Dias com árvores: Valha-nos São Tomilho

28-05-2010
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Thymus vulgaris L.Na anterior divagação sobre tomilhos e afins, falámos de alhos e mostrámos bugalhos: o Thymus caespititius, que ilustra essa prosa, não existe nos terrenos calcários do centro e sul do país. A espécie mais comum nesse habitat é o Thymus zygis L., conhecido como erva-de-Santa-Maria ou tomilhinho, e componente importante na dieta do gado de cujo leite se faz o afamado queijo Rabaçal. Fica a promessa de que ele (o tomilhinho, não o queijo) há-de aqui aparecer um dia, mas ainda não hoje. Vem a propósito comentar que, assim como cada dia tem o seu santo no calendário devoto, também a nossa flora espontânea parece ter sido repartida, com maior ou menor grau de arbitrariedade, por esses ilustres inquilinos do paraíso celeste. Existem a erva-de-São-Roberto, a erva-de-São-Roque, a erva-de-Santo-Estevão, a erva-de-Santa-Ana, a erva-de-São-Guilherme, a erva-de-São-Cristovão, a erva-de-Santa-Bárbara, a erva-de-São-João, e sabe-se lá quantas mais plantas a que poderíamos chamar hagiófitas. Tal profusão de nomes populares-devocionistas denuncia uma relação remota, hoje em grande parte perdida, entre pessoas e plantas, e reforça a ideia de que somos (ou fomos) um país beato, mas também nos leva a confundir plantas que não têm entre si qualquer semelhança ou parentesco.O Thymus vulgaris, ou tomilho-vulgar, é o mais cultivado do seu género e o mais versátil para usos culinários: faz toda a diferença ao paladar juntá-lo como tempero a molhos, saladas, estufados e assados - sobretudo de borrego. É espontâneo em terrenos áridos e pedregosos da região mediterrânica, e ocorre na Península Ibérica mas não em Portugal. Subarbusto compacto, rasteiro (até 30 cm), muito ramificado, tem raminhos sedosos e esbranquiçados, folhas estreitas com margens recurvadas para dentro, e flores brancas ou rosadas, pequeninas (até 5 mm) e penugentas.


Thymus vulgaris L.Na anterior divagação sobre tomilhos e afins, falámos de alhos e mostrámos bugalhos: o Thymus caespititius, que ilustra essa prosa, não existe nos terrenos calcários do centro e sul do país. A espécie mais comum nesse habitat é o Thymus zygis L., conhecido como erva-de-Santa-Maria ou tomilhinho, e componente importante na dieta do gado de cujo leite se faz o afamado queijo Rabaçal. Fica a promessa de que ele (o tomilhinho, não o queijo) há-de aqui aparecer um dia, mas ainda não hoje. Vem a propósito comentar que, assim como cada dia tem o seu santo no calendário devoto, também a nossa flora espontânea parece ter sido repartida, com maior ou menor grau de arbitrariedade, por esses ilustres inquilinos do paraíso celeste. Existem a erva-de-São-Roberto, a erva-de-São-Roque, a erva-de-Santo-Estevão, a erva-de-Santa-Ana, a erva-de-São-Guilherme, a erva-de-São-Cristovão, a erva-de-Santa-Bárbara, a erva-de-São-João, e sabe-se lá quantas mais plantas a que poderíamos chamar hagiófitas. Tal profusão de nomes populares-devocionistas denuncia uma relação remota, hoje em grande parte perdida, entre pessoas e plantas, e reforça a ideia de que somos (ou fomos) um país beato, mas também nos leva a confundir plantas que não têm entre si qualquer semelhança ou parentesco.O Thymus vulgaris, ou tomilho-vulgar, é o mais cultivado do seu género e o mais versátil para usos culinários: faz toda a diferença ao paladar juntá-lo como tempero a molhos, saladas, estufados e assados - sobretudo de borrego. É espontâneo em terrenos áridos e pedregosos da região mediterrânica, e ocorre na Península Ibérica mas não em Portugal. Subarbusto compacto, rasteiro (até 30 cm), muito ramificado, tem raminhos sedosos e esbranquiçados, folhas estreitas com margens recurvadas para dentro, e flores brancas ou rosadas, pequeninas (até 5 mm) e penugentas.

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