Clube de Reflexão Política: Debate: "Da Cidadania Activa à Democracia Participativa – a influência das TIC"

28-05-2010
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Na noite de 2 de Abril, na sede da Associação Nacional de Engenheiros Técnicos, decorreu mais uma iniciativa do Clube de reflexão política A Linha, subordinado ao tema «da Cidadania Activa à Democracia Participativa – a influência das TIC». Os oradores foram Carlos Zorrinho, Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, Ferraz de Abreu, docente universitário e investigador no MIT, e Paulo Sá Pereira, empresário, tendo a moderação do debate estado a cargo de Pedro Seabra, CEO Partner da Viatecla, e Carlos Leone do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa .Na sua intervenção inicial, Carlos Zorrinho focou a sua intervenção na dimensão política do Plano Tecnológico, a qual faz do Plano um instrumento de inclusão social e de combate à fractura digital. Na sua opinião, sem essa perspectiva política, o Plano e a Estratégia de Lisboa seriam mera tecnocracia. A Estratégia de Lisboa, agora redefinida como Lisbon Plus, visa a inclusão da informação proporcionada pelas TIC na actividade social regular, promovendo a inovação no que respeita à ligação entre as pessoas e a tecnologia; a aposta no empreendedorismo solidário, na legitimação democrática no campo das inovações sociais, na criatividade económica e nas novas formas de organização dos agentes políticos, abordada a propósito da recente campanha eleitoral do Presidente dos EUA, Barack Obama.Carlos Zorrinho concluiu a sua intervenção sublinhando que, no seu entender, Portugal tem duas vantagens competitivas (a capacidade de integrar inovações e o facto de ter uma grande população emigrada) e duas desvantagens (défice de qualificações e redes internas de dialogo frágeis).Por seu turno Ferraz de Abreu falou da sua experiência como docente em Portugal (UTL) e como investigador no MIT, nos EUA. Essa dupla experiência e as suas funções no projecto MIT-Portugal levaram-no a salientar quatro domínios cruciais na valorização cívica das TIC: a condução política; a formação cívica dos jovens para a democracia participativa (invocando a sua experiência de «ciência participativa» junto de populações estudantis em Portugal); a percepção dos riscos inerentes às TIC; e a dimensão ética de todo o esforço destas iniciativas.A concluir o painel, Paulo Sá Pereira fez uma apresentação baseada na sua experiência profissional, focando o papel das TIC em áreas decisivas para melhorar a performance não só económica mas também política no seu sentido mais amplo. A relação entre confiança e expectativas, a gestão de relacionamentos, o planeamento de actividades, o trabalho em equipa, a comunicação e a criação de uma nova cultura cívica, mais transparente e empreendedora. A principal dificuldade reside, afirmou, na dificuldade de gestão de processos em acompanhar a evolução das TIC.No período de perguntas e respostas, o público presente manifestou interesse sobretudo na questão da acessibilidade das TIC a portadores de deficiência e no problema da justiça social no seu uso. No primeiro aspecto, Carlos Zorrinho garantiu que o Plano Tecnológico prevê já essa questão, no segundo problema, apesar dos esforços do Simplex e das vantagens de Portugal enquanto «nearshore», todos os participantes reconheceram o muito que há ainda a realizar e os limites a uma abordagem meramente técnica, que incorre no risco de duplicar desigualdades ao privilegiar aqueles que já dispõem de conhecimentos «tradicionais» e assim melhor utilizam as TIC.


Na noite de 2 de Abril, na sede da Associação Nacional de Engenheiros Técnicos, decorreu mais uma iniciativa do Clube de reflexão política A Linha, subordinado ao tema «da Cidadania Activa à Democracia Participativa – a influência das TIC». Os oradores foram Carlos Zorrinho, Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, Ferraz de Abreu, docente universitário e investigador no MIT, e Paulo Sá Pereira, empresário, tendo a moderação do debate estado a cargo de Pedro Seabra, CEO Partner da Viatecla, e Carlos Leone do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa .Na sua intervenção inicial, Carlos Zorrinho focou a sua intervenção na dimensão política do Plano Tecnológico, a qual faz do Plano um instrumento de inclusão social e de combate à fractura digital. Na sua opinião, sem essa perspectiva política, o Plano e a Estratégia de Lisboa seriam mera tecnocracia. A Estratégia de Lisboa, agora redefinida como Lisbon Plus, visa a inclusão da informação proporcionada pelas TIC na actividade social regular, promovendo a inovação no que respeita à ligação entre as pessoas e a tecnologia; a aposta no empreendedorismo solidário, na legitimação democrática no campo das inovações sociais, na criatividade económica e nas novas formas de organização dos agentes políticos, abordada a propósito da recente campanha eleitoral do Presidente dos EUA, Barack Obama.Carlos Zorrinho concluiu a sua intervenção sublinhando que, no seu entender, Portugal tem duas vantagens competitivas (a capacidade de integrar inovações e o facto de ter uma grande população emigrada) e duas desvantagens (défice de qualificações e redes internas de dialogo frágeis).Por seu turno Ferraz de Abreu falou da sua experiência como docente em Portugal (UTL) e como investigador no MIT, nos EUA. Essa dupla experiência e as suas funções no projecto MIT-Portugal levaram-no a salientar quatro domínios cruciais na valorização cívica das TIC: a condução política; a formação cívica dos jovens para a democracia participativa (invocando a sua experiência de «ciência participativa» junto de populações estudantis em Portugal); a percepção dos riscos inerentes às TIC; e a dimensão ética de todo o esforço destas iniciativas.A concluir o painel, Paulo Sá Pereira fez uma apresentação baseada na sua experiência profissional, focando o papel das TIC em áreas decisivas para melhorar a performance não só económica mas também política no seu sentido mais amplo. A relação entre confiança e expectativas, a gestão de relacionamentos, o planeamento de actividades, o trabalho em equipa, a comunicação e a criação de uma nova cultura cívica, mais transparente e empreendedora. A principal dificuldade reside, afirmou, na dificuldade de gestão de processos em acompanhar a evolução das TIC.No período de perguntas e respostas, o público presente manifestou interesse sobretudo na questão da acessibilidade das TIC a portadores de deficiência e no problema da justiça social no seu uso. No primeiro aspecto, Carlos Zorrinho garantiu que o Plano Tecnológico prevê já essa questão, no segundo problema, apesar dos esforços do Simplex e das vantagens de Portugal enquanto «nearshore», todos os participantes reconheceram o muito que há ainda a realizar e os limites a uma abordagem meramente técnica, que incorre no risco de duplicar desigualdades ao privilegiar aqueles que já dispõem de conhecimentos «tradicionais» e assim melhor utilizam as TIC.

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