Octávio V. Gonçalves: A cumplicidade de Cavaco Silva com o vexame aos professores e com a destruição da escola pública

22-01-2011
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In Público, 19-01-2011 (clicar na imagem para ampliar)
Obrigado, Zé!
Mais uma magnífica crónica de Santana Castilho que, pese embora estarmos nas vésperas de uma eleição presidencial com um fim anunciado pelas sondagens, denota bem a honestidade intelectual e a largura dos graus de liberdade e autonomia com que este homem escreve e intervém na vida pública.
Outros, no seu lugar, optariam pelo tacticismo do silêncio e pelas vantagens da não exposição, na expectativa de gratificações futuras.Além da minha admiração pelo seu brilhantismo intelectual e além da circunstância de coincidirmos nas leituras críticas da realidade educativa e nas soluções para a mesma, é também devido a este tipo de postura frontal e livre que Santana Castilho constitui, para mim, uma referência política (não apenas no sentido de governo da cidade, mas, acima de tudo, de governo da escola, na cidade), intelectual, cívica e moral.Com a clareza e a solidez argumentativa que o distinguem, Santana Castilho faz entrar pelos olhos de quem lê esta crónica quatro inquestionáveis evidências:- Cavaco Silva foi cúmplice da perseguição ignominiosa aos professores e dos intoleráveis ataques à estabilidade e à qualidade da escola pública;- o absurdo demencial que caracteriza o actual modelo de avaliação, sem paralelo em qualquer outro grupo profissional, assim como a sua inutilidade e natureza contraproducente;- a imbecilidade e a irresponsabilidade políticas dos decisores que, nos últimos seis anos e no domínio da educação, têm feito de tudo para, levianamente, instabilizarem e degradarem as escolas e o ensino;- a necessidade de, muito brevemente, se interromperem estes desvarios e se criarem as condições para a celebração de um “pacto mínimo nacional de entendimento” no âmbito da educação, que seja duradouro e verdadeiramente formador e qualificador para a cidadania e a profissionalidade.Pela minha parte, apenas acrescento que está a esgotar-se o tempo (faltam pouco mais de 48 horas) para Cavaco Silva se demarcar, publicamente e sem mais evasivas, das deploráveis e ultrajantes políticas educativas de Sócrates e demais camaradas coniventes (sublinho os autores das aberrações políticas, não vão alguns distraírem-se sobre a paternidade das mesmas), mas também para assumir compromissos, para o futuro, de efectiva valorização dos professores e das suas justas e sérias reivindicações.Se não o fizer, mesmo com os custos e as suspeitas de um arrependimento demasiado tardio, concluirei que subscreve essas políticas, pelo que não será merecedor do meu voto.

In Público, 19-01-2011 (clicar na imagem para ampliar)
Obrigado, Zé!
Mais uma magnífica crónica de Santana Castilho que, pese embora estarmos nas vésperas de uma eleição presidencial com um fim anunciado pelas sondagens, denota bem a honestidade intelectual e a largura dos graus de liberdade e autonomia com que este homem escreve e intervém na vida pública.
Outros, no seu lugar, optariam pelo tacticismo do silêncio e pelas vantagens da não exposição, na expectativa de gratificações futuras.Além da minha admiração pelo seu brilhantismo intelectual e além da circunstância de coincidirmos nas leituras críticas da realidade educativa e nas soluções para a mesma, é também devido a este tipo de postura frontal e livre que Santana Castilho constitui, para mim, uma referência política (não apenas no sentido de governo da cidade, mas, acima de tudo, de governo da escola, na cidade), intelectual, cívica e moral.Com a clareza e a solidez argumentativa que o distinguem, Santana Castilho faz entrar pelos olhos de quem lê esta crónica quatro inquestionáveis evidências:- Cavaco Silva foi cúmplice da perseguição ignominiosa aos professores e dos intoleráveis ataques à estabilidade e à qualidade da escola pública;- o absurdo demencial que caracteriza o actual modelo de avaliação, sem paralelo em qualquer outro grupo profissional, assim como a sua inutilidade e natureza contraproducente;- a imbecilidade e a irresponsabilidade políticas dos decisores que, nos últimos seis anos e no domínio da educação, têm feito de tudo para, levianamente, instabilizarem e degradarem as escolas e o ensino;- a necessidade de, muito brevemente, se interromperem estes desvarios e se criarem as condições para a celebração de um “pacto mínimo nacional de entendimento” no âmbito da educação, que seja duradouro e verdadeiramente formador e qualificador para a cidadania e a profissionalidade.Pela minha parte, apenas acrescento que está a esgotar-se o tempo (faltam pouco mais de 48 horas) para Cavaco Silva se demarcar, publicamente e sem mais evasivas, das deploráveis e ultrajantes políticas educativas de Sócrates e demais camaradas coniventes (sublinho os autores das aberrações políticas, não vão alguns distraírem-se sobre a paternidade das mesmas), mas também para assumir compromissos, para o futuro, de efectiva valorização dos professores e das suas justas e sérias reivindicações.Se não o fizer, mesmo com os custos e as suspeitas de um arrependimento demasiado tardio, concluirei que subscreve essas políticas, pelo que não será merecedor do meu voto.

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