Esquerda parlamentar falta a chamada do FMI

27-05-2011
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O representante do FMI deixa o Ministério das Finanças após um encontro com Teixeira dos Santos Manuel de Almeida, Lusa

Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista “Os Verdes” não aceitaram encontrar-se com as instituições internacionais que estão em Portugal para negociar as condições do pedido de resgate. A missão da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) contactou os partidos com vista a um encontro a realizar esta tarde, mas a esquerda parlamentar avisou que não iria comparecer. O PSD está a acertar data.

O Bloco de Esquerda justificou a ausência à reunião, agendada para as 17h desta tarde, por a considerar “inoportuna”.

"Não compete aos partidos negociar com a troika. Naturalmente, o Bloco de Esquerda não deixará de assumir toda a responsabilidade pela apresentação de soluções concretas para a crise económica e financeira. Assim, e sendo que é ao Governo e não aos partidos que cabe proceder a essas negociações, o Bloco considera inoportuna esta proposta de reunião", justificou o Bloco de Esquerda em comunicado.

Em declarações à RTPN, a deputada bloquista Cecília Honório notou que “o país não é ainda um protetorado nem um colonato da União Europeia e do FMI; tem as suas instituições e ainda tem um Governo, a quem compete conduzir o processo negocial dando conta aos partidos políticos das escolhas que for fazendo”.

A deputada sublinha que a recusa em participar no encontro resulta da rejeição do partido deste processo de intervenção. Cecília Honório também lembra que o Governo assumiu o compromisso de informar os partidos sobre as negociações em curso, por isso exige o conhecimento público "das escolhas" do Executivo.

PCP também falta a convite em sinal de desacordo

Jerónimo de Sousa explicou que está contra a forma como a ajuda externa é feita, entendendo constituir "uma inaceitável atitude de abdicação e submissão nacional". Por esse motivo, recusou o pedido de encontro, feito esta segunda-feira, com um grupo da CE, FMI e BCE.

"Perante este rumo desastroso e num momento crucial para o país, o PCP diz não a este caminho de afundamento e de comprometimento de Portugal", afirmou o secretário-geral comunista, que em conferência de imprensa explicou a ausência ao encontro com as entidades internacionais.

A recusa do PCP em "negociar com o FMI" havia sido ontem avançada por Jerónimo de Sousa, que também dizia competir ao Governo, Presidência da República ou presidente da Assembleia da República fornecer “toda a informação”.

"Não temos nada que negociar com o FMI nem credenciamos o FMI para negociar sobre o futuro de Portugal", declarou o líder do PCP, que classifica de “ingerência” a intervenção da missão internacional. Jerónimo de Sousa argumenta que a aplicação das medidas do FMI só vai “agravar” os problemas do país.

“Os Verdes” apontam falta de legitimidade para negociar

"Quem tem legitimidade para reunir ou negociar com esses senhores é o governo português, que os chamou a Portugal.

Os Verdes são absolutamente contra esta entrada, desta dita ajuda externa a Portugal. Nós temos capacidade de seguir um rumo diferente, nós não queremos este rumo, nós não queremos estas negociações", afirmou a deputada Heloísa Apolónia, para justificar a recusa do convite da representante da CE para uma reunião a realizar ainda esta tarde.

A deputada de “Os Verdes” alegou que as propostas da missão internacional têm por base a quarta versão do Programa de Estabilidade e Crescimento. Heloísa Apolónia sustenta que este vai provocar mais desemprego e mais recessão económica.

"Estas negociações no fundo resultam na aplicação à força do PEC IV, que era um horror de medidas de austeridade e de afundamento do país, perfeitamente assustador", insistiu, lembrando que o PEV votou contra o documento na Assembleia da República.

"Aquilo que este PEC 4 propunha - e que o FMI e a União Europeia agora estão também a propor - era pura e simplesmente isto: mais recessão e mais desemprego para 2011 e anos subsequentes", sublinhou.

PSD e CDS-PP ainda não divulgaram data para encontro

O CDS-PP também foi contactado pela 'troika' mas ainda não indicou se aceitará comparecer e em que termos com as equipas.

Por seu lado, o PSD confirma o contacto e refere que está a acertar a hora, data e local do encontro para as próximas 48 horas.

Está previsto para esta semana o início do debate político entre a missão e os responsáveis portugueses.

A missão está a analisar a situação financeira do país e os setores da economia com maiores dificuldades. Os representantes da CE, FMI e BCE têm trabalhado diariamente no Ministério das Finanças e apesar de ainda não terem apresentado a sua análise pretendem seguir com os trabalhos com vista a um acordo político.

O documento, que terá depois de ser aprovado pelo Ecofin, Eurogrupo e FMI, irá enumerar os assumidos por Portugal a cada três meses. Uma vez cumpridos estes compromissos, e após cada análise trimestral, será enviada a respetiva parte do empréstimo que Portugal pediu às instituições internacionais.

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O representante do FMI deixa o Ministério das Finanças após um encontro com Teixeira dos Santos Manuel de Almeida, Lusa

Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista “Os Verdes” não aceitaram encontrar-se com as instituições internacionais que estão em Portugal para negociar as condições do pedido de resgate. A missão da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) contactou os partidos com vista a um encontro a realizar esta tarde, mas a esquerda parlamentar avisou que não iria comparecer. O PSD está a acertar data.

O Bloco de Esquerda justificou a ausência à reunião, agendada para as 17h desta tarde, por a considerar “inoportuna”.

"Não compete aos partidos negociar com a troika. Naturalmente, o Bloco de Esquerda não deixará de assumir toda a responsabilidade pela apresentação de soluções concretas para a crise económica e financeira. Assim, e sendo que é ao Governo e não aos partidos que cabe proceder a essas negociações, o Bloco considera inoportuna esta proposta de reunião", justificou o Bloco de Esquerda em comunicado.

Em declarações à RTPN, a deputada bloquista Cecília Honório notou que “o país não é ainda um protetorado nem um colonato da União Europeia e do FMI; tem as suas instituições e ainda tem um Governo, a quem compete conduzir o processo negocial dando conta aos partidos políticos das escolhas que for fazendo”.

A deputada sublinha que a recusa em participar no encontro resulta da rejeição do partido deste processo de intervenção. Cecília Honório também lembra que o Governo assumiu o compromisso de informar os partidos sobre as negociações em curso, por isso exige o conhecimento público "das escolhas" do Executivo.

PCP também falta a convite em sinal de desacordo

Jerónimo de Sousa explicou que está contra a forma como a ajuda externa é feita, entendendo constituir "uma inaceitável atitude de abdicação e submissão nacional". Por esse motivo, recusou o pedido de encontro, feito esta segunda-feira, com um grupo da CE, FMI e BCE.

"Perante este rumo desastroso e num momento crucial para o país, o PCP diz não a este caminho de afundamento e de comprometimento de Portugal", afirmou o secretário-geral comunista, que em conferência de imprensa explicou a ausência ao encontro com as entidades internacionais.

A recusa do PCP em "negociar com o FMI" havia sido ontem avançada por Jerónimo de Sousa, que também dizia competir ao Governo, Presidência da República ou presidente da Assembleia da República fornecer “toda a informação”.

"Não temos nada que negociar com o FMI nem credenciamos o FMI para negociar sobre o futuro de Portugal", declarou o líder do PCP, que classifica de “ingerência” a intervenção da missão internacional. Jerónimo de Sousa argumenta que a aplicação das medidas do FMI só vai “agravar” os problemas do país.

“Os Verdes” apontam falta de legitimidade para negociar

"Quem tem legitimidade para reunir ou negociar com esses senhores é o governo português, que os chamou a Portugal.

Os Verdes são absolutamente contra esta entrada, desta dita ajuda externa a Portugal. Nós temos capacidade de seguir um rumo diferente, nós não queremos este rumo, nós não queremos estas negociações", afirmou a deputada Heloísa Apolónia, para justificar a recusa do convite da representante da CE para uma reunião a realizar ainda esta tarde.

A deputada de “Os Verdes” alegou que as propostas da missão internacional têm por base a quarta versão do Programa de Estabilidade e Crescimento. Heloísa Apolónia sustenta que este vai provocar mais desemprego e mais recessão económica.

"Estas negociações no fundo resultam na aplicação à força do PEC IV, que era um horror de medidas de austeridade e de afundamento do país, perfeitamente assustador", insistiu, lembrando que o PEV votou contra o documento na Assembleia da República.

"Aquilo que este PEC 4 propunha - e que o FMI e a União Europeia agora estão também a propor - era pura e simplesmente isto: mais recessão e mais desemprego para 2011 e anos subsequentes", sublinhou.

PSD e CDS-PP ainda não divulgaram data para encontro

O CDS-PP também foi contactado pela 'troika' mas ainda não indicou se aceitará comparecer e em que termos com as equipas.

Por seu lado, o PSD confirma o contacto e refere que está a acertar a hora, data e local do encontro para as próximas 48 horas.

Está previsto para esta semana o início do debate político entre a missão e os responsáveis portugueses.

A missão está a analisar a situação financeira do país e os setores da economia com maiores dificuldades. Os representantes da CE, FMI e BCE têm trabalhado diariamente no Ministério das Finanças e apesar de ainda não terem apresentado a sua análise pretendem seguir com os trabalhos com vista a um acordo político.

O documento, que terá depois de ser aprovado pelo Ecofin, Eurogrupo e FMI, irá enumerar os assumidos por Portugal a cada três meses. Uma vez cumpridos estes compromissos, e após cada análise trimestral, será enviada a respetiva parte do empréstimo que Portugal pediu às instituições internacionais.

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