IDT-Porto não está a internar doentes há uma semana

06-11-2010
marcar artigo

Há novas regras para doentes com síndrome de abuso ou dependência de álcool que são tratados na Unidade de Alcoologia do Porto (UAP), um organismo dependente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). Ao que o PÚBLICO apurou, desde a semana passada que ninguém é internado. Mas a falta de internamento não se faz sentir apenas em relação àqueles doentes. Todos os utentes até agora tratados no ex-CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) de Cedofeita e que foram transferidos para a Unidade de Desabituação do Norte (UDN) também não dispõem ainda de resposta a nível do internamento. A UDN ocupa o mesmo edifício que a Unidade de Alcoologia, a funcionar no antigo hospital de Matosinhos, e a decisão de concentrar as duas unidades, ambas pertencentes ao IDT, obrigou a uma grande intervenção a nível do espaço que está a comprometer a resposta aos doentes.

Na sequência das novas regras, decretadas pela delegação regional do Norte do IDT, dirigida por Adelino Ferreira, com quem o PÚBLICO tentou falar ontem, mas sem sucesso, o internamento para os doentes alcoolizados e toxicodependentes vai passar a ser comum, sendo que a alcoologia perde algumas camas em relação às que tinha. Até agora dispunha de 20 camas e agora vai passar a contar com 15 e a UDN fica com sete.

Para além desta situação, que implica que os doentes alcoólicos internados deixem de ficar isolados como acontecia até aqui, as alterações propostas pelo responsável regional do IDT têm também reflexos no plano da terapia de família e do acompanhamento em contínuo do doente.

O PÚBLICO contactou a directora da UAP sobre as consequências destas e de outras mudanças que estão a ocorrer, mas Laura Lessa não quis falar. Também Georgina Samico, responsável pela Unidade de Desabituação do Norte, se remeteu ao silêncio, encaminhando todos os esclarecimentos para o delegado regional do IDT.

Mais disponível esteve João Goulão. O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência disse desconhecer "qual vai ser o desenho final" para as duas equipas que tratam os doentes que acorrerem às duas unidades - "essa informação tem de ser prestada pela delegação regional do IDT" -, mas deixou claro que "não haverá nenhum desinvestimento em relação à resposta que é dada aos utentes tratados na UAP".

"A Unidade de Alcoologia manter-se-á com toda a sua capacidade", assumiu Goulão, em declarações ao PÚBLICO, afirmando que o facto de as duas unidades estarem concentradas no mesmo espaço não se fará sentir no funcionamento daquela unidade, porque, frisou, "cada uma delas tem a sua própria especificidade".

Ontem, a secção regional do Norte da Ordem do Enfermeiros, presidida por Germano Couto, reagiu aos cortes no IDT, que vai dispensar 200 trabalhadores precários. Em comunicado, Germano Couto advertiu que "é gravíssimo retirar recursos humanos estruturais a qualquer área de intervenção (...), onde os enfermeiros são centrais nos cuidados prestados a esta população-alvo". "É hipocrisia acreditar que estes cortes não afectarão a capacidade de resposta e atendimento", acrescenta.

PSD pede explicações sobre aumento de verbas

Para a deputada do PSD Carla Barros, o acréscimo de 1,4 milhões de euros que o Orçamento para 2011 prevê para o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) não faz sentido "quando este instituto público está a encerrar serviços". Também a comunista Paula Santos criticou ontem no Parlamento que o Governo não "esclareça as suas prioridades na toxicodependência", perante as dificuldades financeiras do IDT.

O PSD considerou que o IDT "neste momento é apenas e tão-só uma gigantesca estrutura de redução de riscos". E acrescentou que, "se tivermos o IDT apenas para distribuir metadona, o melhor é começarmos a recorrer às IPSS [instituições particulares de solidariedade social]".

Há novas regras para doentes com síndrome de abuso ou dependência de álcool que são tratados na Unidade de Alcoologia do Porto (UAP), um organismo dependente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). Ao que o PÚBLICO apurou, desde a semana passada que ninguém é internado. Mas a falta de internamento não se faz sentir apenas em relação àqueles doentes. Todos os utentes até agora tratados no ex-CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) de Cedofeita e que foram transferidos para a Unidade de Desabituação do Norte (UDN) também não dispõem ainda de resposta a nível do internamento. A UDN ocupa o mesmo edifício que a Unidade de Alcoologia, a funcionar no antigo hospital de Matosinhos, e a decisão de concentrar as duas unidades, ambas pertencentes ao IDT, obrigou a uma grande intervenção a nível do espaço que está a comprometer a resposta aos doentes.

Na sequência das novas regras, decretadas pela delegação regional do Norte do IDT, dirigida por Adelino Ferreira, com quem o PÚBLICO tentou falar ontem, mas sem sucesso, o internamento para os doentes alcoolizados e toxicodependentes vai passar a ser comum, sendo que a alcoologia perde algumas camas em relação às que tinha. Até agora dispunha de 20 camas e agora vai passar a contar com 15 e a UDN fica com sete.

Para além desta situação, que implica que os doentes alcoólicos internados deixem de ficar isolados como acontecia até aqui, as alterações propostas pelo responsável regional do IDT têm também reflexos no plano da terapia de família e do acompanhamento em contínuo do doente.

O PÚBLICO contactou a directora da UAP sobre as consequências destas e de outras mudanças que estão a ocorrer, mas Laura Lessa não quis falar. Também Georgina Samico, responsável pela Unidade de Desabituação do Norte, se remeteu ao silêncio, encaminhando todos os esclarecimentos para o delegado regional do IDT.

Mais disponível esteve João Goulão. O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência disse desconhecer "qual vai ser o desenho final" para as duas equipas que tratam os doentes que acorrerem às duas unidades - "essa informação tem de ser prestada pela delegação regional do IDT" -, mas deixou claro que "não haverá nenhum desinvestimento em relação à resposta que é dada aos utentes tratados na UAP".

"A Unidade de Alcoologia manter-se-á com toda a sua capacidade", assumiu Goulão, em declarações ao PÚBLICO, afirmando que o facto de as duas unidades estarem concentradas no mesmo espaço não se fará sentir no funcionamento daquela unidade, porque, frisou, "cada uma delas tem a sua própria especificidade".

Ontem, a secção regional do Norte da Ordem do Enfermeiros, presidida por Germano Couto, reagiu aos cortes no IDT, que vai dispensar 200 trabalhadores precários. Em comunicado, Germano Couto advertiu que "é gravíssimo retirar recursos humanos estruturais a qualquer área de intervenção (...), onde os enfermeiros são centrais nos cuidados prestados a esta população-alvo". "É hipocrisia acreditar que estes cortes não afectarão a capacidade de resposta e atendimento", acrescenta.

PSD pede explicações sobre aumento de verbas

Para a deputada do PSD Carla Barros, o acréscimo de 1,4 milhões de euros que o Orçamento para 2011 prevê para o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) não faz sentido "quando este instituto público está a encerrar serviços". Também a comunista Paula Santos criticou ontem no Parlamento que o Governo não "esclareça as suas prioridades na toxicodependência", perante as dificuldades financeiras do IDT.

O PSD considerou que o IDT "neste momento é apenas e tão-só uma gigantesca estrutura de redução de riscos". E acrescentou que, "se tivermos o IDT apenas para distribuir metadona, o melhor é começarmos a recorrer às IPSS [instituições particulares de solidariedade social]".

marcar artigo