Clube de Reflexão Política: Soberania

22-01-2011
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A conversa de Portugal ter passado a protectorado por causa do PEC II lembra uma crítica romântica aos historiadores: «olham tanto para o passado que acabam a acreditar nele». Na realidade, Portugal, como a Espanha e mesmo a Grécia não são protectorado de ninguém: mantêm plenamente a sua liberdade para sair do Euro, da União Europeia e até para declararem guerra a quem muito bem entenderem. A «humilhação» supostamente sofrida é apenas um novo episódio do já longo seriado sobre a perda de soberania «causada» pela integração europeia. Que historiadores com ambições doutrinais ou economistas que imaginam a política como instrumento da economia (agora na companhia do ministro Amado) digam coisas destas é compreensível. Mas outra coisa é levarmos isto a sério. A soberania é demasiado metafísica para ser entrergue a historiadores politizados e economistas despolitizados.A Europa, mesmo com os desmandos alemães e a complacência de quem tem por missão defender os interesses permanentes do Estado (português), não é uma prisão, é uma opção. E, apesar de tudo, ainda valiosa.


A conversa de Portugal ter passado a protectorado por causa do PEC II lembra uma crítica romântica aos historiadores: «olham tanto para o passado que acabam a acreditar nele». Na realidade, Portugal, como a Espanha e mesmo a Grécia não são protectorado de ninguém: mantêm plenamente a sua liberdade para sair do Euro, da União Europeia e até para declararem guerra a quem muito bem entenderem. A «humilhação» supostamente sofrida é apenas um novo episódio do já longo seriado sobre a perda de soberania «causada» pela integração europeia. Que historiadores com ambições doutrinais ou economistas que imaginam a política como instrumento da economia (agora na companhia do ministro Amado) digam coisas destas é compreensível. Mas outra coisa é levarmos isto a sério. A soberania é demasiado metafísica para ser entrergue a historiadores politizados e economistas despolitizados.A Europa, mesmo com os desmandos alemães e a complacência de quem tem por missão defender os interesses permanentes do Estado (português), não é uma prisão, é uma opção. E, apesar de tudo, ainda valiosa.

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