Dias com árvores: Redonda e lustrosa

19-12-2009
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Foto: pva 0412 - camélia na Quinta do Covelo Enquanto ardem os últimos dourados do Outono e a nudez invernal se vai disseminando pelas árvores, as camélias, de copas cerradas e lustrosas, vão-se enfeitando com uma abundância espaventosa de flores dos mais variados tons e feitios. O Porto é a cidade das camélias: elas entranharam-se de tal forma nos nossos hábitos visuais que um jardim sem camélias - como quase é, para nossa tristeza, o actual Jardim da Cordoaria - nos parece sempre incompleto.
Esta jovem e elegante camélia, em nada diminuída pela simplicidade das suas flores, saúda-nos à entrada da Quinta do Covelo pela rua do Bolama. Uma segunda camélia adulta no passeio e numerosas outras num pequeno jardim quadrangular, cercado por um muro baixo, completam a amostra de camélias do local: é uma colecção modesta mas digna de se ver, atestando o legítimo carácter portuense da Quinta do Covelo.
A Quinta, situada na zona norte da cidade, confina a poente com a rua de Faria Guimarães, que nesse troço é uma via-rápida francamente desagradável para peões. A entrada na Quinta por essa rua, feita por uma escadaria íngreme e delapidada, espécie de Bom-Jesus de Braga em miniatura, dá acesso directo a um cerro coberto por vegetação autóctone de grande valor: carvalhos-alvarinhos, sobreiros, pinheiros-mansos e pinheiros-bravos. Desaconselhável aos corações frágeis, que devem optar pela entrada plana pela rua do Bolama, a escadaria pode ser encarada como a primeira etapa do circuito de manutenção que a Câmara fez espalhar pela mata.
Na zona baixa da Quinta, a nascente, situa-se a antiga casa senhorial e alonga-se um caminho calcetado e rectilíneo, com bancos e passeios arborizados. De um dos lados do caminho, e fazendo um suave declive, há um extenso relvado plantado com numerosas árvores jovens que compõem um bonito conjunto; do lado oposto, estufas e viveiros pertencentes à Câmara preenchem inteiramente os antigos campos agrícolas. Parece ter sido esta a única parte da Quinta que a Câmara cuidou de valorizar, pois em tudo o resto se nota algum abandono. É urgente completar o que tão bem se começou.


Foto: pva 0412 - camélia na Quinta do Covelo Enquanto ardem os últimos dourados do Outono e a nudez invernal se vai disseminando pelas árvores, as camélias, de copas cerradas e lustrosas, vão-se enfeitando com uma abundância espaventosa de flores dos mais variados tons e feitios. O Porto é a cidade das camélias: elas entranharam-se de tal forma nos nossos hábitos visuais que um jardim sem camélias - como quase é, para nossa tristeza, o actual Jardim da Cordoaria - nos parece sempre incompleto.
Esta jovem e elegante camélia, em nada diminuída pela simplicidade das suas flores, saúda-nos à entrada da Quinta do Covelo pela rua do Bolama. Uma segunda camélia adulta no passeio e numerosas outras num pequeno jardim quadrangular, cercado por um muro baixo, completam a amostra de camélias do local: é uma colecção modesta mas digna de se ver, atestando o legítimo carácter portuense da Quinta do Covelo.
A Quinta, situada na zona norte da cidade, confina a poente com a rua de Faria Guimarães, que nesse troço é uma via-rápida francamente desagradável para peões. A entrada na Quinta por essa rua, feita por uma escadaria íngreme e delapidada, espécie de Bom-Jesus de Braga em miniatura, dá acesso directo a um cerro coberto por vegetação autóctone de grande valor: carvalhos-alvarinhos, sobreiros, pinheiros-mansos e pinheiros-bravos. Desaconselhável aos corações frágeis, que devem optar pela entrada plana pela rua do Bolama, a escadaria pode ser encarada como a primeira etapa do circuito de manutenção que a Câmara fez espalhar pela mata.
Na zona baixa da Quinta, a nascente, situa-se a antiga casa senhorial e alonga-se um caminho calcetado e rectilíneo, com bancos e passeios arborizados. De um dos lados do caminho, e fazendo um suave declive, há um extenso relvado plantado com numerosas árvores jovens que compõem um bonito conjunto; do lado oposto, estufas e viveiros pertencentes à Câmara preenchem inteiramente os antigos campos agrícolas. Parece ter sido esta a única parte da Quinta que a Câmara cuidou de valorizar, pois em tudo o resto se nota algum abandono. É urgente completar o que tão bem se começou.

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