Dias com árvores: Paris nos Himalaias

23-01-2011
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Paris polyphylla Sm.O nome deste género não se refere ao pusilânime Páris, filho do rei Príamo e frívolo sedutor de Helena a quem o irmão, Heitor, repreendeu: «Páris devasso, nobre guerreiro somente na cuidada aparência, /(...) Na verdade rir-se-ão os Aqueus de longos cabelos, / ao pensarem que combates na linha da frente porque és belo / de corpo, a despeito de te faltar força de espírito e coragem.» [Homero, Ilíada, trad. Frederico Lourenço]Paris é um adjectivo latino que significa igual e, no contexto botânico, dá ênfase à regularidade das várias componentes da eurosiberiana Paris quadrifolia L.: 4 folhas sésseis em círculo, 4 sépalas lanceoladas verdes, 4 pétalas verdes estreitas, 2 x 4 estames amarelos longos e 4 estigmas escuros. Trata-se de uma planta vivaz com rizoma tuberoso e um talo que não se ramifica, e é a única espécie europeia do seu género - embora não seja espontânea em Portugal... nem na Grécia. Pede terrenos húmidos, floresce de Maio a Junho, e cada flor, solitária, produz um fruto globular azul-escuro que contém duas sementes castanhas. É tóxica mas foi amplamente usada em remédios caseiros.A Paris da foto, de bosques umbrosos da China e dos Himalaias, não vai além dos 40 cm de altura, talvez por viver entre os 2000 e os 3000 m de altitude. Mostra grande variação morfológica mas, em geral, o seu saiote tem mais folhas do que o da P. quadrifolia, daí a designação polyphylla. As peças florais resumem-se a seis-oito tépalas exteriores lanceoladas e verdes, outras tantas tépalas interiores finas como fios, amarelas ou púrpura, dez ou mais estames curtos e um ovário superior com quatro carpelos, quatro estiletes e estigmas lobados. O fruto é uma cápsula verde contendo sementes de tom escarlate. É planta estimada como adorno e preciosa pelo seu uso na farmacopeia asiática.


Paris polyphylla Sm.O nome deste género não se refere ao pusilânime Páris, filho do rei Príamo e frívolo sedutor de Helena a quem o irmão, Heitor, repreendeu: «Páris devasso, nobre guerreiro somente na cuidada aparência, /(...) Na verdade rir-se-ão os Aqueus de longos cabelos, / ao pensarem que combates na linha da frente porque és belo / de corpo, a despeito de te faltar força de espírito e coragem.» [Homero, Ilíada, trad. Frederico Lourenço]Paris é um adjectivo latino que significa igual e, no contexto botânico, dá ênfase à regularidade das várias componentes da eurosiberiana Paris quadrifolia L.: 4 folhas sésseis em círculo, 4 sépalas lanceoladas verdes, 4 pétalas verdes estreitas, 2 x 4 estames amarelos longos e 4 estigmas escuros. Trata-se de uma planta vivaz com rizoma tuberoso e um talo que não se ramifica, e é a única espécie europeia do seu género - embora não seja espontânea em Portugal... nem na Grécia. Pede terrenos húmidos, floresce de Maio a Junho, e cada flor, solitária, produz um fruto globular azul-escuro que contém duas sementes castanhas. É tóxica mas foi amplamente usada em remédios caseiros.A Paris da foto, de bosques umbrosos da China e dos Himalaias, não vai além dos 40 cm de altura, talvez por viver entre os 2000 e os 3000 m de altitude. Mostra grande variação morfológica mas, em geral, o seu saiote tem mais folhas do que o da P. quadrifolia, daí a designação polyphylla. As peças florais resumem-se a seis-oito tépalas exteriores lanceoladas e verdes, outras tantas tépalas interiores finas como fios, amarelas ou púrpura, dez ou mais estames curtos e um ovário superior com quatro carpelos, quatro estiletes e estigmas lobados. O fruto é uma cápsula verde contendo sementes de tom escarlate. É planta estimada como adorno e preciosa pelo seu uso na farmacopeia asiática.

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