Defesa do Interesse Público: [Notícia] Jorge Sampaio enviou recados na inauguração

15-10-2009
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Jornal PÚBLICO . Cultura . 16/4/2005Jorge Sampaio enviou recados na inauguraçãopor José Augusto MoreiraMesmo não estando presente nem tendo sido explicitamente citado, Pedro Burmester recebeu ontem a maior ovação da cerimónia de inauguração da CdM, presidida por Jorge Sampaio. Por entre remoques às polémicas que envolveram o avanço do projecto e recados em relação ao futuro, o Presidente da República lembrou que "houve pessoas que imerecidamente ficaram pelo caminho". Uma evidente referência ao pianista que esteve na base do projecto CdM e que as centenas de convidados sublinharam interrompendo o discurso com estrondoso aplauso. Depois da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, ter dissertado sobre as qualidades do edifício - "a primeira sala de concertos criada em Portugal para esse efeito com dinheiros públicos", com "uma acústica que é tida por uma das melhores do mundo" - e realçado o pioneirismo do Porto no acolhimento e desenvolvimento da música sinfónica, Sampaio assumiu "a coragem de dizer que o caminho foi acidentado e nem sempre exemplar". Não fosse o discurso estar escrito e poderia pensar-se até que Sampaio fora estimulado pelos aplausos que recebeu mesmo antes de falar, logo que foi anunciada a sua intervenção. "Houve demasiados atrasos, conflitos e polémicas malsãs e nem tudo foi rigoroso e transparente", frisou, para acrescentar que a "lição a retirar dos erros cometidos" deve ser agora aproveitada para o futuro do projecto. Feito este "registo", como lhe chamou, o Presidente quis também deixar alguns recados, especialmente em relação ao modelo de gestão. "É indispensável que assente numa parceria sólida e estável entre o Estado central, as autarquias e a sociedade civil", recomendou. Uma ideia nem sempre coincidente com a do presidente da Câmara do Porto, que antes tinha reclamado "um particular envolvimento do Estado na difícil gestão da CdM". Rui Rio começou por lembrar que "a trave mestra do desenvolvimento só está conseguida quando tivermos resolvidos graves problemas da sociedade", e que, por isso, o lugar cimeiro das prioridades do seu executivo vai para a "coesão social". Quanto à obra ontem inaugurada, o autarca notou que "o gigantesco diamante lapidado pelo arquitecto Rem Koolhaas, a par da Torre dos Clérigos e das ponte pioneiras, vai ser, por muitas gerações, uma forte marca deafirmação do Porto."

Jornal PÚBLICO . Cultura . 16/4/2005Jorge Sampaio enviou recados na inauguraçãopor José Augusto MoreiraMesmo não estando presente nem tendo sido explicitamente citado, Pedro Burmester recebeu ontem a maior ovação da cerimónia de inauguração da CdM, presidida por Jorge Sampaio. Por entre remoques às polémicas que envolveram o avanço do projecto e recados em relação ao futuro, o Presidente da República lembrou que "houve pessoas que imerecidamente ficaram pelo caminho". Uma evidente referência ao pianista que esteve na base do projecto CdM e que as centenas de convidados sublinharam interrompendo o discurso com estrondoso aplauso. Depois da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, ter dissertado sobre as qualidades do edifício - "a primeira sala de concertos criada em Portugal para esse efeito com dinheiros públicos", com "uma acústica que é tida por uma das melhores do mundo" - e realçado o pioneirismo do Porto no acolhimento e desenvolvimento da música sinfónica, Sampaio assumiu "a coragem de dizer que o caminho foi acidentado e nem sempre exemplar". Não fosse o discurso estar escrito e poderia pensar-se até que Sampaio fora estimulado pelos aplausos que recebeu mesmo antes de falar, logo que foi anunciada a sua intervenção. "Houve demasiados atrasos, conflitos e polémicas malsãs e nem tudo foi rigoroso e transparente", frisou, para acrescentar que a "lição a retirar dos erros cometidos" deve ser agora aproveitada para o futuro do projecto. Feito este "registo", como lhe chamou, o Presidente quis também deixar alguns recados, especialmente em relação ao modelo de gestão. "É indispensável que assente numa parceria sólida e estável entre o Estado central, as autarquias e a sociedade civil", recomendou. Uma ideia nem sempre coincidente com a do presidente da Câmara do Porto, que antes tinha reclamado "um particular envolvimento do Estado na difícil gestão da CdM". Rui Rio começou por lembrar que "a trave mestra do desenvolvimento só está conseguida quando tivermos resolvidos graves problemas da sociedade", e que, por isso, o lugar cimeiro das prioridades do seu executivo vai para a "coesão social". Quanto à obra ontem inaugurada, o autarca notou que "o gigantesco diamante lapidado pelo arquitecto Rem Koolhaas, a par da Torre dos Clérigos e das ponte pioneiras, vai ser, por muitas gerações, uma forte marca deafirmação do Porto."

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