Dias com árvores: Roubaram a alegria!

28-05-2010
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Impatiens "Celsia"Uma das plantas do género Impatiens, não a que mostro acima, tem em português o singelo nome de alegria-da-casa (a da foto, tanto quanto sei, não tem nome na nossa língua). Assim, no mesmo passo em que justifico um título reminiscente dos poemas de Ary dos Santos, admito que o mesmo está incorrecto. Mas o tom de denúncia que tenciono dar ao texto é, julgo eu, digno do estro do malogrado poeta.Ao contrário do que diz a voz do povo (aí já me afasto do meu modelo, que deu sempre razão ao povo), as pombas não têm culpa das redes que cobrem alguns canteiros públicos; ou, se alguma culpa têm por devorarem as couves que por vezes os ornamentam, não têm dela o maior quinhão. É que as pombas não roubam flores para levar para casa, e é por isso forçoso atribuirmos à (desonesta) acção humana as clareiras que surgem nos canteiros desprotegidos logo depois de serem renovadas as flores sazonais.No Jardim do Carregal as flores do momento são essas da foto a que chamo alegrias para fins retóricos. Roubaram-nas, claro - embora com moderação, para que ao longe não se notasse o desfalque. Se as flores se chamassem tristezas também as teriam roubado, pois estes ladrões não são de esquisitices.


Impatiens "Celsia"Uma das plantas do género Impatiens, não a que mostro acima, tem em português o singelo nome de alegria-da-casa (a da foto, tanto quanto sei, não tem nome na nossa língua). Assim, no mesmo passo em que justifico um título reminiscente dos poemas de Ary dos Santos, admito que o mesmo está incorrecto. Mas o tom de denúncia que tenciono dar ao texto é, julgo eu, digno do estro do malogrado poeta.Ao contrário do que diz a voz do povo (aí já me afasto do meu modelo, que deu sempre razão ao povo), as pombas não têm culpa das redes que cobrem alguns canteiros públicos; ou, se alguma culpa têm por devorarem as couves que por vezes os ornamentam, não têm dela o maior quinhão. É que as pombas não roubam flores para levar para casa, e é por isso forçoso atribuirmos à (desonesta) acção humana as clareiras que surgem nos canteiros desprotegidos logo depois de serem renovadas as flores sazonais.No Jardim do Carregal as flores do momento são essas da foto a que chamo alegrias para fins retóricos. Roubaram-nas, claro - embora com moderação, para que ao longe não se notasse o desfalque. Se as flores se chamassem tristezas também as teriam roubado, pois estes ladrões não são de esquisitices.

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