Octávio V Gonçalves: Aposto em como a votação do PS não ultrapassa a fasquia dos 33%

03-08-2010
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Talvez o sistema político português tenda a caminhar para uma sondagemcracia, mas por enquanto vai valendo a democracia, pelo que é o voto de cada um dos portugueses que vai decidir, no próximo dia 27 de Setembro, quem ganha e quem perde.É, no mínimo, uma cretinice que tantos embandeirem em arco, sem qualquer criticismo, face a sondagens que auscultam 850 pessoas e cerca de trezentas se mostram indecisas, acabando a fazer extrapolações com base em 500 unidades amostrais, ainda por cima desconhecendo-se, em muitas delas, o modo como na prática são formuladas as questões e este aspecto pode fazer toda a diferença (ainda há dias me ligaram para o telemóvel a propósito dos debates televisivos e a assistente quase me constrangia a reconhecer que Sócrates tinha ganho o debate a Ferreira Leite, quando essa não era de todo a minha opinião).E depois convém não esquecer o historial de incompetência que caracteriza muitas das empresas de sondagens, em Portugal. Veja-se, a título exemplificativo, a primeira de eleição de Rui Rio no Porto (apanhado desprevenido sem o champanhe) e, mais recentemente, o falhanço estrondoso das previsões nas eleições europeias.Muitas sondagens, em Portugal, transformaram-se em mais um instrumento de propaganda, com evidentes ligações e interesses de alguns situados nas esferas do PS.Depois, não é crível que alguém que protagonizou uma governação medíocre, que afrontou inúmeras classes profissionais, que empobreceu o país, que aumentou o desemprego, que não cumpriu promessas básicas, que actuou na base da propaganda sem reflexos visíveis das políticas no terreno, que evidenciou “rabos de palha” incontornáveis e que mente e distorce dados e realidades de forma tão descarada, possa ter uma votação na casa dos 38 a 40%. Tal, significaria, apenas o triunfo da iliteracia e a vitória de um país sem valores e sem princípios a caminho da estupidificação.Eu, como gosto de desafios e como aprecio arriscar prognósticos antes do jogo, aposto em como o PS não ultrapassará a fasquia dos 33%.Suporto a minha estimativa nas seguintes percepções:1) a aparência de uma adesão crescente à campanha de Sócrates é apenas o resultado de uma logística dispendiosa e pensada ao pormenor: ora são os autocarros que transportam pessoas para encher espaços (muitas das pessoas presentes no comício de Vila Real nunca tinham sido vistas por estas paragens transmontanas e os autocarros lá estavam para o confirmar), ora são as cortinas, os afunilamentos, as duplas e triplas bandeiras por pessoa ou os espelhos que duplicam o número dos presentes. Truques, arregimentados e bluff;2) a falibilidade técnica óbvia das sondagens em Portugal com oscilações incompreensíveis em curtos período de tempo, com a não inclusão das regiões autónomas e, sobretudo, com desvios que nas eleições europeias chegaram aos 11%;3) um sentimento e uma vontade de não suportar Sócrates por mais tempo e que são transversais a extensos grupos profissionais, além de que ecoam pelo país fora. Este fenómeno de rejeição há-de ter expressão eleitoral;4) as pessoas vão-se apercebendo dos fretes que a maioria das empresas de comunicação social e dos jornalistas fazem ao PS de Sócrates, basta ver o tratamento que deram a esta notícia (José Lello e António Braga acusados de negociar cargos em troca de financiamento partidário), quando comparada com a projecção que foi dada à pretensa compra de votos na distrital de Lisboa do PSD (pouco crível, por sinal, pois estar-se-ia a comprar algo sem a garantia de o ter, uma vez que o voto é secreto). Ou como Edite Estrela produz, em Bragança, uma afirmação que é uma mentira desavergonhada e ninguém, na comunicação social, a denuncia ou a esmiúça.


Talvez o sistema político português tenda a caminhar para uma sondagemcracia, mas por enquanto vai valendo a democracia, pelo que é o voto de cada um dos portugueses que vai decidir, no próximo dia 27 de Setembro, quem ganha e quem perde.É, no mínimo, uma cretinice que tantos embandeirem em arco, sem qualquer criticismo, face a sondagens que auscultam 850 pessoas e cerca de trezentas se mostram indecisas, acabando a fazer extrapolações com base em 500 unidades amostrais, ainda por cima desconhecendo-se, em muitas delas, o modo como na prática são formuladas as questões e este aspecto pode fazer toda a diferença (ainda há dias me ligaram para o telemóvel a propósito dos debates televisivos e a assistente quase me constrangia a reconhecer que Sócrates tinha ganho o debate a Ferreira Leite, quando essa não era de todo a minha opinião).E depois convém não esquecer o historial de incompetência que caracteriza muitas das empresas de sondagens, em Portugal. Veja-se, a título exemplificativo, a primeira de eleição de Rui Rio no Porto (apanhado desprevenido sem o champanhe) e, mais recentemente, o falhanço estrondoso das previsões nas eleições europeias.Muitas sondagens, em Portugal, transformaram-se em mais um instrumento de propaganda, com evidentes ligações e interesses de alguns situados nas esferas do PS.Depois, não é crível que alguém que protagonizou uma governação medíocre, que afrontou inúmeras classes profissionais, que empobreceu o país, que aumentou o desemprego, que não cumpriu promessas básicas, que actuou na base da propaganda sem reflexos visíveis das políticas no terreno, que evidenciou “rabos de palha” incontornáveis e que mente e distorce dados e realidades de forma tão descarada, possa ter uma votação na casa dos 38 a 40%. Tal, significaria, apenas o triunfo da iliteracia e a vitória de um país sem valores e sem princípios a caminho da estupidificação.Eu, como gosto de desafios e como aprecio arriscar prognósticos antes do jogo, aposto em como o PS não ultrapassará a fasquia dos 33%.Suporto a minha estimativa nas seguintes percepções:1) a aparência de uma adesão crescente à campanha de Sócrates é apenas o resultado de uma logística dispendiosa e pensada ao pormenor: ora são os autocarros que transportam pessoas para encher espaços (muitas das pessoas presentes no comício de Vila Real nunca tinham sido vistas por estas paragens transmontanas e os autocarros lá estavam para o confirmar), ora são as cortinas, os afunilamentos, as duplas e triplas bandeiras por pessoa ou os espelhos que duplicam o número dos presentes. Truques, arregimentados e bluff;2) a falibilidade técnica óbvia das sondagens em Portugal com oscilações incompreensíveis em curtos período de tempo, com a não inclusão das regiões autónomas e, sobretudo, com desvios que nas eleições europeias chegaram aos 11%;3) um sentimento e uma vontade de não suportar Sócrates por mais tempo e que são transversais a extensos grupos profissionais, além de que ecoam pelo país fora. Este fenómeno de rejeição há-de ter expressão eleitoral;4) as pessoas vão-se apercebendo dos fretes que a maioria das empresas de comunicação social e dos jornalistas fazem ao PS de Sócrates, basta ver o tratamento que deram a esta notícia (José Lello e António Braga acusados de negociar cargos em troca de financiamento partidário), quando comparada com a projecção que foi dada à pretensa compra de votos na distrital de Lisboa do PSD (pouco crível, por sinal, pois estar-se-ia a comprar algo sem a garantia de o ter, uma vez que o voto é secreto). Ou como Edite Estrela produz, em Bragança, uma afirmação que é uma mentira desavergonhada e ninguém, na comunicação social, a denuncia ou a esmiúça.

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