Remodelação governamental? Talvez, mas ao retardador

21-11-2010
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Depois de Luís Amado, ministro de Estado e dos Estrangeiros, ter defendido um governo de coligação em entrevista ao “Expresso” – o que irritou Sócrates – somam-se ministros à lista com declarações, mais ou menos explícitas, a favor de uma remodelação. Vieira da Silva, ministro da Economia, falou em necessidade de “energia reforçada” do Executivo e ontem mesmo Santos Silva, titular da Defesa, disse que não conhece “nenhum Governo que tenha chegado ao fim do mandato com a mesmíssima composição com que iniciou”.

O ambiente pró-remodelação está criado no PS, os ministros ajudam e Sócrates fica sob pressão. E está na agenda do PS e do Governo. Na informal, entenda-se.

No Executivo, há sectores que admitem que o Executivo poderia beneficiar de uma remodelação. Profunda, à Zapatero, em Espanha que já começou a recuperar nas sondagens. Mas são conhecidas, lembram fontes governamentais ao PÚBLICO, as resistências de Sócrates em mudar os seus ministros. Em cinco anos de mandato, fê-lo sempre em última instância, por exemplo, com Correia de Campos.

No timing, quem admite o cenário de remodelação aponta sempre para depois da aprovação do Orçamento do Estado, previsto para a próxima sexta-feira, na Assembleia da República (em resultado do acordo negociado com o PSD). E por essa altura, também já teria passado a greve geral de dia 24, convocada pelas duas centrais sindicais.

Aqui começa a janela de oportunidade para a remodelação. Outras fontes admitem como prazo último é o início do ano. Já depois das presidenciais de 23 de Janeiro de 2011. A remodelação poderia ser uma resposta do PS e de Sócrates num cenário em Manuel Alegre saia derrotado e Cavaco Silva vitorioso.

Candidatos à remodelação?

Os candidatos a remodeláveis, conforme as fontes, não atingem a meia dúzia. São ministros mais ou menos fragilizados. Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, em crescente afastamento de Sócrates, como provou na entrevista do Expresso, há uma semana. Mas há outros. Ana Jorge, na Saúde, alvo das críticas do ministro das Finanças por causa do défice do Serviço Nacional de Saúde, ou ainda António Mendonça, ministro das Obras Públicas, por causa do dossier do TGV. Sendo certo que há situações a resolver, como na Justiça, com a saída, a prazo, do secretário de Estado João Correia. Teixeira dos Santos está sob fogo, mas dentro do Executivo duvida-se que Sócrates prescinda do seu ministro das Finanças. Não só por ser responsável pelo Orçamento, mas também pela sua relação pessoal.

Em forma de parábola futebolística, por causa do Sporting, Carlos Zorrinho escreveu esta sexta-feira um “post” no seu blogue Fazer Acontecer com o título “remodelar”. O secretário de Estado de Sócrates recorda uma conversa com o treinador Paulo Sérgio. E conclui: “Quando uma equipa se habitua a perder a feijões, não consolida a robustez mental necessária para quando se empina o caminho, vencer jogos que valem pontos e glórias”.

Depois de Luís Amado, ministro de Estado e dos Estrangeiros, ter defendido um governo de coligação em entrevista ao “Expresso” – o que irritou Sócrates – somam-se ministros à lista com declarações, mais ou menos explícitas, a favor de uma remodelação. Vieira da Silva, ministro da Economia, falou em necessidade de “energia reforçada” do Executivo e ontem mesmo Santos Silva, titular da Defesa, disse que não conhece “nenhum Governo que tenha chegado ao fim do mandato com a mesmíssima composição com que iniciou”.

O ambiente pró-remodelação está criado no PS, os ministros ajudam e Sócrates fica sob pressão. E está na agenda do PS e do Governo. Na informal, entenda-se.

No Executivo, há sectores que admitem que o Executivo poderia beneficiar de uma remodelação. Profunda, à Zapatero, em Espanha que já começou a recuperar nas sondagens. Mas são conhecidas, lembram fontes governamentais ao PÚBLICO, as resistências de Sócrates em mudar os seus ministros. Em cinco anos de mandato, fê-lo sempre em última instância, por exemplo, com Correia de Campos.

No timing, quem admite o cenário de remodelação aponta sempre para depois da aprovação do Orçamento do Estado, previsto para a próxima sexta-feira, na Assembleia da República (em resultado do acordo negociado com o PSD). E por essa altura, também já teria passado a greve geral de dia 24, convocada pelas duas centrais sindicais.

Aqui começa a janela de oportunidade para a remodelação. Outras fontes admitem como prazo último é o início do ano. Já depois das presidenciais de 23 de Janeiro de 2011. A remodelação poderia ser uma resposta do PS e de Sócrates num cenário em Manuel Alegre saia derrotado e Cavaco Silva vitorioso.

Candidatos à remodelação?

Os candidatos a remodeláveis, conforme as fontes, não atingem a meia dúzia. São ministros mais ou menos fragilizados. Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, em crescente afastamento de Sócrates, como provou na entrevista do Expresso, há uma semana. Mas há outros. Ana Jorge, na Saúde, alvo das críticas do ministro das Finanças por causa do défice do Serviço Nacional de Saúde, ou ainda António Mendonça, ministro das Obras Públicas, por causa do dossier do TGV. Sendo certo que há situações a resolver, como na Justiça, com a saída, a prazo, do secretário de Estado João Correia. Teixeira dos Santos está sob fogo, mas dentro do Executivo duvida-se que Sócrates prescinda do seu ministro das Finanças. Não só por ser responsável pelo Orçamento, mas também pela sua relação pessoal.

Em forma de parábola futebolística, por causa do Sporting, Carlos Zorrinho escreveu esta sexta-feira um “post” no seu blogue Fazer Acontecer com o título “remodelar”. O secretário de Estado de Sócrates recorda uma conversa com o treinador Paulo Sérgio. E conclui: “Quando uma equipa se habitua a perder a feijões, não consolida a robustez mental necessária para quando se empina o caminho, vencer jogos que valem pontos e glórias”.

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