Dias com árvores: Tinto da região demarcada

28-05-2010
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Linaria aeruginea (Gouan) Cav.Indicaram-nos, como endereço, um rio e uma estrada a bordejá-lo. Nós, mal o tempo se compôs, fomos à procura dela. Guiados pela EN 222 em direcção a S. Salvador do Mundo, a cada quilómetro mais receosos das perdas nos taludes vítimas do zelo herbicida, só a avistámos perto do Pinhão. Menos que vinte hastes florais, erectas como cabides, de pontas púrpura (aeruginea indica que têm cor de ferrugem) a salpicar um muro de não mais de cem metros. Para nossa fortuna, as flores são avantajadas, distinguem-se até as riscas do peito, e o esporão é longo como o de um inusitado cálice de Porto.Talvez pela concentração elevada de vapores etílicos nesta região, houve quem lhe chamasse Linaria supina (prostrada); e, comprovando que o sumo de uva tem fama pelo proveito, há mesmo quem lhe atribua o nome comum ansarina-amarela - leu bem, amarela. É verdade que a obra de O. Polunin e B. E. Smythies sobre a flora do sudoeste europeu regista alguma variação de cor nesta espécie, arriscando mesmo um castanhado-amarelado. E dá uma ajuda à identificação: as folhas, sendo estreitas e lembrando as do linho como é usual neste género, têm margens reviradas para dentro.A palavra taluda não deriva da sorte grande que representa encontrar um endemismo ibérico tão raro como este num vulgar talude, mas deveria. Um dia destes conto-vos qual foi a terminação.


Linaria aeruginea (Gouan) Cav.Indicaram-nos, como endereço, um rio e uma estrada a bordejá-lo. Nós, mal o tempo se compôs, fomos à procura dela. Guiados pela EN 222 em direcção a S. Salvador do Mundo, a cada quilómetro mais receosos das perdas nos taludes vítimas do zelo herbicida, só a avistámos perto do Pinhão. Menos que vinte hastes florais, erectas como cabides, de pontas púrpura (aeruginea indica que têm cor de ferrugem) a salpicar um muro de não mais de cem metros. Para nossa fortuna, as flores são avantajadas, distinguem-se até as riscas do peito, e o esporão é longo como o de um inusitado cálice de Porto.Talvez pela concentração elevada de vapores etílicos nesta região, houve quem lhe chamasse Linaria supina (prostrada); e, comprovando que o sumo de uva tem fama pelo proveito, há mesmo quem lhe atribua o nome comum ansarina-amarela - leu bem, amarela. É verdade que a obra de O. Polunin e B. E. Smythies sobre a flora do sudoeste europeu regista alguma variação de cor nesta espécie, arriscando mesmo um castanhado-amarelado. E dá uma ajuda à identificação: as folhas, sendo estreitas e lembrando as do linho como é usual neste género, têm margens reviradas para dentro.A palavra taluda não deriva da sorte grande que representa encontrar um endemismo ibérico tão raro como este num vulgar talude, mas deveria. Um dia destes conto-vos qual foi a terminação.

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