados. É assim com o défice, com a produtividade e com os aumentos. Desta forma, a responsabilidade, partilhada ou transferida na íntegra para esses terceiros, define um alvo a abater pela opinião pública. Como os alvos não podem ser sempre os mesmos, as baterias vão sendo apontadas a diferentes sectores sucessivamente, agravando desigualdades e fomentando um clima de tensão social.
Actuando desta forma, este governo representa um perigo para o Estado, para os portugueses e para a nacionalidade. As suas opções contribuem para a desagregação do Estado, para o agravamento das dificuldades sentidas pelas famílias e pelas empresas e para a quebra dos laços sociais. Sem Estado, muitos dos referenciais que sustentam o conceito da nacionalidade ficam postos em causa.

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