Dias com árvores: Viajante

29-05-2010
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«Tenho a alma cheia de campo, depois de atravessar estas distâncias (...). Os camponeses tomam um punhado de terra, desmancham-na entre os dedos, tomam-lhe o cheiro, sorriem... Nós só vemos aquele pequeno torrão escuro, que se desagrega; eles, não: eles estão vendo semeaduras, colheitas, o vento folgazão, a chuva maternal, o sol poderoso, mulheres, crianças, a casa levantada, a mesa posta... Os olhos dos camponeses são feitos de paisagens prósperas. Estas são criaturas que não podem separar-se da terra. A terra é o seu corpo, e sua alma. Ramos, raízes, flores, tudo isso está em seus braços, em seus cabelos, em seu rosto.»
Cecília Meireles, Crónicas de Viagem (1953)


«Tenho a alma cheia de campo, depois de atravessar estas distâncias (...). Os camponeses tomam um punhado de terra, desmancham-na entre os dedos, tomam-lhe o cheiro, sorriem... Nós só vemos aquele pequeno torrão escuro, que se desagrega; eles, não: eles estão vendo semeaduras, colheitas, o vento folgazão, a chuva maternal, o sol poderoso, mulheres, crianças, a casa levantada, a mesa posta... Os olhos dos camponeses são feitos de paisagens prósperas. Estas são criaturas que não podem separar-se da terra. A terra é o seu corpo, e sua alma. Ramos, raízes, flores, tudo isso está em seus braços, em seus cabelos, em seu rosto.»
Cecília Meireles, Crónicas de Viagem (1953)

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