Do Portugal Profundo: K.O. técnico de Passos a Sócrates

22-05-2011
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O debate entre José Sócrates e Passos Coelho, de ontem, 20-5-2011, na RTP-1, teve como resultado uma vitória retumbante do líder do PSD. Não é apenas a minha opinião: na sondagem da Universidade Católica sobre o resultado do debate, encomendada pela RTP, para explorar o previsto baile de Sócrates, 46,4% dos inquiridos disseram que Passos Coelho ganhou; e somente 33,9% afirmaram que Sócrates venceu! Isto é, nem sequer o seu eleitorado acha que ganhou; e todo o outro entende que perdeu. A socialista RTP, que nem sequer pôs a sondagem em destaque na sua página principal da Internet, sumiu-a em letra minúscula para o rodapé da sua página de notícias, no curto parágrafo da notícia onde não é mencionada a dimensão da derrota, justifica o resultado com «ainda assim»...
O debate descobriu um Passos Coelho determinado, seguro e com autoridade, sem erros de alvo e invectivando o primeiro-ministro pela mentira, contra um Sócrates que, além da sua face colérica e irritadiça conhecida, pareceu acossado e vergado. Passos, sempre educado, saíu das cordas do programa pseudo-neoliberal do PSD, onde Sócrates o pretendia encurralar, para o centro do ringue da ruína financeira e conómica do País. E aí desferiu vários directos no queixo que derrubaram o surpreendido campeão, que vinha para o combate pesado e sem treino, exibindo desprezo pelo oponente, confiado na glória dos títulos passados e na sua manha dos golpes baixos nos rins. Desorientado com o boxe do adversário, em cada novo assalto Sócrates queria voltar a repetir os anteriores que já tinha perdido, em vez de tentar os outros truques que os treinadores lhe haviam sugerido. A luta continuou com o castigo sucessivo do pugilista dos calções cor de rosa, perante um público que quase implorava que o árbitro terminasse o desafio. O combate terminou com K.O. técnico: sobrepujado e sem conseguir reagir, desenhou-se a decisão de atirar a toalha ao chão  - o seu campo, em corner stoppage, veio oferecer, nessa noite, a rendição patética a um governo de bloco central, liderado por quem quer que seja...

O efeito do anúncio do envio do meu livro «O Dossiê Sócrates» ao Dr. Passos Coelho foi conseguido: o primeiro-ministro evitou atacar Passos com as Novas Oportunidades, para que o líder do PSD não o confrontasse com o seu percurso académico trapalhão.

Conhecendo, pelas sondagens diárias que certamente tem, que o PS resvalou da tendência que subida com que vinha, pois o Bloco conteve a sangria do voto aflito, e que o PSD travou a perda de preferência dos reformados dourados e funcionários públicos para o conservadorismo neutro do CDS, Sócrates fez, logo no início do debate um ataque pessoal, com um relatório de uma empresa de que Passos foi administrador. E Passos respondeu-lhe bem, embora lhe devesse lembrar também o seu percurso profissional e... académico. A opção pelo ataque pessoal já se percebia desde a manhã de ontem, com a notícia de Ana Sá Lopes no i, sobre uma multa ambiental do ano passado requentada. Os números, divulgados em 20-5-2011, no dia do debate, das sondagens da Intercampus e da Aximage, que dão vantagem ao PSD, devem ter feito tocar a campainha de emergência no staff das informações: a notícia matutina e a ratificação oficial da linha de ataque pelo próprio primeiro-ministro no debate nocturno, prenuncia o retorno da campanha negra socretina.

Penso que Sócrates perderá esse combate pessoal, pois terão de lhe lembrar um ou outro de uma panóplia de casos (e vale o disclaimer abaixo): a sua licenciatura ao domingo na Universidade Independente, a pós-graduação em Engenharia Sanitária, o título de engenheiro falso, o currículo falso; o ISEL; a sua resposta aos costumes no julgamento de Edite Estrela; o «plano governamental para o controlo dos meios de comunicação» da Face Oculta; o Freeport; o caso dos apartamentos do Heron Castilho; o caso Sovenco; o caso do aterro da Cova da Beira; os tempos da Progitap; os projectos da Covilhã e o seu trajecto na Câmara; Luanda; Sintra; a inesquecível energia vibrante da casa da serra da Estrela e do bar da Covilhã; a esgrima de Coimbra (onde foi atirador entre 1975 e 1980); e as fotografias do Carlão.

Por estar ao telefone, suprimi o som da televisão após o debate. A cara de enterro dos socialistas e dos seus aliados - Francisco Assis, Augusto Santos Silva (que susto!), Pedro Marques, Emídio Rangel, João Marcelino - que iam passando pelo écran dos canais de notícias era tremenda. Marcelino, ágil, recompôs-se e ajeitou-se logo: no teletexto, passou uma frase sua de que este era o melhor debate de Passos Coelho...

O debate de ontem não é, ainda, o veredicto da derrota de Sócrates. Mesmo que se esfumem as oportunas contas e estatísticas estratosféricas do melhor dos mundos, que Coelho ontem glosou, Pinto de Sousa jogará a campanha negra - e engana-se perigosamente quem o menospreze. Os moribundos são muito perigosos para quem passar no seu alcance. E desesperados atacam com aquilo que tiverem. Sócrates acumulou dossiês que já começou a filtrar pelos canais de confiança. Por isso, importa cerrarmos fileiras para desmontar a campanha negra que teve ontem, de manhã, a primeira operação.

O debate de 20 de Maio de 2011 é o princípio decisivo do seu fim: com péssimos resultados económicos e financeiros, restava ao líder socialista, o élan vital de uma vitória no debate, para demonstrar aos eleitores que só ele, e não Passos Coelho, tem fibra para governar o País neste momento de grande tribulação. Porém, sucedeu o contrário. Nestas horas, há votantes do PS, e até mais à esquerda, a considerar a hipótese de votar Passos para extirpar o cancro que Sócrates disseminou no País. Faltam quinze dias até às eleições e, à parte a campanha negra de dossiês fátuos sucessivos sobre Passos que o socratismo já começou a lançar, se os tiros forem concentrados no inimigo em vez da pistola se distrair com os pés, a remoção do socialismo capitalista do poder é possível.

Actualização: este poste foi actualizado e emendado às 13:28 de 21-5-2011.

* Imagem editada daqui.

Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, e demais entidades referidas em notícias dos media, que comento, não é suspeito ou arguido do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade.


O debate entre José Sócrates e Passos Coelho, de ontem, 20-5-2011, na RTP-1, teve como resultado uma vitória retumbante do líder do PSD. Não é apenas a minha opinião: na sondagem da Universidade Católica sobre o resultado do debate, encomendada pela RTP, para explorar o previsto baile de Sócrates, 46,4% dos inquiridos disseram que Passos Coelho ganhou; e somente 33,9% afirmaram que Sócrates venceu! Isto é, nem sequer o seu eleitorado acha que ganhou; e todo o outro entende que perdeu. A socialista RTP, que nem sequer pôs a sondagem em destaque na sua página principal da Internet, sumiu-a em letra minúscula para o rodapé da sua página de notícias, no curto parágrafo da notícia onde não é mencionada a dimensão da derrota, justifica o resultado com «ainda assim»...
O debate descobriu um Passos Coelho determinado, seguro e com autoridade, sem erros de alvo e invectivando o primeiro-ministro pela mentira, contra um Sócrates que, além da sua face colérica e irritadiça conhecida, pareceu acossado e vergado. Passos, sempre educado, saíu das cordas do programa pseudo-neoliberal do PSD, onde Sócrates o pretendia encurralar, para o centro do ringue da ruína financeira e conómica do País. E aí desferiu vários directos no queixo que derrubaram o surpreendido campeão, que vinha para o combate pesado e sem treino, exibindo desprezo pelo oponente, confiado na glória dos títulos passados e na sua manha dos golpes baixos nos rins. Desorientado com o boxe do adversário, em cada novo assalto Sócrates queria voltar a repetir os anteriores que já tinha perdido, em vez de tentar os outros truques que os treinadores lhe haviam sugerido. A luta continuou com o castigo sucessivo do pugilista dos calções cor de rosa, perante um público que quase implorava que o árbitro terminasse o desafio. O combate terminou com K.O. técnico: sobrepujado e sem conseguir reagir, desenhou-se a decisão de atirar a toalha ao chão  - o seu campo, em corner stoppage, veio oferecer, nessa noite, a rendição patética a um governo de bloco central, liderado por quem quer que seja...

O efeito do anúncio do envio do meu livro «O Dossiê Sócrates» ao Dr. Passos Coelho foi conseguido: o primeiro-ministro evitou atacar Passos com as Novas Oportunidades, para que o líder do PSD não o confrontasse com o seu percurso académico trapalhão.

Conhecendo, pelas sondagens diárias que certamente tem, que o PS resvalou da tendência que subida com que vinha, pois o Bloco conteve a sangria do voto aflito, e que o PSD travou a perda de preferência dos reformados dourados e funcionários públicos para o conservadorismo neutro do CDS, Sócrates fez, logo no início do debate um ataque pessoal, com um relatório de uma empresa de que Passos foi administrador. E Passos respondeu-lhe bem, embora lhe devesse lembrar também o seu percurso profissional e... académico. A opção pelo ataque pessoal já se percebia desde a manhã de ontem, com a notícia de Ana Sá Lopes no i, sobre uma multa ambiental do ano passado requentada. Os números, divulgados em 20-5-2011, no dia do debate, das sondagens da Intercampus e da Aximage, que dão vantagem ao PSD, devem ter feito tocar a campainha de emergência no staff das informações: a notícia matutina e a ratificação oficial da linha de ataque pelo próprio primeiro-ministro no debate nocturno, prenuncia o retorno da campanha negra socretina.

Penso que Sócrates perderá esse combate pessoal, pois terão de lhe lembrar um ou outro de uma panóplia de casos (e vale o disclaimer abaixo): a sua licenciatura ao domingo na Universidade Independente, a pós-graduação em Engenharia Sanitária, o título de engenheiro falso, o currículo falso; o ISEL; a sua resposta aos costumes no julgamento de Edite Estrela; o «plano governamental para o controlo dos meios de comunicação» da Face Oculta; o Freeport; o caso dos apartamentos do Heron Castilho; o caso Sovenco; o caso do aterro da Cova da Beira; os tempos da Progitap; os projectos da Covilhã e o seu trajecto na Câmara; Luanda; Sintra; a inesquecível energia vibrante da casa da serra da Estrela e do bar da Covilhã; a esgrima de Coimbra (onde foi atirador entre 1975 e 1980); e as fotografias do Carlão.

Por estar ao telefone, suprimi o som da televisão após o debate. A cara de enterro dos socialistas e dos seus aliados - Francisco Assis, Augusto Santos Silva (que susto!), Pedro Marques, Emídio Rangel, João Marcelino - que iam passando pelo écran dos canais de notícias era tremenda. Marcelino, ágil, recompôs-se e ajeitou-se logo: no teletexto, passou uma frase sua de que este era o melhor debate de Passos Coelho...

O debate de ontem não é, ainda, o veredicto da derrota de Sócrates. Mesmo que se esfumem as oportunas contas e estatísticas estratosféricas do melhor dos mundos, que Coelho ontem glosou, Pinto de Sousa jogará a campanha negra - e engana-se perigosamente quem o menospreze. Os moribundos são muito perigosos para quem passar no seu alcance. E desesperados atacam com aquilo que tiverem. Sócrates acumulou dossiês que já começou a filtrar pelos canais de confiança. Por isso, importa cerrarmos fileiras para desmontar a campanha negra que teve ontem, de manhã, a primeira operação.

O debate de 20 de Maio de 2011 é o princípio decisivo do seu fim: com péssimos resultados económicos e financeiros, restava ao líder socialista, o élan vital de uma vitória no debate, para demonstrar aos eleitores que só ele, e não Passos Coelho, tem fibra para governar o País neste momento de grande tribulação. Porém, sucedeu o contrário. Nestas horas, há votantes do PS, e até mais à esquerda, a considerar a hipótese de votar Passos para extirpar o cancro que Sócrates disseminou no País. Faltam quinze dias até às eleições e, à parte a campanha negra de dossiês fátuos sucessivos sobre Passos que o socratismo já começou a lançar, se os tiros forem concentrados no inimigo em vez da pistola se distrair com os pés, a remoção do socialismo capitalista do poder é possível.

Actualização: este poste foi actualizado e emendado às 13:28 de 21-5-2011.

* Imagem editada daqui.

Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, e demais entidades referidas em notícias dos media, que comento, não é suspeito ou arguido do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade.

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