Octávio V Gonçalves: Racionalidade e emoção no lançamento do livro de Santana Castilho "Os Bonzos da estatística. Ideias falsas que travaram a Educação"

03-08-2010
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Há Homens que, pela grandeza do seu carácter e pela clarividência e agudeza do seu entendimento, estão bem acima das contingências do seu tempo e da visão e gesta medíocres dos actores circunstanciais do poder e da história. Santana Castilho é, indiscutivelmente, um desses Homens providenciais dotado da rara capacidade de acrescentar ao conhecimento profundo das questões da educação a dimensão profética da antecipação do porvir, em contraponto ao sono quase dogmático e à credulidade quase inocente da generalidade dos seus concidadãos.É, exactamente, esta a percepção que ressalta da leitura das suas crónicas sobre Educação, publicadas na imprensa no decurso do período coincidente com o da legislatura do governo de Sócrates e que agora corporizam uma espécie de livro testamentário da força da racionalidade contra as fórmulas propagandísticas e as tentativas torpes de domesticação de um grupo profissional, cuja genética não pode ser outra que a que decorre do cruzamento de razão e liberdade.No dia 17 de Setembro, desloquei-me (juntamente com o meu colega e amigo José Aníbal) de Vila Real a Lisboa para estar presente (como as fotos documentam) na sessão de lançamento deste livro do professor Santana Castilho, sob o título “Os Bonzos da estatística. As ideias falsas que travaram a Educação”, o qual substantiva e autoriza todas as razões que enquadram e configuram o levantamento dos professores e as suas mais do que justas reivindicações, impulsionados pela dinâmica inovadora dos movimentos espontâneos e independentes de professores. Não foi, pois, obra do acaso a circunstância de todos os movimentos terem marcado presença na sessão de apresentação do livro, tal a admiração dos professores por Santana Castilho e tal a sintonia de posições e de leituras sobre a realidade educativa.Para mim próprio, a presença neste evento constituiu um momento invulgar e marcante da minha vida, assumindo o simbolismo da homenagem a um “Mestre”, mas que a sua sabedoria e generosidade devolveu, num golpe “maiêutico”, aos movimentos de professores e seus elementos mais conhecidos.Admiro em Santana Castilho a coragem, a independência (apenas acessível aos espíritos verdadeiramente livres de amarras e que personificam o “sapere aude” de Kant), a lucidez, a profundidade da análise, o espírito visionário e, sobretudo, o grande coração de um Homem que se emociona e que contagia o auditório com a forma como SENTE os outros com quem sempre partilha as suas realizações e produções notáveis.Por fim, fica o meu (emocionado) obrigado a Santana Castilho pela dedicatória e pelo destaque pessoal que teve a amabilidade de me dispensar, apesar de o meu papel no movimento de contestação dos professores aparecer claramente exagerado.Um agradecimento pessoal, também, dirigido à pessoa do Professor Manuel Patrício Gouveia que, a pretexto da apresentação do livro de Santana Castilho, proferiu uma aula daquela sabedoria profunda que é o autêntico e inestimável “gourmet” do espírito.Só espero que, no dia 27 de Setembro, os professores e os demais cidadãos deste país, se tornem merecedores do arrojo e da sabedoria de Santana Castilho, recusando-se a engrossar as fileiras dos Bonzos deste país, com Sócrates como mentor.


Há Homens que, pela grandeza do seu carácter e pela clarividência e agudeza do seu entendimento, estão bem acima das contingências do seu tempo e da visão e gesta medíocres dos actores circunstanciais do poder e da história. Santana Castilho é, indiscutivelmente, um desses Homens providenciais dotado da rara capacidade de acrescentar ao conhecimento profundo das questões da educação a dimensão profética da antecipação do porvir, em contraponto ao sono quase dogmático e à credulidade quase inocente da generalidade dos seus concidadãos.É, exactamente, esta a percepção que ressalta da leitura das suas crónicas sobre Educação, publicadas na imprensa no decurso do período coincidente com o da legislatura do governo de Sócrates e que agora corporizam uma espécie de livro testamentário da força da racionalidade contra as fórmulas propagandísticas e as tentativas torpes de domesticação de um grupo profissional, cuja genética não pode ser outra que a que decorre do cruzamento de razão e liberdade.No dia 17 de Setembro, desloquei-me (juntamente com o meu colega e amigo José Aníbal) de Vila Real a Lisboa para estar presente (como as fotos documentam) na sessão de lançamento deste livro do professor Santana Castilho, sob o título “Os Bonzos da estatística. As ideias falsas que travaram a Educação”, o qual substantiva e autoriza todas as razões que enquadram e configuram o levantamento dos professores e as suas mais do que justas reivindicações, impulsionados pela dinâmica inovadora dos movimentos espontâneos e independentes de professores. Não foi, pois, obra do acaso a circunstância de todos os movimentos terem marcado presença na sessão de apresentação do livro, tal a admiração dos professores por Santana Castilho e tal a sintonia de posições e de leituras sobre a realidade educativa.Para mim próprio, a presença neste evento constituiu um momento invulgar e marcante da minha vida, assumindo o simbolismo da homenagem a um “Mestre”, mas que a sua sabedoria e generosidade devolveu, num golpe “maiêutico”, aos movimentos de professores e seus elementos mais conhecidos.Admiro em Santana Castilho a coragem, a independência (apenas acessível aos espíritos verdadeiramente livres de amarras e que personificam o “sapere aude” de Kant), a lucidez, a profundidade da análise, o espírito visionário e, sobretudo, o grande coração de um Homem que se emociona e que contagia o auditório com a forma como SENTE os outros com quem sempre partilha as suas realizações e produções notáveis.Por fim, fica o meu (emocionado) obrigado a Santana Castilho pela dedicatória e pelo destaque pessoal que teve a amabilidade de me dispensar, apesar de o meu papel no movimento de contestação dos professores aparecer claramente exagerado.Um agradecimento pessoal, também, dirigido à pessoa do Professor Manuel Patrício Gouveia que, a pretexto da apresentação do livro de Santana Castilho, proferiu uma aula daquela sabedoria profunda que é o autêntico e inestimável “gourmet” do espírito.Só espero que, no dia 27 de Setembro, os professores e os demais cidadãos deste país, se tornem merecedores do arrojo e da sabedoria de Santana Castilho, recusando-se a engrossar as fileiras dos Bonzos deste país, com Sócrates como mentor.

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