Dias com árvores: Tagetes patula

19-12-2009
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O nome científico desta herbácea mexicana da família Compositae, de caule curto e folhagem recortada e muito espalhada (patula), é uma homenagem à divindade etrusca Tages, deus da sabedoria que doou ao povo da Etrúria (actual Toscana) o poder de bem cultivar a terra.Mas no México, onde a cor da morte é o amarelo e não o preto, ela é a flor-do-morto, participante involuntária dos rituais de sacrifício ao deus Sol durante o império asteca. Um preparado sedativo de tagetes, perfumado e levemente alucinogéneo, tornava dóceis as vítimas, enquanto pétalas eram queimadas criando nos templos um nevoeiro inebriante, adocicado como anis. Ali a deusa das flores e do riso era decorada com cascatas de tagetes mas também com cascavéis, símbolo da omnipresença da morte. Com o tempo, esta herança mórbida transformou-se num dever: a tagetes, que no México floresce em Novembro, é guardiã dos altares dedicados aos defuntos e, no primeiro dia deste mês, guia as almas com a sua cor dourada e o aroma intenso.Entre nós, a tagetes é usada como ornamento em bordaduras de terra bem drenada, como pesticida e repelente natural de pulgões, ácaros e algumas lagartas, e o seu chá é anti-espasmódico, anti-reumático e antitússico. E é um poderoso corante: como suplemento alimentar de aves faz as gemas de ovo nascerem mais amarelinhas.


O nome científico desta herbácea mexicana da família Compositae, de caule curto e folhagem recortada e muito espalhada (patula), é uma homenagem à divindade etrusca Tages, deus da sabedoria que doou ao povo da Etrúria (actual Toscana) o poder de bem cultivar a terra.Mas no México, onde a cor da morte é o amarelo e não o preto, ela é a flor-do-morto, participante involuntária dos rituais de sacrifício ao deus Sol durante o império asteca. Um preparado sedativo de tagetes, perfumado e levemente alucinogéneo, tornava dóceis as vítimas, enquanto pétalas eram queimadas criando nos templos um nevoeiro inebriante, adocicado como anis. Ali a deusa das flores e do riso era decorada com cascatas de tagetes mas também com cascavéis, símbolo da omnipresença da morte. Com o tempo, esta herança mórbida transformou-se num dever: a tagetes, que no México floresce em Novembro, é guardiã dos altares dedicados aos defuntos e, no primeiro dia deste mês, guia as almas com a sua cor dourada e o aroma intenso.Entre nós, a tagetes é usada como ornamento em bordaduras de terra bem drenada, como pesticida e repelente natural de pulgões, ácaros e algumas lagartas, e o seu chá é anti-espasmódico, anti-reumático e antitússico. E é um poderoso corante: como suplemento alimentar de aves faz as gemas de ovo nascerem mais amarelinhas.

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