Contradições no negócio PT/TVI obrigam a ouvir Bava outra vez

19-05-2010
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O presidente da PT vai voltar ao Parlamento no domingo de manhã. Comissão espera as respostas de José Sócrates na segunda-feira

A audição de ontem de Manuel Polanco, administrador delegado na Media Capital, na comissão de inquérito ao negócio PT/TVI deixou os deputados da oposição ainda mais confusos sobre o processo negocial. PSD, CDS, BE e PCP são unânimes em apontar contradições sobre as versões relatadas e esperam agora pelas respostas do primeiro-ministro, que chegam segunda-feira, e por uma nova audição de Zeinal Bava, presidente da comissão executiva da PT, já marcada para domingo de manhã.

O prazo dos trabalhos - que terminava na próxima segunda-feira - foi prolongado por mais quatro semanas, até 11 de Junho, para permitir a consulta dos resumos das transcrições de escutas do processo Face Oculta, cujos envelopes foram ontem abertos na presença dos elementos da presidência da comissão parlamentar.

O deputado João Oliveira, do PCP, foi o primeiro a dar sinais públicos de que há contradições no processo negocial quando, ainda durante a audição de Manuel Polanco, anunciou que iria chamar Zeinal Bava para mais uma audição - que será a terceira no Parlamento sobre este caso.

Aos jornalistas, Pedro Duarte, deputado do PSD, foi mais contundente: "Há gente a mais a faltar à verdade nesta comissão, não é razoável." E "haver alguém que mente quer dizer que este negócio foi muito anómalo, há muita gente a querer esconder o que aconteceu", afirmou. Também Cecília Meireles, do CDS-PP, apontou que a audição de Polanco revelou "versões contraditórias" com o que tinha dito Zeinal Bava. "Nenhuma versão do negócio nem nenhuma versão do calendário bate certo", precisou a deputada centrista.

Na mesma linha, João Semedo, do Bloco de Esquerda, disse ao PÚBLICO que esta "é uma história mal contada, que está cheia de equívocos, contradições e de coisas que são inacreditáveis". Mas, frisou, uma coisa a audição de ontem tornou clara: "Não foi nenhum órgão da PT nem foi a Prisa que acabaram com o negócio."

Na próxima segunda-feira, o depoimento do primeiro-ministro chegará ao Parlamento e será analisado pelos deputados numa reunião no dia seguinte, aberta à comunicação social, "a não ser que seja solicitada a confidencialidade das respostas", segundo o presidente da comissão, Mota Amaral.

A folga de mais quatro semanas - embora Mota Amaral tenha pedido um esforço para que os trabalhos possam terminar antes - permitirá analisar os resumos das transcrições das escutas, fazer outras eventuais audições (além de Zeinal Bava) e voltar a questionar por escrito o primeiro-ministro, caso seja necessário. O novo prazo permitirá ainda a elaboração do relatório e a sua discussão.

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A abertura dos envelopes revelou que foram enviados resumos das transcrições de escutas do processo Face Oculta entre o ex-quadro do BCP Armando Vara e Paulo Penedos, ex-assessor da PT, e não as próprias transcrições. Um facto normal para o PSD, mas uma desilusão para o CDS. Mas só PSD e PCP assumem que vão consultar os documentos, o que só será permitido aos próprios deputados a partir de segunda-feira, em horário de expediente de funcionamento da Assembleia da República, respeitando o dever de confidencialidade e sem possibilidade de tirar fotocópias. Os resumos ficarão guardados num cofre na Assembleia da República.

O deputado Pedro Duarte estranhou que PS, BE e CDS se recusem a consultar os resumos das transcrições. "Estão a ir por cima de uma decisão judicial", disse, lembrando que foi um procurador da República e um juiz da comarca do Baixo Vouga que decidiram enviar as escutas ao Parlamento.

O presidente da PT vai voltar ao Parlamento no domingo de manhã. Comissão espera as respostas de José Sócrates na segunda-feira

A audição de ontem de Manuel Polanco, administrador delegado na Media Capital, na comissão de inquérito ao negócio PT/TVI deixou os deputados da oposição ainda mais confusos sobre o processo negocial. PSD, CDS, BE e PCP são unânimes em apontar contradições sobre as versões relatadas e esperam agora pelas respostas do primeiro-ministro, que chegam segunda-feira, e por uma nova audição de Zeinal Bava, presidente da comissão executiva da PT, já marcada para domingo de manhã.

O prazo dos trabalhos - que terminava na próxima segunda-feira - foi prolongado por mais quatro semanas, até 11 de Junho, para permitir a consulta dos resumos das transcrições de escutas do processo Face Oculta, cujos envelopes foram ontem abertos na presença dos elementos da presidência da comissão parlamentar.

O deputado João Oliveira, do PCP, foi o primeiro a dar sinais públicos de que há contradições no processo negocial quando, ainda durante a audição de Manuel Polanco, anunciou que iria chamar Zeinal Bava para mais uma audição - que será a terceira no Parlamento sobre este caso.

Aos jornalistas, Pedro Duarte, deputado do PSD, foi mais contundente: "Há gente a mais a faltar à verdade nesta comissão, não é razoável." E "haver alguém que mente quer dizer que este negócio foi muito anómalo, há muita gente a querer esconder o que aconteceu", afirmou. Também Cecília Meireles, do CDS-PP, apontou que a audição de Polanco revelou "versões contraditórias" com o que tinha dito Zeinal Bava. "Nenhuma versão do negócio nem nenhuma versão do calendário bate certo", precisou a deputada centrista.

Na mesma linha, João Semedo, do Bloco de Esquerda, disse ao PÚBLICO que esta "é uma história mal contada, que está cheia de equívocos, contradições e de coisas que são inacreditáveis". Mas, frisou, uma coisa a audição de ontem tornou clara: "Não foi nenhum órgão da PT nem foi a Prisa que acabaram com o negócio."

Na próxima segunda-feira, o depoimento do primeiro-ministro chegará ao Parlamento e será analisado pelos deputados numa reunião no dia seguinte, aberta à comunicação social, "a não ser que seja solicitada a confidencialidade das respostas", segundo o presidente da comissão, Mota Amaral.

A folga de mais quatro semanas - embora Mota Amaral tenha pedido um esforço para que os trabalhos possam terminar antes - permitirá analisar os resumos das transcrições das escutas, fazer outras eventuais audições (além de Zeinal Bava) e voltar a questionar por escrito o primeiro-ministro, caso seja necessário. O novo prazo permitirá ainda a elaboração do relatório e a sua discussão.

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A abertura dos envelopes revelou que foram enviados resumos das transcrições de escutas do processo Face Oculta entre o ex-quadro do BCP Armando Vara e Paulo Penedos, ex-assessor da PT, e não as próprias transcrições. Um facto normal para o PSD, mas uma desilusão para o CDS. Mas só PSD e PCP assumem que vão consultar os documentos, o que só será permitido aos próprios deputados a partir de segunda-feira, em horário de expediente de funcionamento da Assembleia da República, respeitando o dever de confidencialidade e sem possibilidade de tirar fotocópias. Os resumos ficarão guardados num cofre na Assembleia da República.

O deputado Pedro Duarte estranhou que PS, BE e CDS se recusem a consultar os resumos das transcrições. "Estão a ir por cima de uma decisão judicial", disse, lembrando que foi um procurador da República e um juiz da comarca do Baixo Vouga que decidiram enviar as escutas ao Parlamento.

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