Schinus terebinthifolius Raddi [e não Pistacia atlantica Desf.]Ha quatro annos que recebemos d'um nosso amigo vinte e tantas sementes acompanhadas do nome de Pimenteira da India. Semeamol-as e nasceram bem. As plantas foram-se desenvolvendo e passaram todo o inverno ao ar livre, sem que as geadas as prejudicassem. Plantamos um exemplar no jardim [das Virtudes], e em outubro media cerca de 1m,50 d'altura. Pouco depois florescia, e viamos que a semente, enviada pelo nosso amigo como o nome de Pimenteira da India, não era outra senão a Pistacea atlantica.José Marques Loureiro, Jornal de Horticultura Prática, 1881 (213-214)Esta nota de José Marques Loureiro, jardineiro do Horto das Virtudes, não foi infelizmente ilustrada por uma foto, mas esta é das poucas plantas da cidade de cuja infância conhecemos alguns detalhes. A árvore continua de boa saúde, a florir e a encher-se de frutos entre Novembro e Março, embora cada vez mais sozinha no seu socalco - longe vão os tempos em que era vizinha de centenas de camélias e visitada por reis e admiradores. Com 122 anos, esta jovem pistácia poderia aspirar, em lugares bíblicos onde até as pedras arremessadas são sagradas, a mais um ou dois séculos de história. Num jardim dito das virtudes, favorecido por verões longos e secos, pode abalançar-se à eternidade.A Pistacia atlantica é uma árvore com ritidoma castanho rugoso, folhagem perene, folhas compostas com o eixo central alado e três a nove folíolos. É originária do Sudeste da Europa e do Norte de África, e o epíteto específico foi atribuído pelo botânico francês René Desfontaines (1750-1831) depois de uma expedição em 1785 às Montanhas do Atlas, no Norte de África.Sendo planta dióica, estranha-se a profusão de frutos que fotografámos, pois não conhecemos nenhuma outra P. atlantica perto desta; o mais provável é que sejam bagas estéreis.Errata. Leia aqui uma importante correcção a este texto.
Categorias
Entidades
Schinus terebinthifolius Raddi [e não Pistacia atlantica Desf.]Ha quatro annos que recebemos d'um nosso amigo vinte e tantas sementes acompanhadas do nome de Pimenteira da India. Semeamol-as e nasceram bem. As plantas foram-se desenvolvendo e passaram todo o inverno ao ar livre, sem que as geadas as prejudicassem. Plantamos um exemplar no jardim [das Virtudes], e em outubro media cerca de 1m,50 d'altura. Pouco depois florescia, e viamos que a semente, enviada pelo nosso amigo como o nome de Pimenteira da India, não era outra senão a Pistacea atlantica.José Marques Loureiro, Jornal de Horticultura Prática, 1881 (213-214)Esta nota de José Marques Loureiro, jardineiro do Horto das Virtudes, não foi infelizmente ilustrada por uma foto, mas esta é das poucas plantas da cidade de cuja infância conhecemos alguns detalhes. A árvore continua de boa saúde, a florir e a encher-se de frutos entre Novembro e Março, embora cada vez mais sozinha no seu socalco - longe vão os tempos em que era vizinha de centenas de camélias e visitada por reis e admiradores. Com 122 anos, esta jovem pistácia poderia aspirar, em lugares bíblicos onde até as pedras arremessadas são sagradas, a mais um ou dois séculos de história. Num jardim dito das virtudes, favorecido por verões longos e secos, pode abalançar-se à eternidade.A Pistacia atlantica é uma árvore com ritidoma castanho rugoso, folhagem perene, folhas compostas com o eixo central alado e três a nove folíolos. É originária do Sudeste da Europa e do Norte de África, e o epíteto específico foi atribuído pelo botânico francês René Desfontaines (1750-1831) depois de uma expedição em 1785 às Montanhas do Atlas, no Norte de África.Sendo planta dióica, estranha-se a profusão de frutos que fotografámos, pois não conhecemos nenhuma outra P. atlantica perto desta; o mais provável é que sejam bagas estéreis.Errata. Leia aqui uma importante correcção a este texto.