Octávio V. Gonçalves: Vaca escondida com cabeça de fora

22-01-2011
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Mesmo visitando, regularmente, a minha aldeia natal, onde vive a minha mãe e mais alguns familiares, apenas hoje reparei nesta preciosidade, a modos de apanhado "nós por cá".
Neste caso específico, esta quase justaposição, entre a sinalética de perigo e a placa de identificação da aldeia, reveste-se apenas de caricatura e de chamada de atenção para o insólito, uma vez que a eventual dificuldade em visualizar o sinal de perigo de poderem ser encontrados animais sem condutor não representa nenhuma perigosidade, tendo em conta que na aldeia já não existe qualquer bovino e, salvo uma ou outra excepção, os cavalos e os burros foram desaparecendo, tendo sido substituídos pelos tractores agrícolas.
Infelizmente, vai até começando a ser diminuta a probabilidade de encontrar pessoas pelas terras transmontanas, afugentadas pela desvalorização económica e cultural da agricultura e da ruralidade, a que o encerramento de escolas e de demais serviços do Estado também não é alheio ou, pelo menos, deixou de funcionar como desejável factor de atracção. Talvez a inversão venha a ser protagonizada pelos "boys" socialistas, quando decidirem apossar-se dos montes e das florestas que o governo socratino venha a expropriar, por falta de limpeza (a propósito, estranho que os ecologistas do país - normalmente conotados com posições de esquerda, tenham ficado em silêncio perante o disparate da proposta do ministro da Agricultura que, além de confundir limpeza com destruição da vegetação e dos ecossistemas, estava a abrir o caminho para a expropriação dos parques naturais, como exemplos da incúria e do dever de vigilância que devia ser assegurado, mas não o é, pelo Estado).


Mesmo visitando, regularmente, a minha aldeia natal, onde vive a minha mãe e mais alguns familiares, apenas hoje reparei nesta preciosidade, a modos de apanhado "nós por cá".
Neste caso específico, esta quase justaposição, entre a sinalética de perigo e a placa de identificação da aldeia, reveste-se apenas de caricatura e de chamada de atenção para o insólito, uma vez que a eventual dificuldade em visualizar o sinal de perigo de poderem ser encontrados animais sem condutor não representa nenhuma perigosidade, tendo em conta que na aldeia já não existe qualquer bovino e, salvo uma ou outra excepção, os cavalos e os burros foram desaparecendo, tendo sido substituídos pelos tractores agrícolas.
Infelizmente, vai até começando a ser diminuta a probabilidade de encontrar pessoas pelas terras transmontanas, afugentadas pela desvalorização económica e cultural da agricultura e da ruralidade, a que o encerramento de escolas e de demais serviços do Estado também não é alheio ou, pelo menos, deixou de funcionar como desejável factor de atracção. Talvez a inversão venha a ser protagonizada pelos "boys" socialistas, quando decidirem apossar-se dos montes e das florestas que o governo socratino venha a expropriar, por falta de limpeza (a propósito, estranho que os ecologistas do país - normalmente conotados com posições de esquerda, tenham ficado em silêncio perante o disparate da proposta do ministro da Agricultura que, além de confundir limpeza com destruição da vegetação e dos ecossistemas, estava a abrir o caminho para a expropriação dos parques naturais, como exemplos da incúria e do dever de vigilância que devia ser assegurado, mas não o é, pelo Estado).

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