Octávio V. Gonçalves: Não parece, mas hoje é o Dia Mundial dos Professores

22-01-2011
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É um Dia importante que deveria merecer a atenção e o destaque de governantes, políticos e comunicação social, procurando homenagear aqueles que, diariamente, colocam o seu saber, a sua experiência, os seus valores e o seu empenho ao serviço da qualificação e da formação das crianças e jovens, a quem incumbe assegurar a dinâmica e o progresso cultural, económico, científico e moral das sociedades. Sem professores, restariam às sociedades a ignorância, a barbárie e a auto-dissolução.Todavia, constata-se, entre aqueles actores referenciados em cima, um tapume de esquecimento, de silenciamento e de desprezo pelos professores e pelas datas ou efemérides que os lembrem (parece que o mais importante são os edifícios), o que se viu ainda mais agravado, este ano, pela circunstância de se comemorar o Centenário da República (sem que se perceba muito bem o que há para festejar), desviando-se todo o foco atencional, quer para o fausto e a propaganda política, quer para os jogos de mentirolas e de retóricas desculpabilizantes para incompetências e mediocridades indisfarçáveis.
A própria comunicação social, na sequência da expulsão e exclusão dos grupos profissionais do seu espaço (já não há programas sobre educação, saúde, justiça, agricultura, pescas, indústria - substituídos por concursos, entretenimento e conversação pouco mais que bovina), ignora absolutamente este Dia Mundial dos Professores, concretizando uma ideia de exiguidade da República, onde apenas cabem políticos, jornalistas, comentadores, animadores do circo mediático, vedetas da televisão e gente do futebol.Depois, de vez em quando, solicita-se a participação do povo para funções de figurantes, assim como, em períodos eleitorais, se mobiliza a massa de idiotas para sufragarem a legitimidade da sua própria exclusão, marginalização, irrelevância e empobrecimento.Tendo em conta a forma como se condiciona e abafa a voz daqueles que, quotidianamente, trabalham para sustentar grande parte da parasitária que se passeia nas comemorações da República, não podemos deixar de considerar que vivemos numa República amputada e propriedade de alguns. Falta construir a verdadeira República de cidadãos iguais.É caso para perguntarmos: quem tem medo, em Portugal, de se confrontar com a intervenção mediática e pública dos cidadãos e da sociedade civil, com especial destaque para professores e outros grupos profissionais altamente qualificados?Pelo menos, fica a persistência de alguns professores para, através dos meios que têm à sua disposição, continuarem a exigir, tanto decência pública, como respeito e dignificação relativamente à profissão docente.

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É um Dia importante que deveria merecer a atenção e o destaque de governantes, políticos e comunicação social, procurando homenagear aqueles que, diariamente, colocam o seu saber, a sua experiência, os seus valores e o seu empenho ao serviço da qualificação e da formação das crianças e jovens, a quem incumbe assegurar a dinâmica e o progresso cultural, económico, científico e moral das sociedades. Sem professores, restariam às sociedades a ignorância, a barbárie e a auto-dissolução.Todavia, constata-se, entre aqueles actores referenciados em cima, um tapume de esquecimento, de silenciamento e de desprezo pelos professores e pelas datas ou efemérides que os lembrem (parece que o mais importante são os edifícios), o que se viu ainda mais agravado, este ano, pela circunstância de se comemorar o Centenário da República (sem que se perceba muito bem o que há para festejar), desviando-se todo o foco atencional, quer para o fausto e a propaganda política, quer para os jogos de mentirolas e de retóricas desculpabilizantes para incompetências e mediocridades indisfarçáveis.
A própria comunicação social, na sequência da expulsão e exclusão dos grupos profissionais do seu espaço (já não há programas sobre educação, saúde, justiça, agricultura, pescas, indústria - substituídos por concursos, entretenimento e conversação pouco mais que bovina), ignora absolutamente este Dia Mundial dos Professores, concretizando uma ideia de exiguidade da República, onde apenas cabem políticos, jornalistas, comentadores, animadores do circo mediático, vedetas da televisão e gente do futebol.Depois, de vez em quando, solicita-se a participação do povo para funções de figurantes, assim como, em períodos eleitorais, se mobiliza a massa de idiotas para sufragarem a legitimidade da sua própria exclusão, marginalização, irrelevância e empobrecimento.Tendo em conta a forma como se condiciona e abafa a voz daqueles que, quotidianamente, trabalham para sustentar grande parte da parasitária que se passeia nas comemorações da República, não podemos deixar de considerar que vivemos numa República amputada e propriedade de alguns. Falta construir a verdadeira República de cidadãos iguais.É caso para perguntarmos: quem tem medo, em Portugal, de se confrontar com a intervenção mediática e pública dos cidadãos e da sociedade civil, com especial destaque para professores e outros grupos profissionais altamente qualificados?Pelo menos, fica a persistência de alguns professores para, através dos meios que têm à sua disposição, continuarem a exigir, tanto decência pública, como respeito e dignificação relativamente à profissão docente.

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