Fonte: Público
Confrontados com alguém que, Natal após Natal, afirma ver o que mais ninguém é capaz de enxergar, certamente que não podemos, além da formulação de um juízo óbvio de falta de credibilidade, imputar as suas projecções perceptivas a um qualquer problema de visão, mas, antes, a uma forma de alienação e de alucinação que lhe faz perder o contacto com o país e a realidade concreta em que os portugueses (sobre)vivem.
E porque a alucinação cai fora da fronteira disciplinar (teórica e clínica) da oftalmologia, esta não é seguramente a valência aconselhável à terapêutica deste personagem.
Ao invés de Sócrates, as pessoas vêem e sentem níveis de desemprego ímpares, ataques a direitos e salários, perdas sucessivas de poder de compra, dificuldades cada vez mais sufocantes, pobreza e miserabilização em crescendo e, sobretudo uma austeridade sem justificação e desígnio, cuja severidade podia e devia ter sido evitada.
Mas, para ver e assumir estes problemas, Sócrates necessitava ter uma dimensão de estadista, ter autenticidade política, falar verdade aos portugueses e assumir os erros, aprendendo a tirar lições dos mesmos.
Contudo, estas são capacidades e virtudes em relação às quais Sócrates é absolutamente incompetente.
Sócrates trava uma luta desesperada contra o seu próprio naufrágio político. Luta apenas pela sua imagem e pela sua carreira política, fingindo ignorar que existe um país, com pessoas dentro e mergulhadas em situações e problemas dramáticos, que se afunda na justa proporção do seu irrealismo e da sua retórica ocultacionista, quando não, mesmo, mentirosa.
Ninguém consegue vencer obstáculos que não reconhece e Sócrates não é excepção.
Aliás, Sócrates faz parte dos obstáculos.
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Fonte: Público
Confrontados com alguém que, Natal após Natal, afirma ver o que mais ninguém é capaz de enxergar, certamente que não podemos, além da formulação de um juízo óbvio de falta de credibilidade, imputar as suas projecções perceptivas a um qualquer problema de visão, mas, antes, a uma forma de alienação e de alucinação que lhe faz perder o contacto com o país e a realidade concreta em que os portugueses (sobre)vivem.
E porque a alucinação cai fora da fronteira disciplinar (teórica e clínica) da oftalmologia, esta não é seguramente a valência aconselhável à terapêutica deste personagem.
Ao invés de Sócrates, as pessoas vêem e sentem níveis de desemprego ímpares, ataques a direitos e salários, perdas sucessivas de poder de compra, dificuldades cada vez mais sufocantes, pobreza e miserabilização em crescendo e, sobretudo uma austeridade sem justificação e desígnio, cuja severidade podia e devia ter sido evitada.
Mas, para ver e assumir estes problemas, Sócrates necessitava ter uma dimensão de estadista, ter autenticidade política, falar verdade aos portugueses e assumir os erros, aprendendo a tirar lições dos mesmos.
Contudo, estas são capacidades e virtudes em relação às quais Sócrates é absolutamente incompetente.
Sócrates trava uma luta desesperada contra o seu próprio naufrágio político. Luta apenas pela sua imagem e pela sua carreira política, fingindo ignorar que existe um país, com pessoas dentro e mergulhadas em situações e problemas dramáticos, que se afunda na justa proporção do seu irrealismo e da sua retórica ocultacionista, quando não, mesmo, mentirosa.
Ninguém consegue vencer obstáculos que não reconhece e Sócrates não é excepção.
Aliás, Sócrates faz parte dos obstáculos.