Reuniões com os partidos

20-04-2011
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CDS alerta para "limitações" do Governo de gestão

Comentários escassos mas com recados. Foi o que resultou ontem dos encontros do PSD e CDS com os peritos internacionais. O social-democrata Pedro Passos Coelho repetiu a garantia de que não seria entrave. Mas o centrista Paulo Portas foi um pouco mais longe, ao lembrar que o actual Governo tinha limites nos seus actuais poderes.

Numa declaração contida, o líder do CDS-PP alertou para as "limitações constitucionais" de um Governo de gestão e para a proximidade das eleições nesta fase de negociações da ajuda externa. "Ainda que a margem de manobra seja pequena, tem de ser resguardada essa escolha soberana do povo português", disse Paulo Portas, depois de uma reunião do CDS com a troika.

Preocupado com a necessidade de colocar o "interesse nacional" acima de tudo, Paulo Portas indicou estar a informar o Governo, o Presidente da República e o PSD sobre as posições do CDS. Informou ainda que o partido transmitiu à troika a necessidade de "travar o endividamento" que passa pela "suspensão imediata" das grandes obras públicas e a "renegociação de todas as parcerias público-privadas".

Apesar de não ter estado presente, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, insistiu na disponibilidade do seu partido para levar o processo a bom porto. "O PSD nunca ficará na circunstância de dizer que vai bloquear esta ajuda, na medida em que o país precisa desesperadamente dela", afirmou Passos aos microfones da TSF.

O líder social-democrata admitiu ainda que uma ajuda intercalar "teria sido o mais desejável", embora tal não fosse agora possível devido ao "absoluto estado de necessidade" do país. Segundo o presidente do PSD, os sociais-democratas não apresentaram "medidas", mas apenas o seu "diagnóstico" da situação.

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A delegação do PSD era composta pelos economistas Eduardo Catroga, Abel Mateus, Carlos Moedas e por Orlando Caliço, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Da parte do CDS estiveram presentes o líder parlamentar, Pedro Mota Soares, a deputada Assunção Cristas, Luís Queiró, Miguel Morais Leitão e Paulo Núncio.

Os encontros levaram o BE - que se recusou a reunir-se com os enviados - a criticar os partidos participantes. Francisco Louçã, o líder bloquista, contestou a ideia de se estar perante uma negociação e anunciou que o seu partido vai apresentar uma alternativa por dia às medidas, a começar pela auditoria à dívida externa.

"Não há negociação nenhuma, há um fingimento e fingir é lamentável. Trata-se evidentemente de uma negociação que não existe. Não basta fazer cara de caso para se ser um negociador em nome do país", disse.N.S.L./S.R.

CDS alerta para "limitações" do Governo de gestão

Comentários escassos mas com recados. Foi o que resultou ontem dos encontros do PSD e CDS com os peritos internacionais. O social-democrata Pedro Passos Coelho repetiu a garantia de que não seria entrave. Mas o centrista Paulo Portas foi um pouco mais longe, ao lembrar que o actual Governo tinha limites nos seus actuais poderes.

Numa declaração contida, o líder do CDS-PP alertou para as "limitações constitucionais" de um Governo de gestão e para a proximidade das eleições nesta fase de negociações da ajuda externa. "Ainda que a margem de manobra seja pequena, tem de ser resguardada essa escolha soberana do povo português", disse Paulo Portas, depois de uma reunião do CDS com a troika.

Preocupado com a necessidade de colocar o "interesse nacional" acima de tudo, Paulo Portas indicou estar a informar o Governo, o Presidente da República e o PSD sobre as posições do CDS. Informou ainda que o partido transmitiu à troika a necessidade de "travar o endividamento" que passa pela "suspensão imediata" das grandes obras públicas e a "renegociação de todas as parcerias público-privadas".

Apesar de não ter estado presente, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, insistiu na disponibilidade do seu partido para levar o processo a bom porto. "O PSD nunca ficará na circunstância de dizer que vai bloquear esta ajuda, na medida em que o país precisa desesperadamente dela", afirmou Passos aos microfones da TSF.

O líder social-democrata admitiu ainda que uma ajuda intercalar "teria sido o mais desejável", embora tal não fosse agora possível devido ao "absoluto estado de necessidade" do país. Segundo o presidente do PSD, os sociais-democratas não apresentaram "medidas", mas apenas o seu "diagnóstico" da situação.

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A delegação do PSD era composta pelos economistas Eduardo Catroga, Abel Mateus, Carlos Moedas e por Orlando Caliço, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Da parte do CDS estiveram presentes o líder parlamentar, Pedro Mota Soares, a deputada Assunção Cristas, Luís Queiró, Miguel Morais Leitão e Paulo Núncio.

Os encontros levaram o BE - que se recusou a reunir-se com os enviados - a criticar os partidos participantes. Francisco Louçã, o líder bloquista, contestou a ideia de se estar perante uma negociação e anunciou que o seu partido vai apresentar uma alternativa por dia às medidas, a começar pela auditoria à dívida externa.

"Não há negociação nenhuma, há um fingimento e fingir é lamentável. Trata-se evidentemente de uma negociação que não existe. Não basta fazer cara de caso para se ser um negociador em nome do país", disse.N.S.L./S.R.

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