Dias com árvores: Paz aos vencidos

05-08-2010
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Foto: pva 0508 - Butia eriospatha junto ao mausoléu aos vencidos, Prado do Repouso, PortoOs cemitérios portugueses cumprem fielmente as últimas (e primeiras) vontades de um povo dendrófobo, que nem na morte quer árvores por perto: são duras mortalhas de pedra sem o alívio de uma pincelada verde. Mas há excepções à regra: os primeiros cemitérios públicos do Porto, o do Prado de Repouso (1839) e o de Agramonte (1855), construídos na época dos grandes jardins privados e do entusiasmo generalizado pela horticultura, ainda receberam uma arborização comparativamente abundante. No cemitério do Prado do Repouso, por exemplo, há das maiores japoneiras do Porto (e do país) e uma alameda de grandes tulipeiros que se estende por centenas de metros.Entrando no cemitério pelo largo do Padre Baltasar Guedes, encontramos o mausoléu aos revoltosos republicanos de 31 de Janeiro de 1891 com a legenda a paz aos vencidos inscrita na base; foi inaugurado em 1897, era ainda Portugal uma monarquia. À sua frente, formando esparsa cortina, plantou-se um alinhamento de magnólias-de-Soulange; a seu lado, servindo-lhe de sóbrio contraponto, ergue-se uma palmeira com cerca de cinco metros de altura. Embora pequena, é uma palmeira perfeitamente proporcionada, arrumadinha como as donas-de-casa nos anúncios antigos. A Manuela já antes aqui falou de uma palmeira presumivelmente da mesma espécie no Parque de S. Roque; concluiu-se então, com a ajuda de um amigo brasileiro, que se tratava de uma Butia eriospatha, endémica das regiões temperadas do sul do Brasil.Também há, no Prado do Repouso, coisas bonitas em ponto grande. Lá voltaremos para as admirar.


Foto: pva 0508 - Butia eriospatha junto ao mausoléu aos vencidos, Prado do Repouso, PortoOs cemitérios portugueses cumprem fielmente as últimas (e primeiras) vontades de um povo dendrófobo, que nem na morte quer árvores por perto: são duras mortalhas de pedra sem o alívio de uma pincelada verde. Mas há excepções à regra: os primeiros cemitérios públicos do Porto, o do Prado de Repouso (1839) e o de Agramonte (1855), construídos na época dos grandes jardins privados e do entusiasmo generalizado pela horticultura, ainda receberam uma arborização comparativamente abundante. No cemitério do Prado do Repouso, por exemplo, há das maiores japoneiras do Porto (e do país) e uma alameda de grandes tulipeiros que se estende por centenas de metros.Entrando no cemitério pelo largo do Padre Baltasar Guedes, encontramos o mausoléu aos revoltosos republicanos de 31 de Janeiro de 1891 com a legenda a paz aos vencidos inscrita na base; foi inaugurado em 1897, era ainda Portugal uma monarquia. À sua frente, formando esparsa cortina, plantou-se um alinhamento de magnólias-de-Soulange; a seu lado, servindo-lhe de sóbrio contraponto, ergue-se uma palmeira com cerca de cinco metros de altura. Embora pequena, é uma palmeira perfeitamente proporcionada, arrumadinha como as donas-de-casa nos anúncios antigos. A Manuela já antes aqui falou de uma palmeira presumivelmente da mesma espécie no Parque de S. Roque; concluiu-se então, com a ajuda de um amigo brasileiro, que se tratava de uma Butia eriospatha, endémica das regiões temperadas do sul do Brasil.Também há, no Prado do Repouso, coisas bonitas em ponto grande. Lá voltaremos para as admirar.

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