Dias com árvores: Do outro lado

19-12-2009
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One gift the fairies gave me (threeThey commonly bestowed of yore):The love of books, the golden keyThat opens the enchanted door. Andrew Lang (1844-1912) in Ballade of the BookwormVivemos hoje num mundo de portas fechadas; portas cada vez mais fortes, com miolo de aço, fechaduras de quatro voltas e sete trancas, cordão de segurança e óculo para avaliar instrusos. O tema da porta misteriosa sempre foi terreno literário fértil, mas as portas fechadas de hoje não têm qualquer mistério: escondem medrosos como nós.E que faz a imaginação quando encontra uma abertura prosaica, sem porta e sem resguardo, que não leva a nenhum lugar de encanto? Isso é o que se vê à luz crua do dia, mas quem sabe o que aparece mais tarde, quando nos fechamos em casa? Há lugares mágicos que já não são para o nosso tempo. Uma Alice moderna nunca seguiria o Coelho Branco pela toca abaixo, pois os pais, mesmo deixando-a brincar à beira-rio com a irmã, nem por um instante a perderiam de vista.Quem, a hora propícia, se encontrar na margem direita do Tâmega, em Amarante, com a única banda sonora do rio e dos bichos nocturnos, não deixe de seguir a criatura furtiva que desliza para dentro do plátano. Depois conte-nos o que viu.


One gift the fairies gave me (threeThey commonly bestowed of yore):The love of books, the golden keyThat opens the enchanted door. Andrew Lang (1844-1912) in Ballade of the BookwormVivemos hoje num mundo de portas fechadas; portas cada vez mais fortes, com miolo de aço, fechaduras de quatro voltas e sete trancas, cordão de segurança e óculo para avaliar instrusos. O tema da porta misteriosa sempre foi terreno literário fértil, mas as portas fechadas de hoje não têm qualquer mistério: escondem medrosos como nós.E que faz a imaginação quando encontra uma abertura prosaica, sem porta e sem resguardo, que não leva a nenhum lugar de encanto? Isso é o que se vê à luz crua do dia, mas quem sabe o que aparece mais tarde, quando nos fechamos em casa? Há lugares mágicos que já não são para o nosso tempo. Uma Alice moderna nunca seguiria o Coelho Branco pela toca abaixo, pois os pais, mesmo deixando-a brincar à beira-rio com a irmã, nem por um instante a perderiam de vista.Quem, a hora propícia, se encontrar na margem direita do Tâmega, em Amarante, com a única banda sonora do rio e dos bichos nocturnos, não deixe de seguir a criatura furtiva que desliza para dentro do plátano. Depois conte-nos o que viu.

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