Aumento da violência ameaça fornecimento de petróleo e gás

28-02-2011
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Organização dos Países Exportadores de Petróleo garante que há quantidades suficientes de crude no mercado

O aumento da violência na Líbia levou ontem a Repsol a suspender as actividades no terceiro maior produtor africano de petróleo (a seguir à Nigéria e a Angola) e paralisou o gasoduto de Greenstream, que fornece 15 por cento do gás natural consumido na Itália. Depois do anúncio da Basf na segunda-feira, de que suspendia a produção petrolífera na Líbia (100 mil barris por dia), ontem foi a espanhola Repsol seguir os passos do grupo alemão, parando de produzir 35 mil barris diários. Mais de oito por cento do petróleo líbio fica assim em suspenso. Os analistas avisam todavia que poderá haver interrupção total do fornecimento, que equivale a 1,6 milhões de barris por dia. Outras petrolíferas, como a Royal Dutch Shell e a BP, já estavam ontem a retirar os trabalhadores expatriados que têm no país.

O crescimento das dificuldades das petrolíferas, devido à paralisação dos portos e aos problemas nas comunicações com o estrangeiro, contribuiram para aumentar o nervosismo nos mercados internacionais: os preços do crude subiram para novos máximos, com o barril de Brent (crude do Mar do Norte) para entrega em Abril a cotar acima dos 108,5 dólares no mercado de Londres, valor que não atingia desde Setembro de 2008. Mais do que problemas no fornecimento a partir da Líbia, o que os investidores temem é que a revolta se estenda a outros grandes produtores de "ouro negro", como a Arábia Saudita.

A reacção da parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo não se fez esperar. "Não há falta [de petróleo] actualmente no mercado, mas se houver uma diminuição de oferta, os países da Opep, como a Arábia Saudita, irão aumentar a produção", assegurou o ministro saudita do Petróleo, Ali al-Nouaimi, numa conferência de imprensa em Riad.

"Há medos e inquietude nos mercados, mas não há falta [de abastecimento]", insistiu o governante saudita. A verdade é que as declarações de Ali al-Nouaimi produziram algum efeito e permitiram que a cotação do Brent terminasse o dia abaixo dos 107 dólares por barril. No entanto, os analistas estão seguros de que os preços irão continuar instáveis. As perturbações na Líbia afectam especialmente a Europa, que consome mais de 85 por cento do petróleo exportado pelo país. A Líbia é aliás é um dos maiores fornecedores de Portugal, representando 15 por cento do crude importado pela Galp, afirmou ontem o presidente da companhia, Ferreira de Oliveira, à margem de uma cerimónia em Lisboa.

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Já o secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho, sublinhou que "a curto prazo não vai haver problemas de abastecimento" de combustíveis. "Temos reservas de combustíveis e de gás para os dias estabelecidos, obviamente teremos é que pagá-los mais caros, é mau para a nossa economia, mas é assim com todos os países", sublinhou.

Já a Itália pode ser obrigada a recorrer às suas reservas de petróleo, uma vez que as importações da Líbia representam quase 25 por cento do consumo. O governo já anunciou que tem reservas de crude para 90 dias e de gás natural para um mês, mas pode também recorrer a outros fornecedores como o Azerbeijão e o Irão, que representam 17 por cento das importações italianas de crude.

É a interrupção do fornecimento de gás natural que causa mais preocupações entre os italianos, que adquirem quase 100 por cento da quantidade desta matéria-prima exportada pela Líbia (uma pequena parte segue para Espanha). A petrolífera ENI, que controla o gasoduto de Greenstream, disse ontem que o fornecimento de gás natural aos consumidores não está ameaçado, mas os analistas temem que a situação piore a médio prazo.

Organização dos Países Exportadores de Petróleo garante que há quantidades suficientes de crude no mercado

O aumento da violência na Líbia levou ontem a Repsol a suspender as actividades no terceiro maior produtor africano de petróleo (a seguir à Nigéria e a Angola) e paralisou o gasoduto de Greenstream, que fornece 15 por cento do gás natural consumido na Itália. Depois do anúncio da Basf na segunda-feira, de que suspendia a produção petrolífera na Líbia (100 mil barris por dia), ontem foi a espanhola Repsol seguir os passos do grupo alemão, parando de produzir 35 mil barris diários. Mais de oito por cento do petróleo líbio fica assim em suspenso. Os analistas avisam todavia que poderá haver interrupção total do fornecimento, que equivale a 1,6 milhões de barris por dia. Outras petrolíferas, como a Royal Dutch Shell e a BP, já estavam ontem a retirar os trabalhadores expatriados que têm no país.

O crescimento das dificuldades das petrolíferas, devido à paralisação dos portos e aos problemas nas comunicações com o estrangeiro, contribuiram para aumentar o nervosismo nos mercados internacionais: os preços do crude subiram para novos máximos, com o barril de Brent (crude do Mar do Norte) para entrega em Abril a cotar acima dos 108,5 dólares no mercado de Londres, valor que não atingia desde Setembro de 2008. Mais do que problemas no fornecimento a partir da Líbia, o que os investidores temem é que a revolta se estenda a outros grandes produtores de "ouro negro", como a Arábia Saudita.

A reacção da parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo não se fez esperar. "Não há falta [de petróleo] actualmente no mercado, mas se houver uma diminuição de oferta, os países da Opep, como a Arábia Saudita, irão aumentar a produção", assegurou o ministro saudita do Petróleo, Ali al-Nouaimi, numa conferência de imprensa em Riad.

"Há medos e inquietude nos mercados, mas não há falta [de abastecimento]", insistiu o governante saudita. A verdade é que as declarações de Ali al-Nouaimi produziram algum efeito e permitiram que a cotação do Brent terminasse o dia abaixo dos 107 dólares por barril. No entanto, os analistas estão seguros de que os preços irão continuar instáveis. As perturbações na Líbia afectam especialmente a Europa, que consome mais de 85 por cento do petróleo exportado pelo país. A Líbia é aliás é um dos maiores fornecedores de Portugal, representando 15 por cento do crude importado pela Galp, afirmou ontem o presidente da companhia, Ferreira de Oliveira, à margem de uma cerimónia em Lisboa.

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Já o secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho, sublinhou que "a curto prazo não vai haver problemas de abastecimento" de combustíveis. "Temos reservas de combustíveis e de gás para os dias estabelecidos, obviamente teremos é que pagá-los mais caros, é mau para a nossa economia, mas é assim com todos os países", sublinhou.

Já a Itália pode ser obrigada a recorrer às suas reservas de petróleo, uma vez que as importações da Líbia representam quase 25 por cento do consumo. O governo já anunciou que tem reservas de crude para 90 dias e de gás natural para um mês, mas pode também recorrer a outros fornecedores como o Azerbeijão e o Irão, que representam 17 por cento das importações italianas de crude.

É a interrupção do fornecimento de gás natural que causa mais preocupações entre os italianos, que adquirem quase 100 por cento da quantidade desta matéria-prima exportada pela Líbia (uma pequena parte segue para Espanha). A petrolífera ENI, que controla o gasoduto de Greenstream, disse ontem que o fornecimento de gás natural aos consumidores não está ameaçado, mas os analistas temem que a situação piore a médio prazo.

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