Iluminismo parlamentar ou o táctico panegírico do disparate

28-12-2009
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Iluminismo parlamentar ou o táctico panegírico do disparate

O João Gonçalves, antecipando, julgo, o triunfo da purga na ‘noite das facas longas’ que a facção que lidera o PSD está asininamente a preparar, elucida os mais distraídos acerca do que são as listas de deputados:

«Depois de tanto derrame sobre listas de deputados, o realismo manda que se diga que as mesmas não interessam para nada. O Parlamento é, de longe, o órgão eleito mais desprestigiado do regime. (…) Salvo raras excepções, um deputado português é alguém escolhido pelo respectivo líder partidário para se sentar ou levantar quando o líder o mandar sentar ou levantar. Muitos passam pela legislatura sem abrir a boca, sem uma intervenção escrita, sem um propósito declarado, sem, em suma, cabeça. São colocados neste ou naquele círculo eleitoral, não porque tenham algo a ver com o mesmo, mas porque o líder e o partido assim o entendem. (…) A 27 de Setembro ninguém vai querer saber de cabeças, de corpos ou de rabos de listas para nada. O Parlamento transformou-se num monumento que o regime ergueu à insignificância. A 27 de Setembro, aqueles que se arrastarem até às cabines de voto, só devem pensar no seguinte. Estamos melhor do que estávamos da última vez que votámos para eleger as senhoras e os senhores deputados da nação?»

Moral da ideologia da purga – colocar Montalvão Machado em Vila Real ou um espantalho qualquer em seu lugar é o mesmo. Ressuscitar Deus Pinheiro é igual ao litro. Repristinar Couto dos Santos, entre outros maus/péssimos ex-ministros, não tem qualquer significado. Já agora, fazer de JPP o cabeça de lista por Santarém (lugar por quem deve nutrir um afecto particular) também deve ser idêntico a colocar nessa posição aquele cidadão que acena para as câmaras da televisão em qualquer directo do meio da rua…

O que conta é o pensamento da líder. E, sobretudo, o dos seus sublimes conselheiros (os que impeliram o saneamento). Amen.

Iluminismo parlamentar ou o táctico panegírico do disparate

O João Gonçalves, antecipando, julgo, o triunfo da purga na ‘noite das facas longas’ que a facção que lidera o PSD está asininamente a preparar, elucida os mais distraídos acerca do que são as listas de deputados:

«Depois de tanto derrame sobre listas de deputados, o realismo manda que se diga que as mesmas não interessam para nada. O Parlamento é, de longe, o órgão eleito mais desprestigiado do regime. (…) Salvo raras excepções, um deputado português é alguém escolhido pelo respectivo líder partidário para se sentar ou levantar quando o líder o mandar sentar ou levantar. Muitos passam pela legislatura sem abrir a boca, sem uma intervenção escrita, sem um propósito declarado, sem, em suma, cabeça. São colocados neste ou naquele círculo eleitoral, não porque tenham algo a ver com o mesmo, mas porque o líder e o partido assim o entendem. (…) A 27 de Setembro ninguém vai querer saber de cabeças, de corpos ou de rabos de listas para nada. O Parlamento transformou-se num monumento que o regime ergueu à insignificância. A 27 de Setembro, aqueles que se arrastarem até às cabines de voto, só devem pensar no seguinte. Estamos melhor do que estávamos da última vez que votámos para eleger as senhoras e os senhores deputados da nação?»

Moral da ideologia da purga – colocar Montalvão Machado em Vila Real ou um espantalho qualquer em seu lugar é o mesmo. Ressuscitar Deus Pinheiro é igual ao litro. Repristinar Couto dos Santos, entre outros maus/péssimos ex-ministros, não tem qualquer significado. Já agora, fazer de JPP o cabeça de lista por Santarém (lugar por quem deve nutrir um afecto particular) também deve ser idêntico a colocar nessa posição aquele cidadão que acena para as câmaras da televisão em qualquer directo do meio da rua…

O que conta é o pensamento da líder. E, sobretudo, o dos seus sublimes conselheiros (os que impeliram o saneamento). Amen.

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