PSD resiste a dar de novo a mão sem garantia de eleições

06-03-2011
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Pedro Passos Coelho atrasou um dia a resposta a José Sócrates, que admitiu novas medidas de austeridade para cumprir o défice de 4,6 por cento. Só hoje, depois da reunião da comissão política nacional, o PSD dirá o que pensa. Mas o entusiasmo é pouco. Afinal, lembram membros da direcção de Passos, o PEC viabilizado pelo PSD é válido até 2013.

Pedro Passos Coelho, em entrevista à Antena 1, admitiu dialogar com o Governo, sem preconceitos, e não mais do que isso. Ouvir e pouco mais. O PÚBLICO sabe que há, entre o núcleo duro do líder, quem pense que o partido não deve dar de novo a mão a Sócrates sem a garantia de que haverá eleições a curto prazo.

Internamente, há também alguma impaciência com a possibilidade de o partido voltar a colocar-se ao lado de Sócrates, de que as declarações de Santana Lopes são sinal, ao defender que Rui Rio, autarca do Porto, seria "o líder certo" nesta fase.

Novo momento de tensão entre o Governo e o PSD poderá ser o debate da actualização do PEC, a entregar em Bruxelas, e que inclui as linhas gerais do próximo Orçamento do Estado (OE). Mais uma vez, os sociais-democratas resistem a dar luz verde a uma resolução no Parlamento, a exemplo do que aconteceu no ano passado, meses antes de o partido ter viabilizado o OE 2011.

A restante oposição recebeu a notícia de Sócrates e Teixeira dos Santos com críticas. Do PSD só mesmo o líder regional da Madeira, Alberto João Jardim, falou. E para dizer que Teixeira dos Santos deveria demitir-se.

À direita, a deputada do CDS-PP Cecília Meireles avisou que, com a economia portuguesa a caminhar para uma recessão, "não há espaço" para mais medidas de carácter recessivo e que o Governo deve concentrar-se na "contenção da despesa e no emagrecimento do Estado".

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Pelo PCP, o deputado António Filipe prometeu a "mais firme oposição", caso o Governo avance com mais medidas de austeridade, recordando que o OE de 2011 já "é extraordinariamente gravoso para a maioria dos portugueses e implica "sacrifícios inadmissíveis".

O Bloco de Esquerda, por seu lado, acusou o Governo socialista de antecipar o fracasso das medidas já tomadas, defendendo que anunciar agora medidas excepcionais será apenas "um passo em frente", quando o país já "está à beira do abismo" da recessão. O deputado José Gusmão afirmou ver "com muita preocupação que nesta fase do campeonato o Governo já ponha em causa o cumprimento das metas" estabelecidas.

Nuno Simas com Lusa

Pedro Passos Coelho atrasou um dia a resposta a José Sócrates, que admitiu novas medidas de austeridade para cumprir o défice de 4,6 por cento. Só hoje, depois da reunião da comissão política nacional, o PSD dirá o que pensa. Mas o entusiasmo é pouco. Afinal, lembram membros da direcção de Passos, o PEC viabilizado pelo PSD é válido até 2013.

Pedro Passos Coelho, em entrevista à Antena 1, admitiu dialogar com o Governo, sem preconceitos, e não mais do que isso. Ouvir e pouco mais. O PÚBLICO sabe que há, entre o núcleo duro do líder, quem pense que o partido não deve dar de novo a mão a Sócrates sem a garantia de que haverá eleições a curto prazo.

Internamente, há também alguma impaciência com a possibilidade de o partido voltar a colocar-se ao lado de Sócrates, de que as declarações de Santana Lopes são sinal, ao defender que Rui Rio, autarca do Porto, seria "o líder certo" nesta fase.

Novo momento de tensão entre o Governo e o PSD poderá ser o debate da actualização do PEC, a entregar em Bruxelas, e que inclui as linhas gerais do próximo Orçamento do Estado (OE). Mais uma vez, os sociais-democratas resistem a dar luz verde a uma resolução no Parlamento, a exemplo do que aconteceu no ano passado, meses antes de o partido ter viabilizado o OE 2011.

A restante oposição recebeu a notícia de Sócrates e Teixeira dos Santos com críticas. Do PSD só mesmo o líder regional da Madeira, Alberto João Jardim, falou. E para dizer que Teixeira dos Santos deveria demitir-se.

À direita, a deputada do CDS-PP Cecília Meireles avisou que, com a economia portuguesa a caminhar para uma recessão, "não há espaço" para mais medidas de carácter recessivo e que o Governo deve concentrar-se na "contenção da despesa e no emagrecimento do Estado".

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Pelo PCP, o deputado António Filipe prometeu a "mais firme oposição", caso o Governo avance com mais medidas de austeridade, recordando que o OE de 2011 já "é extraordinariamente gravoso para a maioria dos portugueses e implica "sacrifícios inadmissíveis".

O Bloco de Esquerda, por seu lado, acusou o Governo socialista de antecipar o fracasso das medidas já tomadas, defendendo que anunciar agora medidas excepcionais será apenas "um passo em frente", quando o país já "está à beira do abismo" da recessão. O deputado José Gusmão afirmou ver "com muita preocupação que nesta fase do campeonato o Governo já ponha em causa o cumprimento das metas" estabelecidas.

Nuno Simas com Lusa

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