Paranóia Delirante

03-08-2010
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Saio para ir almoçar à rua das Marrecas (Cinelândia, centro do Rio de Janeiro). Sigo pela rua Conde de Lages, na Glória, em direção a Lapa. Ali na rua Conde de Lages funcionam duas empresas que fazem do trecho entre as ruas Taylor e Joaquim da Silva um lugar de bagunça entre carros em manutenção, ferramentas e sujeira. A calçada desse lado é impraticável, há carros sobre ela, buracos, lama, muita terra e pedras. O asfalto também é péssimo. A fina calçada na outra margem beira uma muralha de pedra natural do local, que é uma das entradas para Santa Tereza. Passo pelo corpo morto de um gato preto às moscas com um vidro de algo inflamável ao lado. Deduzi, pela embalagem plástica de cor prateada, ser um desses produtos lubrificantes de carro. Acredito que o sujeito gordo que trabalha manobrando carros ali tenha pegado aquilo com a intenção de cremar o gato. Às quintas-feiras rola uma feira nessa rua e pelo menos sei que a COMLURB faz seu trabalho alí assiduamente, pois sempre que volto do almoço dou o azar de cruzar com o caminhão de limpeza do jato d'água. À esquina fica o Hotel Vila Rica, com uma entrada cheia de vasos com plantas. Aqui faço meu "atalho" virando à esquerda e seguindo pela rua Joaquim da Silva. A rua Joaquim da Silva é diariamente frequentada por turistas que chegam a pé ou transportados por jipes alugados com guias turísticos (como no caso de hoje) para visitarem a famosa Escadaria Selarón. Casas antigas, algumas reformadas, pinturas novas, outras deixam claro que pessoas humildes ali moram. Isso não me incomoda. Mas o que me deixa indignado ao passar por essa rua é ver o descaso, a rua tem buracos, mais calçadas horríveis de se andar, lixo e entulhos largados onde poucos metros à frente funcionam bares que vivem do turismo e de gente que frequenta aquela rua e a ladeira da Lapa nos finais de semana. Apenas uma vez eu me atrevi a entrar ali com amigos para ver o movimento enquanto bebíamos vinho, que no nosso caso era uma droga lícita, pois mesmo a patrulhinha estacionada ali naquela ocasião não estava nem aí para outras substâncias consumidas, era apenas para evitar brigas.Meu itinerário teve de ser alterado porque a rua Teotônio Regadas estava bloqueada com cercas e lonas para algum evento da Sala Cecília Meireles. Ali tem a Adega Flor de Coimbra, a mais antiga adega do Rio e um ótimo lugar para se comer e beber um vinho. Posso dizer porque já o fiz. Tive de seguir em frente e descer pela travessa Mosqueira, onde passei por um professor meu da faculdade de comunicação que almoça no mesmo restaurante que eu, mas acho que não se lembra de mim. Voltei em direção ao sinal do Lampadário da Lapa, onde um grupo de ex-funcionários do SAMU protestavam contra o Governador Sérgio Cabral exigindo seus empregos de volta, enquanto a Guarda Municipal acompanhava o protesto quieta e muitos carros da polícias passavam por ali naquele momento.Pesquisando agora na internet (liguei uma coisa à outra) e descobri que tanto o Governador Sérgio Cabral quanto o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estiveram na Sala Cecília Meireles para um evento hoje. E logo ao lado fica o velho-caindo-aos-pedaços-com-telhado-quase-desabando Hotel Bragança, que semana passada teve seus moradores removidos e suas portas seladas a tijolos e cimento, pois vai a leilão.


Saio para ir almoçar à rua das Marrecas (Cinelândia, centro do Rio de Janeiro). Sigo pela rua Conde de Lages, na Glória, em direção a Lapa. Ali na rua Conde de Lages funcionam duas empresas que fazem do trecho entre as ruas Taylor e Joaquim da Silva um lugar de bagunça entre carros em manutenção, ferramentas e sujeira. A calçada desse lado é impraticável, há carros sobre ela, buracos, lama, muita terra e pedras. O asfalto também é péssimo. A fina calçada na outra margem beira uma muralha de pedra natural do local, que é uma das entradas para Santa Tereza. Passo pelo corpo morto de um gato preto às moscas com um vidro de algo inflamável ao lado. Deduzi, pela embalagem plástica de cor prateada, ser um desses produtos lubrificantes de carro. Acredito que o sujeito gordo que trabalha manobrando carros ali tenha pegado aquilo com a intenção de cremar o gato. Às quintas-feiras rola uma feira nessa rua e pelo menos sei que a COMLURB faz seu trabalho alí assiduamente, pois sempre que volto do almoço dou o azar de cruzar com o caminhão de limpeza do jato d'água. À esquina fica o Hotel Vila Rica, com uma entrada cheia de vasos com plantas. Aqui faço meu "atalho" virando à esquerda e seguindo pela rua Joaquim da Silva. A rua Joaquim da Silva é diariamente frequentada por turistas que chegam a pé ou transportados por jipes alugados com guias turísticos (como no caso de hoje) para visitarem a famosa Escadaria Selarón. Casas antigas, algumas reformadas, pinturas novas, outras deixam claro que pessoas humildes ali moram. Isso não me incomoda. Mas o que me deixa indignado ao passar por essa rua é ver o descaso, a rua tem buracos, mais calçadas horríveis de se andar, lixo e entulhos largados onde poucos metros à frente funcionam bares que vivem do turismo e de gente que frequenta aquela rua e a ladeira da Lapa nos finais de semana. Apenas uma vez eu me atrevi a entrar ali com amigos para ver o movimento enquanto bebíamos vinho, que no nosso caso era uma droga lícita, pois mesmo a patrulhinha estacionada ali naquela ocasião não estava nem aí para outras substâncias consumidas, era apenas para evitar brigas.Meu itinerário teve de ser alterado porque a rua Teotônio Regadas estava bloqueada com cercas e lonas para algum evento da Sala Cecília Meireles. Ali tem a Adega Flor de Coimbra, a mais antiga adega do Rio e um ótimo lugar para se comer e beber um vinho. Posso dizer porque já o fiz. Tive de seguir em frente e descer pela travessa Mosqueira, onde passei por um professor meu da faculdade de comunicação que almoça no mesmo restaurante que eu, mas acho que não se lembra de mim. Voltei em direção ao sinal do Lampadário da Lapa, onde um grupo de ex-funcionários do SAMU protestavam contra o Governador Sérgio Cabral exigindo seus empregos de volta, enquanto a Guarda Municipal acompanhava o protesto quieta e muitos carros da polícias passavam por ali naquele momento.Pesquisando agora na internet (liguei uma coisa à outra) e descobri que tanto o Governador Sérgio Cabral quanto o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estiveram na Sala Cecília Meireles para um evento hoje. E logo ao lado fica o velho-caindo-aos-pedaços-com-telhado-quase-desabando Hotel Bragança, que semana passada teve seus moradores removidos e suas portas seladas a tijolos e cimento, pois vai a leilão.

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