Clube de Reflexão Política: O «dogmatismo reforçado» e o futuro

28-05-2010
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A expressão «dogmatismo reforçado» merece ser lembrada muito por causa da admiração que o seu autor suscita em quem é menos fiel ao seu método crítico. O autor é Popper, que criticava o dogmatismo reforçado em termos (cito de memória) como «reforço de um dogma quando este é invalidado». Ou seja: se me desmentem, estão apenas a provar que a minha posição é justa e que os outros são injustos. Quando a Direita mais conservadora gosta muito de citar Popper, justifica-se prestar atenção e ver se nos próximos dias ou semanas, todos aqueles que jorraram pesporrência durante anos sobre Sócrates e os socialistas, todos os que deram informações falsas até às eleições, como o «caso Lello» (Público), o «caso Freeport» (Paulo Rangel a encerrar campanha PSD) ou o «caso avaliação do juiz do processo Casa Pia» (SIC), enfim todos aqueles que garantiam que «o povo» estava farto «disto» e da «arrogância*», convém ver, dizia, se vão agora reconhecer que afinal, não só não estamos fartos do governo como queremos que os últimos 4 anos não sejam desbaratados, e que derrotados foram sim os dogmas de quem julga que basta insultar à custa de disparates (por exemplo. um caso, aqui, onde a ignorância de académicos da escola-João Carlos Espada facilmente foi desmontada). Como se viu nas «vitórias» de todos os partidos derrotados na noite eleitoral, nada disso vai acontecer. O dogmatismo reforçado é especialidade de quem não é capaz de melhor. E o pior é isso mesmo.O Primeiro Ministro fez exemplarmente na sua declaração ao confrontar todos os restantes partidos e o Presidente com as suas responsabilidades. Ainda não foi desta vez que o PS foi buscar votos à abstenção, os únicos que podiam manter a maioria parlamentar. Nem por isso esta é menos «a vitória do povo», como bem disse o Secretário-Geral.* Nada como a humildade do BE, na noite em que ficou atrás do PP, ao não saudar o vencedor das eleições...


A expressão «dogmatismo reforçado» merece ser lembrada muito por causa da admiração que o seu autor suscita em quem é menos fiel ao seu método crítico. O autor é Popper, que criticava o dogmatismo reforçado em termos (cito de memória) como «reforço de um dogma quando este é invalidado». Ou seja: se me desmentem, estão apenas a provar que a minha posição é justa e que os outros são injustos. Quando a Direita mais conservadora gosta muito de citar Popper, justifica-se prestar atenção e ver se nos próximos dias ou semanas, todos aqueles que jorraram pesporrência durante anos sobre Sócrates e os socialistas, todos os que deram informações falsas até às eleições, como o «caso Lello» (Público), o «caso Freeport» (Paulo Rangel a encerrar campanha PSD) ou o «caso avaliação do juiz do processo Casa Pia» (SIC), enfim todos aqueles que garantiam que «o povo» estava farto «disto» e da «arrogância*», convém ver, dizia, se vão agora reconhecer que afinal, não só não estamos fartos do governo como queremos que os últimos 4 anos não sejam desbaratados, e que derrotados foram sim os dogmas de quem julga que basta insultar à custa de disparates (por exemplo. um caso, aqui, onde a ignorância de académicos da escola-João Carlos Espada facilmente foi desmontada). Como se viu nas «vitórias» de todos os partidos derrotados na noite eleitoral, nada disso vai acontecer. O dogmatismo reforçado é especialidade de quem não é capaz de melhor. E o pior é isso mesmo.O Primeiro Ministro fez exemplarmente na sua declaração ao confrontar todos os restantes partidos e o Presidente com as suas responsabilidades. Ainda não foi desta vez que o PS foi buscar votos à abstenção, os únicos que podiam manter a maioria parlamentar. Nem por isso esta é menos «a vitória do povo», como bem disse o Secretário-Geral.* Nada como a humildade do BE, na noite em que ficou atrás do PP, ao não saudar o vencedor das eleições...

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