A Cinco Tons: Ainda não acabou e já tenho saudade das campanhas eleitorais

27-01-2011
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À meia-noite termina a campanha eleitoral. Durante mais de um ano - até Janeiro de 2011, data das presidenciais - vamos entrar numa espécie de defeso. Uma espécie apenas porque, segundo creio, à campanha para as presidenciais (que já anda a arregimentar espingardas deste e daquele lado) seguir-se-ão, dentro do tempo legal permitido, novas eleições legislativas. Mas até lá não vai haver a animação que tem havido nos últimos seis meses de campanha quase permanente: europeias, legislativas e autárquicas.Não sou propriamente um cidadão eleitor, para não dizer que não sou mesmo um cidadão com vocação eleitoral. É do meu feitio, da minha formação, daquilo em que acredito: a minha participação cívica e o que considero os meus deveres de cidadania não passam pela mesa de voto. Mas sou pela liberdade de voto e pela livre participação. Só os regimes ditatoriais é que impedem que os cidadãos façam as suas escolhas nas urnas, mesmo que ache que isso de pouco serve para alterar o estado das coisas. Mas, dizia eu, que apesar de não ser eleitor praticante gosto da animação eleitoral, do burburinho e do colorido que toma conta das nossas cidades e aldeias, do avivar das conversas, da entrada na discussão e no debate de pessoas que nunca mais veremos - porque se não forem eleitos desistem ou porque passam à reserva ou porque descobriram que não têm vida para a exposição pública. Até dos tempos de antena eu gosto. E dos cartazes berrantes e outros com ou sem photoshop. De todos eu gosto.Gosto das caravanas eleitorais, dos porta-a-porta, do extremar de posições aguerridas como se o mundo acabasse amanhã: mas nunca acabou, pelo menos por enquanto. Gosto destes confrontos que terminam sempre num copo de água, como se no voto e na eleição se dirimissem os elevados destinos do mundo. Gosto do que todos têm para dizer. Da competência que demonstram. Da honestidade. Do saber fazer. Do desinteresse. Ouvindo o candidato a presidente da mais pequena Junta de Freguesia do país ficamos com a certeza que ele, se for eleito, qual Obama em terra pátria, vai resolver tudo o que há para resolver na sua santa terrinha e ainda dar uma mão a quem precisar, seja a nível concelhio, nacional, ou mesmo internacional.A verdade, reconheço-o, é que também gosto das obras de última hora, dos buracos tapados na minha rua e das ervas que apenas são tiradas de quatro em quatro anos. O que eu gosto de campanhas eleitorais! A benção, como diria o bom do Vinicius de Morais, eu gosto de cada acto eleitoral por si. Em pormenor. Detalhadamente. Com todos os seus protagonistas. E em todos os seus momentos. E,infelizmente, estes meses que passaram, tão ricos, tão recheados, tão prendados estão a chegar ao fim. A saudade já cá mora!


À meia-noite termina a campanha eleitoral. Durante mais de um ano - até Janeiro de 2011, data das presidenciais - vamos entrar numa espécie de defeso. Uma espécie apenas porque, segundo creio, à campanha para as presidenciais (que já anda a arregimentar espingardas deste e daquele lado) seguir-se-ão, dentro do tempo legal permitido, novas eleições legislativas. Mas até lá não vai haver a animação que tem havido nos últimos seis meses de campanha quase permanente: europeias, legislativas e autárquicas.Não sou propriamente um cidadão eleitor, para não dizer que não sou mesmo um cidadão com vocação eleitoral. É do meu feitio, da minha formação, daquilo em que acredito: a minha participação cívica e o que considero os meus deveres de cidadania não passam pela mesa de voto. Mas sou pela liberdade de voto e pela livre participação. Só os regimes ditatoriais é que impedem que os cidadãos façam as suas escolhas nas urnas, mesmo que ache que isso de pouco serve para alterar o estado das coisas. Mas, dizia eu, que apesar de não ser eleitor praticante gosto da animação eleitoral, do burburinho e do colorido que toma conta das nossas cidades e aldeias, do avivar das conversas, da entrada na discussão e no debate de pessoas que nunca mais veremos - porque se não forem eleitos desistem ou porque passam à reserva ou porque descobriram que não têm vida para a exposição pública. Até dos tempos de antena eu gosto. E dos cartazes berrantes e outros com ou sem photoshop. De todos eu gosto.Gosto das caravanas eleitorais, dos porta-a-porta, do extremar de posições aguerridas como se o mundo acabasse amanhã: mas nunca acabou, pelo menos por enquanto. Gosto destes confrontos que terminam sempre num copo de água, como se no voto e na eleição se dirimissem os elevados destinos do mundo. Gosto do que todos têm para dizer. Da competência que demonstram. Da honestidade. Do saber fazer. Do desinteresse. Ouvindo o candidato a presidente da mais pequena Junta de Freguesia do país ficamos com a certeza que ele, se for eleito, qual Obama em terra pátria, vai resolver tudo o que há para resolver na sua santa terrinha e ainda dar uma mão a quem precisar, seja a nível concelhio, nacional, ou mesmo internacional.A verdade, reconheço-o, é que também gosto das obras de última hora, dos buracos tapados na minha rua e das ervas que apenas são tiradas de quatro em quatro anos. O que eu gosto de campanhas eleitorais! A benção, como diria o bom do Vinicius de Morais, eu gosto de cada acto eleitoral por si. Em pormenor. Detalhadamente. Com todos os seus protagonistas. E em todos os seus momentos. E,infelizmente, estes meses que passaram, tão ricos, tão recheados, tão prendados estão a chegar ao fim. A saudade já cá mora!

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