Octávio V. Gonçalves: Pior do que tá, não fica

25-01-2011
marcar artigo

Notícia de capa do jornal I, 09/10/2010
Face a esta notícia, que corresponderia ao desejo da maioria dos portugueses e acarretaria que o país se veria livre do mais execrável primeiro-ministro da história da democracia, manifesto a minha reserva em relação ao cenário de demissão de Sócrates, na base de dois pressentimentos básicos:
- Sócrates ensaiará, à última hora, todas as piruetas para alterar o orçamento, desde que garanta o amealhar de receita mínimo que lhe permita a folga financeira para voltar à propaganda e à política do anúncio em 2012, pois, caso contrário, por mais drama e alienação de responsabilidades que teatralize, tal significaria, na prática, que Sócrates teria uma saída em desgraça e jamais teria oportunidade de redimir a sua imagem e regressar ao poder - o que seria trágico para alguém que não sabe fazer mais nada e cujo apego ao poder, seu e das lapas que o rodeiam, é uma obsessão;
- Passos Coelho acabará por abster-se, desbaratando uma oportunidade única para se afirmar como líder e frustrando a expectativa dos seus apoiantes de base, porque os dirigentes sociais-democratas converteram-se, desde a incompreensível viabilização de um modelo de avaliação do desempenho de que discordam, numa espécie de filhos de um PSD menor, sem coragem política e capacidade de afirmação como alternativa mobilizadora. Neste sentido, as declarações da maioria das personalidades do PSD, defendendo a viabilização do orçamento, são absolutas falácias, porque confundem equivocadamente o interesse nacional com a manutençaão de Sócrates à frente da governação (o que, na prática têm vindo a assegurar em todas as ocasiões, desde o PEC2 ao caso PT-TVI), quando desta circunstância apenas advém desgraça, crispação, desmotivação e miserabilização do país. Qualquer outra solução de governação será mais transparente, mais serena, mais apaziguadora e mais aglutinadora da maioria dos portugueses que já não suportam, nem acreditam em Sócrates.
Nada é pior para o país do que manter Sócrates como primeiro-ministro, perpetuando-se o clima de crispação política e social, de descrédito, de opacidade, de esbanjamento megalómano, de incapacidade para estancar a despesa do Estado, numa palavra, de desgovernação. É este o interesse nacional*?
Se Sócrates caísse no dia 29 de Outubro, esta data bem podia ficar, na história da democracia portuguesa, como o Dia do Restabelecimento da Decência.

* Qual é o interesse nacional em viabilizar um orçamento "mau"?

Notícia de capa do jornal I, 09/10/2010
Face a esta notícia, que corresponderia ao desejo da maioria dos portugueses e acarretaria que o país se veria livre do mais execrável primeiro-ministro da história da democracia, manifesto a minha reserva em relação ao cenário de demissão de Sócrates, na base de dois pressentimentos básicos:
- Sócrates ensaiará, à última hora, todas as piruetas para alterar o orçamento, desde que garanta o amealhar de receita mínimo que lhe permita a folga financeira para voltar à propaganda e à política do anúncio em 2012, pois, caso contrário, por mais drama e alienação de responsabilidades que teatralize, tal significaria, na prática, que Sócrates teria uma saída em desgraça e jamais teria oportunidade de redimir a sua imagem e regressar ao poder - o que seria trágico para alguém que não sabe fazer mais nada e cujo apego ao poder, seu e das lapas que o rodeiam, é uma obsessão;
- Passos Coelho acabará por abster-se, desbaratando uma oportunidade única para se afirmar como líder e frustrando a expectativa dos seus apoiantes de base, porque os dirigentes sociais-democratas converteram-se, desde a incompreensível viabilização de um modelo de avaliação do desempenho de que discordam, numa espécie de filhos de um PSD menor, sem coragem política e capacidade de afirmação como alternativa mobilizadora. Neste sentido, as declarações da maioria das personalidades do PSD, defendendo a viabilização do orçamento, são absolutas falácias, porque confundem equivocadamente o interesse nacional com a manutençaão de Sócrates à frente da governação (o que, na prática têm vindo a assegurar em todas as ocasiões, desde o PEC2 ao caso PT-TVI), quando desta circunstância apenas advém desgraça, crispação, desmotivação e miserabilização do país. Qualquer outra solução de governação será mais transparente, mais serena, mais apaziguadora e mais aglutinadora da maioria dos portugueses que já não suportam, nem acreditam em Sócrates.
Nada é pior para o país do que manter Sócrates como primeiro-ministro, perpetuando-se o clima de crispação política e social, de descrédito, de opacidade, de esbanjamento megalómano, de incapacidade para estancar a despesa do Estado, numa palavra, de desgovernação. É este o interesse nacional*?
Se Sócrates caísse no dia 29 de Outubro, esta data bem podia ficar, na história da democracia portuguesa, como o Dia do Restabelecimento da Decência.

* Qual é o interesse nacional em viabilizar um orçamento "mau"?

marcar artigo