Dias com árvores: Morrião-das-areias

19-12-2009
marcar artigo


Anagallis monelli - Parque das Dunas da AgudaAs plantas que vivem nas dunas experimentam por rotina uma versão branda de nomadismo no deserto: permanentemente expostas ao sal, a amplitudes térmicas elevadas e à falta de água, têm ainda de resistir ao vento agreste que as faz adormecer no topo de um monte de areia, rebolar duna abaixo durante o sono e acordar com o mar ao pé a sussurar-lhes maravilhas de outras paragens. Para escaparem à morte em tais aventuras, têm estruturas formidáveis de defesa: as folhas são reduzidas e cutinizadas, frequentemente com penugem para se protegerem do sol excessivo, ou carnudas como cactos para armazenarem água, e as raízes são longas ou dispostas em roseta.Mas esta vegetação costeira, tão avançada na sua adaptação à beira-mar, tem um inimigo recente mais poderoso: os frequentadores das praias, sedentos de espuma, banhos de sol e jogos na areia, que, descuidados, pisoteiam tudo o que cobre as dunas. Por isso o Parque das Dunas da Aguda, de entrada gratuita, é uma preciosidade que só peca por ser pequena. Trata-se de um rectângulo de areia vedado, um recanto acolhedor para dunas e vegetação onde até o fotógrafo se tem que contentar com as plantas que marginam os passadiços. Depois de uma conversa breve com o guarda, que aponta orgulhosamente os cordeirinhos-da-praia, o sapinho-das-areias, o rabo-de-lebre, a eruca-marinha, a morganheira-da-praia, a erva-pinchoneira, o alfinete-das-areias, a camarinha, o goivinho-da-praia e a couve-marítima, e revela um ninho na areia onde diariamente conta o número de ovos, fomos à procura da flor azul.E lá estava ela, belíssima, em rosetas prostradas, o único azul no areal. A Anagallis monelli, morrião de flores grandes, é espontânea da Península Ibérica ao Norte de África.


Anagallis monelli - Parque das Dunas da AgudaAs plantas que vivem nas dunas experimentam por rotina uma versão branda de nomadismo no deserto: permanentemente expostas ao sal, a amplitudes térmicas elevadas e à falta de água, têm ainda de resistir ao vento agreste que as faz adormecer no topo de um monte de areia, rebolar duna abaixo durante o sono e acordar com o mar ao pé a sussurar-lhes maravilhas de outras paragens. Para escaparem à morte em tais aventuras, têm estruturas formidáveis de defesa: as folhas são reduzidas e cutinizadas, frequentemente com penugem para se protegerem do sol excessivo, ou carnudas como cactos para armazenarem água, e as raízes são longas ou dispostas em roseta.Mas esta vegetação costeira, tão avançada na sua adaptação à beira-mar, tem um inimigo recente mais poderoso: os frequentadores das praias, sedentos de espuma, banhos de sol e jogos na areia, que, descuidados, pisoteiam tudo o que cobre as dunas. Por isso o Parque das Dunas da Aguda, de entrada gratuita, é uma preciosidade que só peca por ser pequena. Trata-se de um rectângulo de areia vedado, um recanto acolhedor para dunas e vegetação onde até o fotógrafo se tem que contentar com as plantas que marginam os passadiços. Depois de uma conversa breve com o guarda, que aponta orgulhosamente os cordeirinhos-da-praia, o sapinho-das-areias, o rabo-de-lebre, a eruca-marinha, a morganheira-da-praia, a erva-pinchoneira, o alfinete-das-areias, a camarinha, o goivinho-da-praia e a couve-marítima, e revela um ninho na areia onde diariamente conta o número de ovos, fomos à procura da flor azul.E lá estava ela, belíssima, em rosetas prostradas, o único azul no areal. A Anagallis monelli, morrião de flores grandes, é espontânea da Península Ibérica ao Norte de África.

marcar artigo