VERITAS: Notas soltas: Setembro

13-11-2009
marcar artigo

Notas soltas: Setembro/2004

Justiça – Os mandados de prisão com que um juiz desautoriza o anterior para ser desautorizado pelo seguinte, revelam poder discricionário, incompatível com o respeito que os Tribunais devem merecer-nos e os cidadãos devem merecer-lhes.

Saúde – A transformação sistemática dos Hospitais em S.A. é uma emboscada aos direitos dos portugueses, à saúde dos mais carenciados e ao S.N.S, 25 anos após a sua criação.

S.N.S – O anúncio do aumento diferenciado das taxas moderadoras é um desafio à Constituição, a tentativa de eliminar o carácter tendencialmente gratuito dos cuidados de saúde e a reincidência no IRS declarado como índice fiável da riqueza individual.

Defesa – Com o ministro a mobilizar a Marinha contra um barco que transporta pílulas abortivas, o País corre o risco de ver o Exército mobilizado para Vilar Formoso se um camião com carga idêntica estacionar em Fuentes de Oñoro.

Finanças – Com a referência à herança do Eng.º Guterres já gasta, Bagão Félix queixou-se do estado em que Manuela Ferreira Leite deixou as finanças públicas. O CDS, não perde uma oportunidade de fazer picardias ao PSD.

Educação – Improvisação, enganos, incompetência e caos, houve de tudo para comprometer o ano lectivo, prejudicar pais e alunos e semear a angústia e o desespero em milhares de docentes sem futuro nem esperança.

COMPTA – A empresa administrada por Couto dos Santos, a cuja Assembleia-Geral preside Rui Machete, dois ex-ministros do PSD, produziu o programa informático que pôs o ano escolar em xeque, depois de ter recebido o cheque.

Terrorismo – Sequestros, assassínios, mutilações, torturas e violações trazem a marca da crueldade, que enfraquece as razões mais fortes, e atinge a esquizofrenia com as motivações religiosas.

Rússia – A chacina de centenas de crianças numa escola de Ossétia do Norte, por terroristas tchechenos, foi tão cruel que só a combinação de nacionalismo, religião e demência podia levar tão longe. Apenas a reacção policial se assemelhou.

11 de Setembro – A data evoca a fúria assassina no Chile e nos EUA. Em 1973 Pinochet derrubou o governo legítimo de Salvador Allende e começou uma orgia de sangue e dor. Em 2001 foi o ataque bárbaro às Torres Gémeas de Nova Iorque.

Iraque – Foi fácil derrubar o último ditador, difícil vai ser impor o próximo. Bush não previu o caos que iria criar, o ódio que despertou e o trunfo que ofereceu ao terrorismo. Dormirão descansados os que o apoiaram?

A. R. – A ausência do primeiro-ministro na interpelação parlamentar do BE, sem qualquer justificação , é indigna do respeito que a A. R. devia merecer-lhe e revela défice de cultura democrática de quem exerce o cargo com legitimidade política duvidosa.

C.G.D. (1) – A reforma de 18.156 euros mensais atribuída a Mira Amaral (duas vezes e meia mais do que ganha o Presidente da República) só é escândalo por ter sido divulgada na comunicação social. Há mais casos que o Governo encobre.

C.G.D. (2) – Com Cavaco Silva e António Guterres a presidência era confiada a uma personalidade de reconhecida competência do partido da oposição. Com Durão e Santana Lopes quebrou-se a regra e o pudor. É para amigos.

C.G.D. (3) – A escolha de Celeste Cardona para a CGD é tão enigmática como o foi para a pasta da Justiça. Que favores prestou ao CDS/PP para merecer tal sinecura, ignorando-se a aptidão para qualquer dos cargos?

José Sócrates – A vitória exuberante do novo secretário-geral do PS, através do voto directo dos militantes, confere-lhe legitimidade política inquestionável e muitos portugueses depositam agora nele a esperança perdida nos três últimos anos.

Manuel Alegre – Deve-se-lhe a maior mobilização de sempre em eleições partidárias, teve a seu lado alguns dos melhores quadros socialistas e foi intérprete das aspirações de muitos portugueses. Mal seria que o PS as ignorasse.

João Soares – Maior que a ambição que há muito trazia foi a derrota que levou. Pagou amargamente a derrota contra Santana Lopes, em Lisboa, derrota que o País está a pagar de forma ainda mais cruel.

Ferro Rodrigues – Saiu de cena sem brilho mas com a imagem de seriedade que a mais ignóbil das campanhas e a mais soez das calúnias não conseguiram apagar. O PS não pode esquecer o sacrifício nem deixar de honrar o seu contributo.

Governo – O Conselho de ministros itinerante reuniu em Coimbra no último dia de Setembro. O Governo adora sair, para ver o País, e o País adora que o Governo saia, para ver o fim à legislatura.

Concordata – Com privilégios, excepções e tratamento de favor à Igreja católica, sem brilho para a Igreja nem honra para Portugal, foi aprovada pelo PS, PSD e CDS. Os restantes partidos votaram contra. Sá Carneiro considerava-a desnecessária.

Posted by carlos_esperanca at outubro 1, 2004 12:55 AM

Notas soltas: Setembro/2004

Justiça – Os mandados de prisão com que um juiz desautoriza o anterior para ser desautorizado pelo seguinte, revelam poder discricionário, incompatível com o respeito que os Tribunais devem merecer-nos e os cidadãos devem merecer-lhes.

Saúde – A transformação sistemática dos Hospitais em S.A. é uma emboscada aos direitos dos portugueses, à saúde dos mais carenciados e ao S.N.S, 25 anos após a sua criação.

S.N.S – O anúncio do aumento diferenciado das taxas moderadoras é um desafio à Constituição, a tentativa de eliminar o carácter tendencialmente gratuito dos cuidados de saúde e a reincidência no IRS declarado como índice fiável da riqueza individual.

Defesa – Com o ministro a mobilizar a Marinha contra um barco que transporta pílulas abortivas, o País corre o risco de ver o Exército mobilizado para Vilar Formoso se um camião com carga idêntica estacionar em Fuentes de Oñoro.

Finanças – Com a referência à herança do Eng.º Guterres já gasta, Bagão Félix queixou-se do estado em que Manuela Ferreira Leite deixou as finanças públicas. O CDS, não perde uma oportunidade de fazer picardias ao PSD.

Educação – Improvisação, enganos, incompetência e caos, houve de tudo para comprometer o ano lectivo, prejudicar pais e alunos e semear a angústia e o desespero em milhares de docentes sem futuro nem esperança.

COMPTA – A empresa administrada por Couto dos Santos, a cuja Assembleia-Geral preside Rui Machete, dois ex-ministros do PSD, produziu o programa informático que pôs o ano escolar em xeque, depois de ter recebido o cheque.

Terrorismo – Sequestros, assassínios, mutilações, torturas e violações trazem a marca da crueldade, que enfraquece as razões mais fortes, e atinge a esquizofrenia com as motivações religiosas.

Rússia – A chacina de centenas de crianças numa escola de Ossétia do Norte, por terroristas tchechenos, foi tão cruel que só a combinação de nacionalismo, religião e demência podia levar tão longe. Apenas a reacção policial se assemelhou.

11 de Setembro – A data evoca a fúria assassina no Chile e nos EUA. Em 1973 Pinochet derrubou o governo legítimo de Salvador Allende e começou uma orgia de sangue e dor. Em 2001 foi o ataque bárbaro às Torres Gémeas de Nova Iorque.

Iraque – Foi fácil derrubar o último ditador, difícil vai ser impor o próximo. Bush não previu o caos que iria criar, o ódio que despertou e o trunfo que ofereceu ao terrorismo. Dormirão descansados os que o apoiaram?

A. R. – A ausência do primeiro-ministro na interpelação parlamentar do BE, sem qualquer justificação , é indigna do respeito que a A. R. devia merecer-lhe e revela défice de cultura democrática de quem exerce o cargo com legitimidade política duvidosa.

C.G.D. (1) – A reforma de 18.156 euros mensais atribuída a Mira Amaral (duas vezes e meia mais do que ganha o Presidente da República) só é escândalo por ter sido divulgada na comunicação social. Há mais casos que o Governo encobre.

C.G.D. (2) – Com Cavaco Silva e António Guterres a presidência era confiada a uma personalidade de reconhecida competência do partido da oposição. Com Durão e Santana Lopes quebrou-se a regra e o pudor. É para amigos.

C.G.D. (3) – A escolha de Celeste Cardona para a CGD é tão enigmática como o foi para a pasta da Justiça. Que favores prestou ao CDS/PP para merecer tal sinecura, ignorando-se a aptidão para qualquer dos cargos?

José Sócrates – A vitória exuberante do novo secretário-geral do PS, através do voto directo dos militantes, confere-lhe legitimidade política inquestionável e muitos portugueses depositam agora nele a esperança perdida nos três últimos anos.

Manuel Alegre – Deve-se-lhe a maior mobilização de sempre em eleições partidárias, teve a seu lado alguns dos melhores quadros socialistas e foi intérprete das aspirações de muitos portugueses. Mal seria que o PS as ignorasse.

João Soares – Maior que a ambição que há muito trazia foi a derrota que levou. Pagou amargamente a derrota contra Santana Lopes, em Lisboa, derrota que o País está a pagar de forma ainda mais cruel.

Ferro Rodrigues – Saiu de cena sem brilho mas com a imagem de seriedade que a mais ignóbil das campanhas e a mais soez das calúnias não conseguiram apagar. O PS não pode esquecer o sacrifício nem deixar de honrar o seu contributo.

Governo – O Conselho de ministros itinerante reuniu em Coimbra no último dia de Setembro. O Governo adora sair, para ver o País, e o País adora que o Governo saia, para ver o fim à legislatura.

Concordata – Com privilégios, excepções e tratamento de favor à Igreja católica, sem brilho para a Igreja nem honra para Portugal, foi aprovada pelo PS, PSD e CDS. Os restantes partidos votaram contra. Sá Carneiro considerava-a desnecessária.

Posted by carlos_esperanca at outubro 1, 2004 12:55 AM

marcar artigo