Partidos abdicam de mais perguntas a Sócrates

27-05-2010
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Todos os partidos abdicaram hoje de fazer uma segunda ronda de perguntas ao primeiro ministro, e preferem partir já para a fase final dos trabalhos da comissão de inquérito, cujo relatório será entregue dia 11 de junho. Na reunião da comissão de inquérito ao negócio PT/TVI, que durou cerca de 15 minutos, todos os partidos anunciaram que não fariam mais perguntas ao primeiro ministro.

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Pacheco Pereira reiterou a posição assumida na semana passada, segundo a qual os trabalhos da comissão ficaram prejudicados "a partir do momento em que a comissão não trabalha com todos os elementos enviados". O deputado do PSD referia-se à proibição do uso dos elementos recolhidos nos resumos de escutas enviados à comissão pela comarca do Baixo Vouga, relativos a conversas do ex-assessor da PT Paulo Penedos e do quadro do BCP Armando Vara.

Exercício inútil

João Oliveira, do PCP, repetiu o que tinha anunciado antes da reunião: fazer mais perguntas "seria um exercício inútil" dada a "falta seletiva de memória do primeiro ministro" verificada nas respostas às 74 perguntas enviadas. O deputado comunista destacou que a "falta seletiva de memória" verifica-se "particularmente em relação aos contactos com Rui Pedro Soares", ex-administrador da PT a quem são apontadas ligações próximas ao Governo e ao primeiro ministro.

Uma conclusão já pode ser tirada, defendeu João Oliveira: "Dos dados obtidos e das audições (realizadas) há uma possibilidade de o relatório ser conclusivo em relação à falta de credibilidade de algumas informações que foram dadas".

O deputado do BE, João Semedo, disse à saída da comissão de inquérito que "os esclarecimentos do primeiro ministro são suficientes naquilo que esclarecem". "Naquilo que não esclarecem tiraremos conclusões", afirmou.

Relatório no Ministério Público se for caso disso

Cecília Meireles, do CDS-PP, admitiu que "há questões que ficaram pendentes mas que têm a ver com o facto de o primeiro ministro ter decidido responder por escrito". "A partir do momento em que toma esta decisão de responder por escrito", fazer mais perguntas também por escrito seria "prolongar indefinidamente a comissão sem um efeito real de esclarecimento".

O relatório da comissão de inquérito será apresentado no dia 11 de junho. Questionado sobre o eventual envio das conclusões para o Ministério Público, o relator da comissão referiu que essa é sempre uma possibilidade prevista na lei.

"A comissão terá que avaliar. As conclusões políticas dizem respeito ao Parlamento. Se a comissão considerar que no material que foi recolhido existem elementos que devam chegar ao conhecimento da Justiça, essa é uma decisão natural", disse João Semedo.

A comissão de inquérito termina os trabalhos no dia 14 de junho.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Todos os partidos abdicaram hoje de fazer uma segunda ronda de perguntas ao primeiro ministro, e preferem partir já para a fase final dos trabalhos da comissão de inquérito, cujo relatório será entregue dia 11 de junho. Na reunião da comissão de inquérito ao negócio PT/TVI, que durou cerca de 15 minutos, todos os partidos anunciaram que não fariam mais perguntas ao primeiro ministro.

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Pacheco Pereira reiterou a posição assumida na semana passada, segundo a qual os trabalhos da comissão ficaram prejudicados "a partir do momento em que a comissão não trabalha com todos os elementos enviados". O deputado do PSD referia-se à proibição do uso dos elementos recolhidos nos resumos de escutas enviados à comissão pela comarca do Baixo Vouga, relativos a conversas do ex-assessor da PT Paulo Penedos e do quadro do BCP Armando Vara.

Exercício inútil

João Oliveira, do PCP, repetiu o que tinha anunciado antes da reunião: fazer mais perguntas "seria um exercício inútil" dada a "falta seletiva de memória do primeiro ministro" verificada nas respostas às 74 perguntas enviadas. O deputado comunista destacou que a "falta seletiva de memória" verifica-se "particularmente em relação aos contactos com Rui Pedro Soares", ex-administrador da PT a quem são apontadas ligações próximas ao Governo e ao primeiro ministro.

Uma conclusão já pode ser tirada, defendeu João Oliveira: "Dos dados obtidos e das audições (realizadas) há uma possibilidade de o relatório ser conclusivo em relação à falta de credibilidade de algumas informações que foram dadas".

O deputado do BE, João Semedo, disse à saída da comissão de inquérito que "os esclarecimentos do primeiro ministro são suficientes naquilo que esclarecem". "Naquilo que não esclarecem tiraremos conclusões", afirmou.

Relatório no Ministério Público se for caso disso

Cecília Meireles, do CDS-PP, admitiu que "há questões que ficaram pendentes mas que têm a ver com o facto de o primeiro ministro ter decidido responder por escrito". "A partir do momento em que toma esta decisão de responder por escrito", fazer mais perguntas também por escrito seria "prolongar indefinidamente a comissão sem um efeito real de esclarecimento".

O relatório da comissão de inquérito será apresentado no dia 11 de junho. Questionado sobre o eventual envio das conclusões para o Ministério Público, o relator da comissão referiu que essa é sempre uma possibilidade prevista na lei.

"A comissão terá que avaliar. As conclusões políticas dizem respeito ao Parlamento. Se a comissão considerar que no material que foi recolhido existem elementos que devam chegar ao conhecimento da Justiça, essa é uma decisão natural", disse João Semedo.

A comissão de inquérito termina os trabalhos no dia 14 de junho.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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