CDS e PSD surpreendidos pelo Governo com transferência de fundo de pensões militares

09-11-2010
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Ministro Santos Silva admite dificuldades de financiamento do fundo, que será transferido para a Caixa Geral de Aposentações

A notícia foi uma "mina" no debate, na especialidade, do Orçamento do Estado (OE) de 2011 na área da Defesa. Ontem, o Governo admitiu que vai transferir o Fundo de Pensões dos Militares para a Caixa Geral de Aposentações (CGA). O deputado João Rebelo, do CDS-PP, foi quem levantou o problema na reunião das comissões de Defesa e das Finanças, a partir de uma muito discreta linha num quadro do OE. E ficou sem respostas concretas. Além da afirmação do secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrelo, de que a integração do Fundo de Pensões dos Militares "tem capacidade de responder às obrigações no curto prazo" e que "os problemas colocam-se no médio e longo prazo". Ou que, segundo o ministro Santos Silva, "deixar as coisas como estão" seria pôr em causa os direitos de quem contribuiu e "as expectativas de quem iniciou a sua contribuição há pouco tempo".

Quais os problemas e o valor do fundo é que nem Perestrelo nem o ministro Augusto Santos Silva revelaram. Nem na reunião nem nas declarações aos jornalistas. O PSD, com Correia de Jesus, tentou que o Governo informasse sobre esse valor. Nada. João Rebelo afirmou ao PÚBLICO que só se pronunciará sobre o assunto quando souber o valor e os motivos da transferência do fundo para a CGA.

O PSD questiona esta transferência. Um deputado da comissão afirmou ao PÚBLICO que pode estar-se, a prazo, perante "mais um buraco" e que, no imediato, a verba pode servir como mais uma "almofada" para o défice.

O facto é que, como afirmou António Filipe, deputado do PCP, a venda de património sem utilização militar, resultado da LPIM que serve para financiar o fundo, resultou, até ao momento, em pouco mais de 42 milhões de euros. "Fraquíssimos" resultados, ironizou António Filipe, em que o Estado vendeu imóveis ao Estado como aconteceu em Santarém. Santos Silva mantém a expectativa de "em 12 anos" conseguir os 834 milhões previstos.

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Nada que sossegue a oposição. Até porque, alertaram na reunião, o Governo prevê no Orçamento uma nova operação de rentabilização do património militar, à margem das regras da LPIM. Esse dinheiro reverte para o fundo? A resposta de Santos Silva foi sempre a mesma: reverte para o orçamento da Defesa.

De resto, a desconfiança do PSD e do CDS, dois partidos do arco da governação, habitualmente cooperantes com o PS em matéria de Defesa, manteve-se quanto aos cortes orçamentais - superiores a 10 por cento e que podem pôr em risco o funcionamento das Forças Armadas.

Correia de Jesus considerou as prioridades do Governo meramente "retóricas". "A questão é saber se, com um orçamento tão emagrecido, o Governo conseguirá pôr em prática as prioridades", afirmou Correia de Jesus, que mais tarde revelou as suas dúvidas se "não estará posta em causa a operacionalidade das Forças Armadas". Já João Rebelo alertou para a suborçamentação e afirmou-se preocupado com a redução em 3000 do número de efectivos militares em regime de voluntariado e contrato - uma das medidas adoptadas para acompanhar as medidas de austeridade, a par do congelamento de novos investimentos até 2013. Rebelo questiona que "missões serão postas em causa" com estas medidas.

Ministro Santos Silva admite dificuldades de financiamento do fundo, que será transferido para a Caixa Geral de Aposentações

A notícia foi uma "mina" no debate, na especialidade, do Orçamento do Estado (OE) de 2011 na área da Defesa. Ontem, o Governo admitiu que vai transferir o Fundo de Pensões dos Militares para a Caixa Geral de Aposentações (CGA). O deputado João Rebelo, do CDS-PP, foi quem levantou o problema na reunião das comissões de Defesa e das Finanças, a partir de uma muito discreta linha num quadro do OE. E ficou sem respostas concretas. Além da afirmação do secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrelo, de que a integração do Fundo de Pensões dos Militares "tem capacidade de responder às obrigações no curto prazo" e que "os problemas colocam-se no médio e longo prazo". Ou que, segundo o ministro Santos Silva, "deixar as coisas como estão" seria pôr em causa os direitos de quem contribuiu e "as expectativas de quem iniciou a sua contribuição há pouco tempo".

Quais os problemas e o valor do fundo é que nem Perestrelo nem o ministro Augusto Santos Silva revelaram. Nem na reunião nem nas declarações aos jornalistas. O PSD, com Correia de Jesus, tentou que o Governo informasse sobre esse valor. Nada. João Rebelo afirmou ao PÚBLICO que só se pronunciará sobre o assunto quando souber o valor e os motivos da transferência do fundo para a CGA.

O PSD questiona esta transferência. Um deputado da comissão afirmou ao PÚBLICO que pode estar-se, a prazo, perante "mais um buraco" e que, no imediato, a verba pode servir como mais uma "almofada" para o défice.

O facto é que, como afirmou António Filipe, deputado do PCP, a venda de património sem utilização militar, resultado da LPIM que serve para financiar o fundo, resultou, até ao momento, em pouco mais de 42 milhões de euros. "Fraquíssimos" resultados, ironizou António Filipe, em que o Estado vendeu imóveis ao Estado como aconteceu em Santarém. Santos Silva mantém a expectativa de "em 12 anos" conseguir os 834 milhões previstos.

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De resto, a desconfiança do PSD e do CDS, dois partidos do arco da governação, habitualmente cooperantes com o PS em matéria de Defesa, manteve-se quanto aos cortes orçamentais - superiores a 10 por cento e que podem pôr em risco o funcionamento das Forças Armadas.

Correia de Jesus considerou as prioridades do Governo meramente "retóricas". "A questão é saber se, com um orçamento tão emagrecido, o Governo conseguirá pôr em prática as prioridades", afirmou Correia de Jesus, que mais tarde revelou as suas dúvidas se "não estará posta em causa a operacionalidade das Forças Armadas". Já João Rebelo alertou para a suborçamentação e afirmou-se preocupado com a redução em 3000 do número de efectivos militares em regime de voluntariado e contrato - uma das medidas adoptadas para acompanhar as medidas de austeridade, a par do congelamento de novos investimentos até 2013. Rebelo questiona que "missões serão postas em causa" com estas medidas.

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