Octávio V Gonçalves: CULTURA À MESA: o cabrito da Repentina

03-08-2010
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O “REPENTINA”COMO CHEGAR A ESTE PRODÍGIO GASTRONÓMICO JUNTO DO BERÇO DE MIGUEL TORGAO REPENTINA é, hoje em dia, um Santuário gastronómico único em Portugal: E o cabrito , o arroz e as batatas assados no forno são ali um autêntico banquete dos deuses.Quem não sabe ainda que na simples e romântica Poiares da Régua se come o mais delicioso e original cabrito assado de Portugal ?Você que conhece o Camelo da Apúlia ou o Leiriense Tromba Rija, pensa que já não há mais e melhor?Desengane-se e siga este destino reservado aos que gostam de desvendar os segredos da natureza, nos sítios onde ela é mais modesta, mais humana, mais rica e mais profunda.Pois foi esse tesouro escondido que, num belo dia de sol, tive a felicidade, e até o orgulho, de descobrir.Depois de provar este repasto de sonho, a fumegar secretos incensos numa dança dionisíaca com um tinto caseiro de paladar anónimo, mas digno e universal, nado e criado nos terraços xistosos do Douro, você será mais um fiel peregrino, a sentir o irresistível apelo de revisitar o Santuário gastronómico “ REPENTINA” que se ergueu, na sua humilde majestade, mesmo junto da terra onde esse exímio e universal contador de histórias nasceu.Então venha daí, você que é de Viana, Porto, Braga ou Chaves. Tire o carro da garagem, neste domingo de sol, e chegue, num instante, a Vila Pouca de Aguiar, onde, já se insinuam, no ar límpido da serra, saborosas inalações a cabrito.Aí chegado, afeiçoe a sua marcha a toda a beleza das serras, dos montes e dos vales e aproveite os inesperados miradouros da estrada, para, das alturas, se regalar, olhando, em atordoado êxtase, a envolvente e vigorosa montanha que deslumbra e desperta o mais sonolento viajante.O enorme viaduto que. à beira de Vila Pouca, o transporta, num pulo, desde a Serra do Alvão até à da Padrela, oferece-lhe o privilégio único de uma vista fantástica e arrebatadora sobre o majestoso vale de Aguiar, que você pode ir desfrutando enquanto não atinge os píncaros da serra, onde, em dias de Invero, o vento sopra e os lobos uivam. Mais à frente, a linda princesa do Corgo ( essa Cidade com nome de Vila - Real), é agora o seu destino.E com a real cidade à vista, abandone a Auto-estrada, à segunda possibilidade. Vire agora para a estrada que o leva à Régua – por - Poiares, e percorra, enquanto regala a vista, à esquerda e à direita, as sinuosas curvas que o levarão a Poiares, enquanto vai percebendo, pelas paredes de xisto e pelos vinhedos rasteiros e regulares, que o Douro por ali deve estar no seu leito fundo e milenar.Aí está você mesmo à entrada de Poiares. E já à direita, eis o restaurante Repentina, tão estranhamente simples e tão simplesmente estranho na sua humilde beleza. E as inalações que andam no ar são já o prenúncio do tenro e gostoso cabrito que acaba de sair do forno. Entre, que a Senhora “ Repentina” quer dar - lhe as boas vindas com sorriso amigo e familiar, como se recebesse primos ou primas, no conforto da sua casa. Mas antes, não esqueça de sentir o enleio da atmosfera limpa e silenciosa, amplamente arborizada, onde só ouve, de quando em vez, o surdo ondular do melro ou o doce chilrear do pardal. Deixe aí mesmo o seu carro a descansar, à sombra fresca do ramalhal.Lá dentro, na grande sala rectangular, sente-se bem junto a uma das janelas da luminosa marquise . Assim poderá juntar a uma delícia – a do saboroso cabrito – outra delícia ainda maior: a visão soberba do soberbo verde do Marão que lhe entra pela janela como se reclamasse a alma daquele (cabrito) que as suas ervas criaram nas fraldas relvadas dos seus ermos.Mas você que vive em Lisboa, Leiria , Coimbra ou Viseu, não fique desiludido. O deleitoso repasto do Repentina está também ao seu alcance.O caminho?É simples:A1 até Coimbra. Um salto de Coimbra até Viseu, enquanto espreita o Mondego e se inebria no aroma dionisíaco das encostas do Dão. Ladeando Castro de Aire, atravesse o planalto castrense que o leva até Lamego. Desça vertiginosamente do planalto até à Régua, e olhe o Douro, tão barrento , tão largo, tão cheio de cruzeiros romanescos! Está já nos socalcos do Peso da Régua. Não saia da auto-estrada, deixe-se guindar por ela ao cerro coberto de vinhas . Saia em Vila Real , na 1ª saída. O resto já você conhece.Por isso, instantes depois, estacionou o seu carro à sombra fresca do ramalhal; por isso, escolheu ficar ali bem junto à janela da marquise do restaurante. E, enquanto espera o inefável cabrito, vai venerando a imponente paisagem duriense, vista desde a confortável mesa de um restaurante, cujo nome jamais olvidará, por REPENTINAMENTE lhe vir à memória “aquele espantoso e único cheiro a cabrito”.Texto do Colega Francisco da Cunha Ribeiro


O “REPENTINA”COMO CHEGAR A ESTE PRODÍGIO GASTRONÓMICO JUNTO DO BERÇO DE MIGUEL TORGAO REPENTINA é, hoje em dia, um Santuário gastronómico único em Portugal: E o cabrito , o arroz e as batatas assados no forno são ali um autêntico banquete dos deuses.Quem não sabe ainda que na simples e romântica Poiares da Régua se come o mais delicioso e original cabrito assado de Portugal ?Você que conhece o Camelo da Apúlia ou o Leiriense Tromba Rija, pensa que já não há mais e melhor?Desengane-se e siga este destino reservado aos que gostam de desvendar os segredos da natureza, nos sítios onde ela é mais modesta, mais humana, mais rica e mais profunda.Pois foi esse tesouro escondido que, num belo dia de sol, tive a felicidade, e até o orgulho, de descobrir.Depois de provar este repasto de sonho, a fumegar secretos incensos numa dança dionisíaca com um tinto caseiro de paladar anónimo, mas digno e universal, nado e criado nos terraços xistosos do Douro, você será mais um fiel peregrino, a sentir o irresistível apelo de revisitar o Santuário gastronómico “ REPENTINA” que se ergueu, na sua humilde majestade, mesmo junto da terra onde esse exímio e universal contador de histórias nasceu.Então venha daí, você que é de Viana, Porto, Braga ou Chaves. Tire o carro da garagem, neste domingo de sol, e chegue, num instante, a Vila Pouca de Aguiar, onde, já se insinuam, no ar límpido da serra, saborosas inalações a cabrito.Aí chegado, afeiçoe a sua marcha a toda a beleza das serras, dos montes e dos vales e aproveite os inesperados miradouros da estrada, para, das alturas, se regalar, olhando, em atordoado êxtase, a envolvente e vigorosa montanha que deslumbra e desperta o mais sonolento viajante.O enorme viaduto que. à beira de Vila Pouca, o transporta, num pulo, desde a Serra do Alvão até à da Padrela, oferece-lhe o privilégio único de uma vista fantástica e arrebatadora sobre o majestoso vale de Aguiar, que você pode ir desfrutando enquanto não atinge os píncaros da serra, onde, em dias de Invero, o vento sopra e os lobos uivam. Mais à frente, a linda princesa do Corgo ( essa Cidade com nome de Vila - Real), é agora o seu destino.E com a real cidade à vista, abandone a Auto-estrada, à segunda possibilidade. Vire agora para a estrada que o leva à Régua – por - Poiares, e percorra, enquanto regala a vista, à esquerda e à direita, as sinuosas curvas que o levarão a Poiares, enquanto vai percebendo, pelas paredes de xisto e pelos vinhedos rasteiros e regulares, que o Douro por ali deve estar no seu leito fundo e milenar.Aí está você mesmo à entrada de Poiares. E já à direita, eis o restaurante Repentina, tão estranhamente simples e tão simplesmente estranho na sua humilde beleza. E as inalações que andam no ar são já o prenúncio do tenro e gostoso cabrito que acaba de sair do forno. Entre, que a Senhora “ Repentina” quer dar - lhe as boas vindas com sorriso amigo e familiar, como se recebesse primos ou primas, no conforto da sua casa. Mas antes, não esqueça de sentir o enleio da atmosfera limpa e silenciosa, amplamente arborizada, onde só ouve, de quando em vez, o surdo ondular do melro ou o doce chilrear do pardal. Deixe aí mesmo o seu carro a descansar, à sombra fresca do ramalhal.Lá dentro, na grande sala rectangular, sente-se bem junto a uma das janelas da luminosa marquise . Assim poderá juntar a uma delícia – a do saboroso cabrito – outra delícia ainda maior: a visão soberba do soberbo verde do Marão que lhe entra pela janela como se reclamasse a alma daquele (cabrito) que as suas ervas criaram nas fraldas relvadas dos seus ermos.Mas você que vive em Lisboa, Leiria , Coimbra ou Viseu, não fique desiludido. O deleitoso repasto do Repentina está também ao seu alcance.O caminho?É simples:A1 até Coimbra. Um salto de Coimbra até Viseu, enquanto espreita o Mondego e se inebria no aroma dionisíaco das encostas do Dão. Ladeando Castro de Aire, atravesse o planalto castrense que o leva até Lamego. Desça vertiginosamente do planalto até à Régua, e olhe o Douro, tão barrento , tão largo, tão cheio de cruzeiros romanescos! Está já nos socalcos do Peso da Régua. Não saia da auto-estrada, deixe-se guindar por ela ao cerro coberto de vinhas . Saia em Vila Real , na 1ª saída. O resto já você conhece.Por isso, instantes depois, estacionou o seu carro à sombra fresca do ramalhal; por isso, escolheu ficar ali bem junto à janela da marquise do restaurante. E, enquanto espera o inefável cabrito, vai venerando a imponente paisagem duriense, vista desde a confortável mesa de um restaurante, cujo nome jamais olvidará, por REPENTINAMENTE lhe vir à memória “aquele espantoso e único cheiro a cabrito”.Texto do Colega Francisco da Cunha Ribeiro

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