Cãocompulgas: As velas da memória

21-01-2011
marcar artigo


Brian KlimowskiHá nos silvos que as manhãs me trazemchaminés que se desmoronam:são a infância e a praia os sonhos de partidaAbrir esse portão junto ao vento que a vidaaquém ou além desta me abre?Em que outro mundo ouvi o rouxinoltão leve que o voo lhe aumentava as asas?Onde adiava ele a morte contra os diasessa primeira morte?Vinham núpcias sem conto na inconcebível vozQue plenitude aquela: cantarcomo quem não tivesse nenhum pensamento.Quem me deixou de novo aqui sentado à sombradeste mês de junho? Como te chamas tuque me enfunas as velas da memória ventilando: «aquela vez...»?Quando aonde foi em que país?Que vento faz quebrar nas costas destes diasas ondas de uma antiga música que ouvidaobriga a recuar a noite prometidaem círculos quebrados para além das dunasfazendo regressar rebanhos de alegriasabrindo em plena tarde um espaço ao amor?Que morte vem matar a lábil curva da dor?Que dor me faz doer de não ter mais que morrer?E ouve-se o silêncio descer pelas vertentes da tardechegar à boca da noite e responderRuy Belo


Brian KlimowskiHá nos silvos que as manhãs me trazemchaminés que se desmoronam:são a infância e a praia os sonhos de partidaAbrir esse portão junto ao vento que a vidaaquém ou além desta me abre?Em que outro mundo ouvi o rouxinoltão leve que o voo lhe aumentava as asas?Onde adiava ele a morte contra os diasessa primeira morte?Vinham núpcias sem conto na inconcebível vozQue plenitude aquela: cantarcomo quem não tivesse nenhum pensamento.Quem me deixou de novo aqui sentado à sombradeste mês de junho? Como te chamas tuque me enfunas as velas da memória ventilando: «aquela vez...»?Quando aonde foi em que país?Que vento faz quebrar nas costas destes diasas ondas de uma antiga música que ouvidaobriga a recuar a noite prometidaem círculos quebrados para além das dunasfazendo regressar rebanhos de alegriasabrindo em plena tarde um espaço ao amor?Que morte vem matar a lábil curva da dor?Que dor me faz doer de não ter mais que morrer?E ouve-se o silêncio descer pelas vertentes da tardechegar à boca da noite e responderRuy Belo

marcar artigo