Octávio V. Gonçalves: Mariano Gago na pasta da Educação? Não acredito

21-05-2011
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A minha posição genérica sobre o tema da remodelação governamental é conhecida: aqui chegados, o elemento mais desacreditado e mais incapaz de gerar mobilização e confiança, dentre todos os que integram o governo, é o primeiro-ministro, pelo que haver ou não haver remodelação em algumas pastas ministeriais é absolutamente indiferente e não inverte a derrocada desta desgovernação. Se os socialistas não percebem esta contingência, então, merecem o fim catastrófico para que Sócrates os está a conduzir.
No entanto, a comunicação social tem avançado com palpites relativamente a ministros remodeláveis, entre os quais constará, de acordo com o Diário Económico, a ministra da Educação, Isabel Alçada, a qual poderá ceder o lugar a Mariano Gago, no quadro de uma fusão entre os ministérios da Educação e da Ciência e Ensino Superior.
Não acredito nesta solução, por quatro razões:
- Mariano Gago tem sido, juntamente com Luís Amado, um oásis de competência e de seriedade política nos governos de Sócrates, pelo que o ministro da Ciência e do Ensino Superior não iria pactuar com a palhaçada da avaliação do desempenho que está montada nas escolas, nem com outros processos e rotinas de faz-de-conta;
- mesmo admitindo o carácter negociador e apaziguador de Mariano Gago, a fusão de dois ministérios que sofreram cortes brutais nos vencimentos dos seus funcionários, poderia acarretar, no contexto de 2011 e das reacções a esses cortes, um risco de maior ingovernabilidade e de contágio e potenciação de conflitos entre sectores do Estado;
- Isabel Alçada e Alexandre Ventura têm uma evidente capacidade de persuasão e de exploração da ingenuidade dos sindicatos, pelo que dificilmente outros elementos conseguiriam o efeito de entorpecimento desta equipa ministerial;
- uma vez que o governo não voltará atrás na quebra dos compromissos com os sindicatos, em matéria de acordo de princípios e, especificamente, de progressões na carreira, não se compreenderia por que razão se iria, ao mudar os protagonistas, remexer num facto já consumado, sobretudo, se atendermos a que os sindicatos permanecem não reactivos e conformados.
Considero, pois, que Isabel Alçada e os seus secretários de Estado se manterão no governo e conservarão os seus registos ataráxicos e falinhas-mansas, procurando empatar o jogo até ao seu final, em 2011.

Fonte: Diário Económico


A minha posição genérica sobre o tema da remodelação governamental é conhecida: aqui chegados, o elemento mais desacreditado e mais incapaz de gerar mobilização e confiança, dentre todos os que integram o governo, é o primeiro-ministro, pelo que haver ou não haver remodelação em algumas pastas ministeriais é absolutamente indiferente e não inverte a derrocada desta desgovernação. Se os socialistas não percebem esta contingência, então, merecem o fim catastrófico para que Sócrates os está a conduzir.
No entanto, a comunicação social tem avançado com palpites relativamente a ministros remodeláveis, entre os quais constará, de acordo com o Diário Económico, a ministra da Educação, Isabel Alçada, a qual poderá ceder o lugar a Mariano Gago, no quadro de uma fusão entre os ministérios da Educação e da Ciência e Ensino Superior.
Não acredito nesta solução, por quatro razões:
- Mariano Gago tem sido, juntamente com Luís Amado, um oásis de competência e de seriedade política nos governos de Sócrates, pelo que o ministro da Ciência e do Ensino Superior não iria pactuar com a palhaçada da avaliação do desempenho que está montada nas escolas, nem com outros processos e rotinas de faz-de-conta;
- mesmo admitindo o carácter negociador e apaziguador de Mariano Gago, a fusão de dois ministérios que sofreram cortes brutais nos vencimentos dos seus funcionários, poderia acarretar, no contexto de 2011 e das reacções a esses cortes, um risco de maior ingovernabilidade e de contágio e potenciação de conflitos entre sectores do Estado;
- Isabel Alçada e Alexandre Ventura têm uma evidente capacidade de persuasão e de exploração da ingenuidade dos sindicatos, pelo que dificilmente outros elementos conseguiriam o efeito de entorpecimento desta equipa ministerial;
- uma vez que o governo não voltará atrás na quebra dos compromissos com os sindicatos, em matéria de acordo de princípios e, especificamente, de progressões na carreira, não se compreenderia por que razão se iria, ao mudar os protagonistas, remexer num facto já consumado, sobretudo, se atendermos a que os sindicatos permanecem não reactivos e conformados.
Considero, pois, que Isabel Alçada e os seus secretários de Estado se manterão no governo e conservarão os seus registos ataráxicos e falinhas-mansas, procurando empatar o jogo até ao seu final, em 2011.

Fonte: Diário Económico

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