Octávio V Gonçalves: RAPIDINHAS: o apodrecimento socialista do Estado ou os amores de Verão entre Lena e Valter nos acasos das meras coincidências

04-08-2010
marcar artigo


São conhecidos inúmeros episódios da promiscuidade entre este governo e as empresas, numa lógica estimuladora de favorecimentos e de dependências, de que a ausência de concursos públicos é o garante da opacidade e o manto que cobre esta pestilência que captura o Estado e os seus recursos ao serviço de projectos de poder pessoal ou partidário.Não espanta, pois, que se gerem autênticas teias de interesses que tendem a despoletar mecanismos e relações de pagamentos de favores, porque as dádivas e os privilégios socráticos têm um preço político que as empresas se devem predispor a retribuir de alguma forma, seja por sugestão superior (sempre negada, como é óbvio), seja por auto-recreação e zelo das próprias empresas beneficiadas.E os exemplos abundam, pelo que citarei apenas aqueles que foram mais mediáticos, nomeadamente, a Liscont (que levou de mão beijada o porto de Lisboa), a JP Sá Couto (a quem entregaram a olho a produção do Magalhães), o grupo Lena (a quem atribuíram a maioria das obras de requalificação do parque escolar), para não falar de escritórios de advogados e de gabinetes de arquitectura escolhidos a dedo ou, ainda, das empresas públicas, como a RAVE, que derretem os dinheiros públicos a publicitar e a fazer campanha ao lado do PS pela opção estroinas dos TGV.Como a área da educação é a vertente de actuação mais desastrosa e comprometedora deste governo (e que lhe há-de custar a vitória eleitoral em 27 de Setembro), é também aqui chegado o momento do pagamento dos favores. E foi o que aconteceu com o casamento feliz entre a concessão das obras de requalificação das escolas ao grupo Lena e a entrevista que o Diário das Beiras, propriedade deste grupo empresarial, decidiu fazer ao secretário de Estado Valter Lemos, dando-lhe a oportunidade (que não dão aos professores e aos seus representantes) de defender o indefensável, ou seja uma legislatura rotundamente falhada no domínio da Educação, que o próprio ainda tem a desfaçatez de querer aprofundar. Se isto acontecesse, esperar-nos-ia o caos absoluto na Educação.Mas, certamente que este idílio não passou de um acaso advindo da mera coincidência.A propósito, pois só falta ler ou escutar a sua visão dos sucessos da 5 de Outubro, não sobrará por aí empresa que tenha o controlo de outro jornal ou televisão para entrevistar Jorge Pedreira? É que assim o ramalhete ficava completo.É por estas perversões das regras da livre concorrência, da transparência e do respeito pelo princípio de oportunidades iguais para as empresas, aliadas à ausência de escrúpulo e de sentido de Estado dos governantes, que me vou tornando, progressivamente mais céptico acerca dos dogmas do “mais Estado” e do “maior intervencionismo do Estado na economia”, pois, entre nós, isso tende a significar chorudas transferências de dinheiros públicos para os bolsos de uns quantos empresários e banqueiros de eleição, sem que haja apertados e rigorosos mecanismos de controlo. Era, exactamente, em rígidos e inflexíveis dispositivos de controlo e de supervisão que o Estado devia apostar o essencial da sua intervenção, mas aqui aligeirou ou facilitou.Para aqueles que ainda se orientam por vincadas coordenadas ideológicas que lhes balizam e dividem tão rigidamente o mapa da lucidez e da vontade em esquerdas e direitas, manifestando uma incomodidade, até do ponto de vista da sociologia eleitoral incompreensível, face à convergência do CDS/PP e do PSD com os objectivos essenciais do Compromisso Educação (acompanhando o BE e o PCP), esperava-se que viessem para a praça pública ou para a blogosfera “partir a loiça”, com idêntica convicção ideológica, a respeito destes banquetes fartos e desregrados à mesa dos dinheiros do Estado entre o PS e alguns dos maiores capitalistas do país. Deve haver os capitalistas bons e os capitalistas maus, já percebi.Pela minha constatação ao longo de uma legislatura, quer do estilo de actuação mentiroso e manipulador, quer da falta de honestidade e de credibilidade políticas de Sócrates (o inimigo público dos professores e de muita gente credível e séria deste país), bem como de alguns pajens que ainda o seguem, não tenho nenhuma dúvida em afirmar que qualquer outra solução governativa, seja ela qual for, é infinitamente preferível à agonia de suportar Sócrates.


São conhecidos inúmeros episódios da promiscuidade entre este governo e as empresas, numa lógica estimuladora de favorecimentos e de dependências, de que a ausência de concursos públicos é o garante da opacidade e o manto que cobre esta pestilência que captura o Estado e os seus recursos ao serviço de projectos de poder pessoal ou partidário.Não espanta, pois, que se gerem autênticas teias de interesses que tendem a despoletar mecanismos e relações de pagamentos de favores, porque as dádivas e os privilégios socráticos têm um preço político que as empresas se devem predispor a retribuir de alguma forma, seja por sugestão superior (sempre negada, como é óbvio), seja por auto-recreação e zelo das próprias empresas beneficiadas.E os exemplos abundam, pelo que citarei apenas aqueles que foram mais mediáticos, nomeadamente, a Liscont (que levou de mão beijada o porto de Lisboa), a JP Sá Couto (a quem entregaram a olho a produção do Magalhães), o grupo Lena (a quem atribuíram a maioria das obras de requalificação do parque escolar), para não falar de escritórios de advogados e de gabinetes de arquitectura escolhidos a dedo ou, ainda, das empresas públicas, como a RAVE, que derretem os dinheiros públicos a publicitar e a fazer campanha ao lado do PS pela opção estroinas dos TGV.Como a área da educação é a vertente de actuação mais desastrosa e comprometedora deste governo (e que lhe há-de custar a vitória eleitoral em 27 de Setembro), é também aqui chegado o momento do pagamento dos favores. E foi o que aconteceu com o casamento feliz entre a concessão das obras de requalificação das escolas ao grupo Lena e a entrevista que o Diário das Beiras, propriedade deste grupo empresarial, decidiu fazer ao secretário de Estado Valter Lemos, dando-lhe a oportunidade (que não dão aos professores e aos seus representantes) de defender o indefensável, ou seja uma legislatura rotundamente falhada no domínio da Educação, que o próprio ainda tem a desfaçatez de querer aprofundar. Se isto acontecesse, esperar-nos-ia o caos absoluto na Educação.Mas, certamente que este idílio não passou de um acaso advindo da mera coincidência.A propósito, pois só falta ler ou escutar a sua visão dos sucessos da 5 de Outubro, não sobrará por aí empresa que tenha o controlo de outro jornal ou televisão para entrevistar Jorge Pedreira? É que assim o ramalhete ficava completo.É por estas perversões das regras da livre concorrência, da transparência e do respeito pelo princípio de oportunidades iguais para as empresas, aliadas à ausência de escrúpulo e de sentido de Estado dos governantes, que me vou tornando, progressivamente mais céptico acerca dos dogmas do “mais Estado” e do “maior intervencionismo do Estado na economia”, pois, entre nós, isso tende a significar chorudas transferências de dinheiros públicos para os bolsos de uns quantos empresários e banqueiros de eleição, sem que haja apertados e rigorosos mecanismos de controlo. Era, exactamente, em rígidos e inflexíveis dispositivos de controlo e de supervisão que o Estado devia apostar o essencial da sua intervenção, mas aqui aligeirou ou facilitou.Para aqueles que ainda se orientam por vincadas coordenadas ideológicas que lhes balizam e dividem tão rigidamente o mapa da lucidez e da vontade em esquerdas e direitas, manifestando uma incomodidade, até do ponto de vista da sociologia eleitoral incompreensível, face à convergência do CDS/PP e do PSD com os objectivos essenciais do Compromisso Educação (acompanhando o BE e o PCP), esperava-se que viessem para a praça pública ou para a blogosfera “partir a loiça”, com idêntica convicção ideológica, a respeito destes banquetes fartos e desregrados à mesa dos dinheiros do Estado entre o PS e alguns dos maiores capitalistas do país. Deve haver os capitalistas bons e os capitalistas maus, já percebi.Pela minha constatação ao longo de uma legislatura, quer do estilo de actuação mentiroso e manipulador, quer da falta de honestidade e de credibilidade políticas de Sócrates (o inimigo público dos professores e de muita gente credível e séria deste país), bem como de alguns pajens que ainda o seguem, não tenho nenhuma dúvida em afirmar que qualquer outra solução governativa, seja ela qual for, é infinitamente preferível à agonia de suportar Sócrates.

marcar artigo