A chuva chove mansamente... como um sonoQue tranqüilize, pacifique, resserene...A chuva chove mansamente... Que abandono!A chuva é a música de um poema de Verlaine...E vem-me o sonho de uma véspera solene,Em certo paço, já sem data e já sem dono...Véspera triste como a noite, que envenene...Num velho paço, muito longe, em terra estranha,Com muita névoa pelos ombros da montanha...Paço de imensos corredores espectrais,Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,Revira in-fólios, cancioneiros e missais...Autor: Cecília Meireles (Poetisa Brasileira/1901-1964)
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A chuva chove mansamente... como um sonoQue tranqüilize, pacifique, resserene...A chuva chove mansamente... Que abandono!A chuva é a música de um poema de Verlaine...E vem-me o sonho de uma véspera solene,Em certo paço, já sem data e já sem dono...Véspera triste como a noite, que envenene...Num velho paço, muito longe, em terra estranha,Com muita névoa pelos ombros da montanha...Paço de imensos corredores espectrais,Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,Revira in-fólios, cancioneiros e missais...Autor: Cecília Meireles (Poetisa Brasileira/1901-1964)