Dias com árvores: "As Maias"

19-12-2009
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. Todos os anos no "último de Abril" as pessoas continuam a fazer questão de arranjar o seu ramalhete de giestas amarelas para colocarem nas portas ou janelas e assim cumprirem a tradição: apanhadas, compradas ou dadas "as maias" não podem faltar e devem colocar-se antes da meia noite."Para que haja fartura", "para espantar o carrapato", " contra o mau olhado" , "contra as bruxas"... Tudo isto ouvi eu ontem quando fazia a ronda no bairro, manhã de sábado e de sol, puxando a conversa. No prédio, a vizinha, tinha-me prevenido:"Já lá tenho para si também, se quiser!"É da Beira-Alta a quadra que José Leite de Vasconcelos trancreve nos seus apontamentos sobre os costumes tradicionais ligados ao 1º de Maio, mas também por cá se poderia pois cantar:«A flor da giesta ......................................A flor da canaQuem a tem logo a empresta ......................Quem a tem logo a apanha.»Giesta- Cytisus ssp.Escreve Leite de Vasconcelos:«(...) As Maias propriamente ditas constam de duas partes: o enramalhamento das portas e o Maio-moço. Tratemo-las em separado.1- No primeiro de Maio, no Douro, Beira-Alta, Minho, etc. enfeitam-se as portas das casas com ramos de giestas amarelas, chamadas Maias, que aqui no Porto são vendidas pelas ruas no último de Abril. O povo dá estes costumes duas explicações, conforme eu disse num folhetim inserto n a Vanguarda, nº20 de 1880 (...): a) Quando a Virgem foi para o Egipto deixou pelo caminho muitos ramos de giesta para não se enganar na volta; b) Quando Jesus Cristo nasceu, os judeus procuraram-no para o matarem, e, como soubessem que ele estava numa casa, colocaram-lhe à porta um ramo de giesta, afim de no dia seguinte o prenderem. Nesse dia, porém, todas as casas da povoação apareceram marcadas, e os judeus não puderam dar com ele. Em Vermoil, o costume sofre uma modificação: as cortes de gado são enfeitadas com ramos de carvalho, ao que chamam "maiar o gado". (Junho de 1882) »In As maias: costumes populares portuguezes: carta ao illustre folklorista hispanhol o Sr. D. F. Rodrigues Maria, José Leite de Vasconcelos.- Barcelos: [s.n.], 1882. - Extr. do "Tirocinio".Cytisus ssp.Ontem, as "maias" que se vendiam pela cidade eram desta espécie que creio ser Cytisus scoparius, a mais comum entre nós, as giestas-bravas ou giestas-das-vassouras. (scoparius, em latim significa justamente "em forma de vassoura" ou "que serve para fazer vassouras").


. Todos os anos no "último de Abril" as pessoas continuam a fazer questão de arranjar o seu ramalhete de giestas amarelas para colocarem nas portas ou janelas e assim cumprirem a tradição: apanhadas, compradas ou dadas "as maias" não podem faltar e devem colocar-se antes da meia noite."Para que haja fartura", "para espantar o carrapato", " contra o mau olhado" , "contra as bruxas"... Tudo isto ouvi eu ontem quando fazia a ronda no bairro, manhã de sábado e de sol, puxando a conversa. No prédio, a vizinha, tinha-me prevenido:"Já lá tenho para si também, se quiser!"É da Beira-Alta a quadra que José Leite de Vasconcelos trancreve nos seus apontamentos sobre os costumes tradicionais ligados ao 1º de Maio, mas também por cá se poderia pois cantar:«A flor da giesta ......................................A flor da canaQuem a tem logo a empresta ......................Quem a tem logo a apanha.»Giesta- Cytisus ssp.Escreve Leite de Vasconcelos:«(...) As Maias propriamente ditas constam de duas partes: o enramalhamento das portas e o Maio-moço. Tratemo-las em separado.1- No primeiro de Maio, no Douro, Beira-Alta, Minho, etc. enfeitam-se as portas das casas com ramos de giestas amarelas, chamadas Maias, que aqui no Porto são vendidas pelas ruas no último de Abril. O povo dá estes costumes duas explicações, conforme eu disse num folhetim inserto n a Vanguarda, nº20 de 1880 (...): a) Quando a Virgem foi para o Egipto deixou pelo caminho muitos ramos de giesta para não se enganar na volta; b) Quando Jesus Cristo nasceu, os judeus procuraram-no para o matarem, e, como soubessem que ele estava numa casa, colocaram-lhe à porta um ramo de giesta, afim de no dia seguinte o prenderem. Nesse dia, porém, todas as casas da povoação apareceram marcadas, e os judeus não puderam dar com ele. Em Vermoil, o costume sofre uma modificação: as cortes de gado são enfeitadas com ramos de carvalho, ao que chamam "maiar o gado". (Junho de 1882) »In As maias: costumes populares portuguezes: carta ao illustre folklorista hispanhol o Sr. D. F. Rodrigues Maria, José Leite de Vasconcelos.- Barcelos: [s.n.], 1882. - Extr. do "Tirocinio".Cytisus ssp.Ontem, as "maias" que se vendiam pela cidade eram desta espécie que creio ser Cytisus scoparius, a mais comum entre nós, as giestas-bravas ou giestas-das-vassouras. (scoparius, em latim significa justamente "em forma de vassoura" ou "que serve para fazer vassouras").

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