Dias com árvores: Postal de Outono

18-12-2009
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Foto: mdlr 0411 - Vidago - campo de golfe ao pôr-do-sol Havia pouca gente no Parque das Termas de Vidago quando, guiados pelo nosso amigo Manuel Miranda Fernandes, o visitámos no último domingo. Poderá ter sido um acaso: afinal, em Vila Pouca de Aguiar, a curta distância de Vidago, realizava-se uma Festa da Castanha e do Cabrito que pode ter atraído muitos dos habituais utentes do parque. Mas fica a dúvida a roer: será que os privilegiados que vivem ao alcance de tanta beleza acabam por se esquecer de a usufruir?
Se os tratamentos termais foram caindo em desuso na segunda metade do século XX, ficaram, dos seus tempos áureos, sumptuosos parques que guardam as melhores colecções de árvores ornamentais do nosso país. Boa parte da eficácia dessas curas devia-se por certo ao sossego, pontuado por árvores magníficas e embalado por artificiosos lagos e cursos de água, que se desfrutava nesses locais. Talvez a virtude medicinal das águas, embora indiscutível, tivesse sido exagerada por uma crença ingénua, desde então destronada pelos frios laboratórios que produzem os modernos medicamentos; mas não há nada de ingénuo ou de ultrapassado na cura pela paisagem e pelo repouso contemplativo.
Nem o Parque nem as Termas de Vidago estão, felizmente, abandonados: o Palace Hotel, construído entre 1908 e 1910, é ainda hoje um dos mais grandiosos do país, e muita gente escolhe Vidago para as suas férias de Verão. Mas, ao contrário da praia, um parque como o de Vidago não perde atractivos fora da época alta: conheci-o só neste domingo, pintado com as cores de um Outono deslumbrante; e como gostaria de lá voltar assiduamente para acompanhar as suas metamorfoses!


Foto: mdlr 0411 - Vidago - campo de golfe ao pôr-do-sol Havia pouca gente no Parque das Termas de Vidago quando, guiados pelo nosso amigo Manuel Miranda Fernandes, o visitámos no último domingo. Poderá ter sido um acaso: afinal, em Vila Pouca de Aguiar, a curta distância de Vidago, realizava-se uma Festa da Castanha e do Cabrito que pode ter atraído muitos dos habituais utentes do parque. Mas fica a dúvida a roer: será que os privilegiados que vivem ao alcance de tanta beleza acabam por se esquecer de a usufruir?
Se os tratamentos termais foram caindo em desuso na segunda metade do século XX, ficaram, dos seus tempos áureos, sumptuosos parques que guardam as melhores colecções de árvores ornamentais do nosso país. Boa parte da eficácia dessas curas devia-se por certo ao sossego, pontuado por árvores magníficas e embalado por artificiosos lagos e cursos de água, que se desfrutava nesses locais. Talvez a virtude medicinal das águas, embora indiscutível, tivesse sido exagerada por uma crença ingénua, desde então destronada pelos frios laboratórios que produzem os modernos medicamentos; mas não há nada de ingénuo ou de ultrapassado na cura pela paisagem e pelo repouso contemplativo.
Nem o Parque nem as Termas de Vidago estão, felizmente, abandonados: o Palace Hotel, construído entre 1908 e 1910, é ainda hoje um dos mais grandiosos do país, e muita gente escolhe Vidago para as suas férias de Verão. Mas, ao contrário da praia, um parque como o de Vidago não perde atractivos fora da época alta: conheci-o só neste domingo, pintado com as cores de um Outono deslumbrante; e como gostaria de lá voltar assiduamente para acompanhar as suas metamorfoses!

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