Montanha russa em noites de insônia e delírios: agosto 2004 Archives

16-10-2009
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35- Estou renunciando Minha alma chora neste momento, embora meus olhos estejam suportando a invasão das lágrimas.

Quanto um amor pode ser puro e verdadeiro? A pureza e a verdade do amor estão na renúncia.

No passado renunciei a Zeus em nome de sua liberdade. No presente, renuncio novamente a Zeus em nome de sua amizade.

São trocas. Para continuar vendo-o, preciso calar o meu amor que o sufoca. Compreendo o porquê. Da mesma forma que existe Peleu a me amar, me receber, me cuidar, Zeus necessita de alguém a seu lado para recebê-lo com carinho e ouvi-lo; ele busca uma companheira constante, algo que não posso ser.

Encontrei-me com Zeus ontem. Céus, como tive que controlar meus sentimentos para não me atirar a seus pés e implorar-lhe: me ame, me rapte, me leve com você para onde for. Ele quer continuar a me ver como a sua grande amiga, quer conviver comigo e com Peleu.

Disse que gosta de estar comigo e até me fez um pedido: eu apresentar-lhe uma amiga para que pudéssemos conviver os quatro. Como poderei vê-lo com alguém que conheço? Isso me causaria profundas feridas, eu não resistiria. Pediu ainda que fosse como eu, com minhas características físicas, comportamentais e emocionais. Só existe uma Thetis e sou eu.

É amor por mim? Ele diz que não. É tudo tão confuso, tão complexo e paradoxal!

Deixar de amá-lo é impossível, terei que tranqüilizar minhas emoções. Este é o meu primeiro dia de aprendizagem e está doendo muito. Renuncio ao meu amor por você, amado e imortal Zeus, em nome da sua amizade por mim.

É a prova deste meu amor e nunca ninguém irá amá-lo como eu. Comentários: (6) Posted by thetis.cris at 04:16 PM

34- Zeus, Thetis, Peleu e filhos Segundo a mitologia, Zeus apaixona-se pela deusa Thetis. É avisado, telepaticamente, por Prometeu que o filho nascido dessa união o destronaria do Olimpo, como ele fez com Cronos que, por sua vez, fez com Urano.

O deus do Olimpo pede, então, a Afrodite que impeça qualquer deus de se aproximar da formosa deusa, fazendo-a apaixonar-se por Peleu, um mortal. Nasce Aquiles dessa união.

A história comigo difere em vários aspectos.

Não tenho filhos porque não quis tê-los. Entretanto, houve um momento em minha vida que não me importei se engravidasse. Foi quando, sem nenhuma proteção de minha parte ou da dele, fizemos amor, Zeus e eu, quando me encontrava em meu período fértil. Isso aconteceu há dezessete anos, mais ou menos. Havia o risco da gravidez, mas um pedaço dele em mim e para sempre não me assustava.

Não teria contado a Zeus, se tivesse acontecido. Teria dito que era filho daquele que um dia esteve em minha vida por nove anos e, até hoje, não compreendo como pude estar com um homem horroroso em todos os aspectos por nove anos. Teríamos nos casado e o meu filho com Zeus estaria registrado como filho daquele. Somente eu saberia a verdade, ninguém mais. Mas não engravidei.

Por que não contaria a Zeus? Porque sempre o amei. Tanto que abdicaria dessa verdade em função de não privá-lo da liberdade, liberdade que nos separou. Não queria que pensasse que tudo aconteceu para se tornar uma chantagem emocional, uma forma de pressioná-lo a ficar comigo.

E por que ele foi o único homem pelo qual uma gravidez não me assustaria? Porque sempre o amei. Ter um filho com ele seria tê-lo para sempre comigo. Um filho pode ser uma lembrança? Acredito que sim e o amaria tanto por sabê-lo parte de Zeus.

Onde quer que esteja, amado Zeus, lembre-se de que sempre o amei e continuo amando-o.

Perdoe-me, Peleu. Eu o amo e muito. Mas não pude pensar em ter um filho com você. Comentários: (6) Posted by thetis.cris at 05:37 PM

33- Liberdade! Nesta semana, assisti a um especial sobre a migração de aves, pelo canal HBO. Lindo, maravilhoso, fantástico.

Uma das cenas mostrava diversos animais da Amazônia presos a gaiolas. Aquilo me encheu de profunda tristeza; era uma imagem dantesca a tomar conta de meus olhos.

Uma ararinha azul, inconformada e destemida, se enche de esperança, ao observar a imensidão do firmamento e todo aquele verde. Começa, então, a empurrar com o biquinho a trava que a mantém presa e consegue abrir a porta que a separava de seu habitat. Sobe na gaiola e alça vôo pelo céu azul. Tons de azul a se mesclarem com o verde das árvores.

LIBERDADE!

Chorei emocionada. Liberdade!!

A partir daí, tomei a ararinha azul como o meu símbolo da liberdade.

Li há pouco uma frase de Cecília Meireles: Liberdade: essa palavra que o sonho humano alimenta e que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

Estou a caminho da minha. Já consigo sentir os seus ares a invadir meus pulmões e respiro aliviada.

Meus amigos, quero saber de vocês quais os seus símbolos para a liberdade ou o que ela representa ou frases que falem desse estado da alma (?).

Aguardo as respostas com muito carinho. Comentários: (10) Posted by thetis.cris at 09:09 PM

32- Palavras, balinhas e óculos (A fotografia é de Howard Austin Feld e se encontra no site http://www.aktpaare.de/deutsch/galerien/paare)

O poder das palavras tem me seduzido dia a dia. É interessante perceber que as palavras escritas guardam um mistério porque, embora não sejam carregadas da entonação das emoções da palavra falada, momento em que os nossos ouvidos captam a informação, elas mobilizam um outro sentido: a visão.

A palavra falada é metade de quem a pronuncia e metade de quem a ouve, segundo Michel de Montaigne, um pensador francês, portanto, é passível de interpretações errôneas.

A palavra escrita seduz os olhos. Para serem vistas, é necessária a luz e luz é sempre um elemento de vida. A palavra escrita pode ser bebida em pequenas doses, permitindo que nos enamoremos dela e fiquemos horas a degustá-la.

Li em uma mensagem de Zeus para mim: Meu coração. Meu imortal não faz a mínima idéia do efeito que essas duas palavras tiveram em meu corpo todo. Recobri-me com elas, saboreei-as, pronunciei-as repetidas e incansáveis vezes e sorria de felicidade a cada reiteração. Se sou o seu coração, lá estou e ele cá está. Ele me guardou nesse espaço especial de carinho e amor.

Ontem me lembrei que sua cama guarda meu cheiro nos lençóis e travesseiro. Deixei células e suor, deixei alguns fios de cabelo, talvez alguns pêlos, deixei a seiva de meu prazer. Por mais que sejam lavadas essas roupas, minha energia ficou lá. Será que você a sente? Será que ela lhe causa deleites?

Guardo em minha bolsa uma caixinha de balas de onde você se serviu de duas naquele dia de abril. Ainda há duas balinhas lá e lá ficarão. Não me servirei delas, não jogarei a caixinha fora. Nela ficou a sua energia. Quando toco nela, crio um vínculo espiritual com você.

Também meus óculos de sol ficaram em sua casa. Onde ele os guardou? Será que toma esse objeto para sentir-me próximo a ele? Não quero pensar que os esqueceu em algum canto de alguma gaveta. Imagino que ele os encontra, traz para junto do peito e balbucia meu nome para trazer-me perto de si.

Ah, o amor... cheio de pequenos detalhes que trazem encantos e desencantos. Comentários: (13) Posted by thetis.cris at 04:19 PM

35- Estou renunciando Minha alma chora neste momento, embora meus olhos estejam suportando a invasão das lágrimas.

Quanto um amor pode ser puro e verdadeiro? A pureza e a verdade do amor estão na renúncia.

No passado renunciei a Zeus em nome de sua liberdade. No presente, renuncio novamente a Zeus em nome de sua amizade.

São trocas. Para continuar vendo-o, preciso calar o meu amor que o sufoca. Compreendo o porquê. Da mesma forma que existe Peleu a me amar, me receber, me cuidar, Zeus necessita de alguém a seu lado para recebê-lo com carinho e ouvi-lo; ele busca uma companheira constante, algo que não posso ser.

Encontrei-me com Zeus ontem. Céus, como tive que controlar meus sentimentos para não me atirar a seus pés e implorar-lhe: me ame, me rapte, me leve com você para onde for. Ele quer continuar a me ver como a sua grande amiga, quer conviver comigo e com Peleu.

Disse que gosta de estar comigo e até me fez um pedido: eu apresentar-lhe uma amiga para que pudéssemos conviver os quatro. Como poderei vê-lo com alguém que conheço? Isso me causaria profundas feridas, eu não resistiria. Pediu ainda que fosse como eu, com minhas características físicas, comportamentais e emocionais. Só existe uma Thetis e sou eu.

É amor por mim? Ele diz que não. É tudo tão confuso, tão complexo e paradoxal!

Deixar de amá-lo é impossível, terei que tranqüilizar minhas emoções. Este é o meu primeiro dia de aprendizagem e está doendo muito. Renuncio ao meu amor por você, amado e imortal Zeus, em nome da sua amizade por mim.

É a prova deste meu amor e nunca ninguém irá amá-lo como eu. Comentários: (6) Posted by thetis.cris at 04:16 PM

34- Zeus, Thetis, Peleu e filhos Segundo a mitologia, Zeus apaixona-se pela deusa Thetis. É avisado, telepaticamente, por Prometeu que o filho nascido dessa união o destronaria do Olimpo, como ele fez com Cronos que, por sua vez, fez com Urano.

O deus do Olimpo pede, então, a Afrodite que impeça qualquer deus de se aproximar da formosa deusa, fazendo-a apaixonar-se por Peleu, um mortal. Nasce Aquiles dessa união.

A história comigo difere em vários aspectos.

Não tenho filhos porque não quis tê-los. Entretanto, houve um momento em minha vida que não me importei se engravidasse. Foi quando, sem nenhuma proteção de minha parte ou da dele, fizemos amor, Zeus e eu, quando me encontrava em meu período fértil. Isso aconteceu há dezessete anos, mais ou menos. Havia o risco da gravidez, mas um pedaço dele em mim e para sempre não me assustava.

Não teria contado a Zeus, se tivesse acontecido. Teria dito que era filho daquele que um dia esteve em minha vida por nove anos e, até hoje, não compreendo como pude estar com um homem horroroso em todos os aspectos por nove anos. Teríamos nos casado e o meu filho com Zeus estaria registrado como filho daquele. Somente eu saberia a verdade, ninguém mais. Mas não engravidei.

Por que não contaria a Zeus? Porque sempre o amei. Tanto que abdicaria dessa verdade em função de não privá-lo da liberdade, liberdade que nos separou. Não queria que pensasse que tudo aconteceu para se tornar uma chantagem emocional, uma forma de pressioná-lo a ficar comigo.

E por que ele foi o único homem pelo qual uma gravidez não me assustaria? Porque sempre o amei. Ter um filho com ele seria tê-lo para sempre comigo. Um filho pode ser uma lembrança? Acredito que sim e o amaria tanto por sabê-lo parte de Zeus.

Onde quer que esteja, amado Zeus, lembre-se de que sempre o amei e continuo amando-o.

Perdoe-me, Peleu. Eu o amo e muito. Mas não pude pensar em ter um filho com você. Comentários: (6) Posted by thetis.cris at 05:37 PM

33- Liberdade! Nesta semana, assisti a um especial sobre a migração de aves, pelo canal HBO. Lindo, maravilhoso, fantástico.

Uma das cenas mostrava diversos animais da Amazônia presos a gaiolas. Aquilo me encheu de profunda tristeza; era uma imagem dantesca a tomar conta de meus olhos.

Uma ararinha azul, inconformada e destemida, se enche de esperança, ao observar a imensidão do firmamento e todo aquele verde. Começa, então, a empurrar com o biquinho a trava que a mantém presa e consegue abrir a porta que a separava de seu habitat. Sobe na gaiola e alça vôo pelo céu azul. Tons de azul a se mesclarem com o verde das árvores.

LIBERDADE!

Chorei emocionada. Liberdade!!

A partir daí, tomei a ararinha azul como o meu símbolo da liberdade.

Li há pouco uma frase de Cecília Meireles: Liberdade: essa palavra que o sonho humano alimenta e que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

Estou a caminho da minha. Já consigo sentir os seus ares a invadir meus pulmões e respiro aliviada.

Meus amigos, quero saber de vocês quais os seus símbolos para a liberdade ou o que ela representa ou frases que falem desse estado da alma (?).

Aguardo as respostas com muito carinho. Comentários: (10) Posted by thetis.cris at 09:09 PM

32- Palavras, balinhas e óculos (A fotografia é de Howard Austin Feld e se encontra no site http://www.aktpaare.de/deutsch/galerien/paare)

O poder das palavras tem me seduzido dia a dia. É interessante perceber que as palavras escritas guardam um mistério porque, embora não sejam carregadas da entonação das emoções da palavra falada, momento em que os nossos ouvidos captam a informação, elas mobilizam um outro sentido: a visão.

A palavra falada é metade de quem a pronuncia e metade de quem a ouve, segundo Michel de Montaigne, um pensador francês, portanto, é passível de interpretações errôneas.

A palavra escrita seduz os olhos. Para serem vistas, é necessária a luz e luz é sempre um elemento de vida. A palavra escrita pode ser bebida em pequenas doses, permitindo que nos enamoremos dela e fiquemos horas a degustá-la.

Li em uma mensagem de Zeus para mim: Meu coração. Meu imortal não faz a mínima idéia do efeito que essas duas palavras tiveram em meu corpo todo. Recobri-me com elas, saboreei-as, pronunciei-as repetidas e incansáveis vezes e sorria de felicidade a cada reiteração. Se sou o seu coração, lá estou e ele cá está. Ele me guardou nesse espaço especial de carinho e amor.

Ontem me lembrei que sua cama guarda meu cheiro nos lençóis e travesseiro. Deixei células e suor, deixei alguns fios de cabelo, talvez alguns pêlos, deixei a seiva de meu prazer. Por mais que sejam lavadas essas roupas, minha energia ficou lá. Será que você a sente? Será que ela lhe causa deleites?

Guardo em minha bolsa uma caixinha de balas de onde você se serviu de duas naquele dia de abril. Ainda há duas balinhas lá e lá ficarão. Não me servirei delas, não jogarei a caixinha fora. Nela ficou a sua energia. Quando toco nela, crio um vínculo espiritual com você.

Também meus óculos de sol ficaram em sua casa. Onde ele os guardou? Será que toma esse objeto para sentir-me próximo a ele? Não quero pensar que os esqueceu em algum canto de alguma gaveta. Imagino que ele os encontra, traz para junto do peito e balbucia meu nome para trazer-me perto de si.

Ah, o amor... cheio de pequenos detalhes que trazem encantos e desencantos. Comentários: (13) Posted by thetis.cris at 04:19 PM

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