Octávio V Gonçalves: RAPIDINHAS: confesso-me estupefacto com a estupefacção de Cavaco Silva

03-08-2010
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Confesso a minha absoluta estupefacção com a circunstância de Cavaco Silva ter ficado "estupefacto", a fazer fé naquilo que a imprensa noticiou (ver aqui e aqui), com a quebra, por parte de Sócrates, do suposto compromisso que teria assumido de recondução do Professor João Lobo Antunes no Conselho Nacional de Ética.Em primeiro lugar, começo por manifestar sérias dúvidas que ainda exista alguém, no país, que se surpreenda com a relação difícil de Sócrates com a verdade, o incumprimento de promessas, as trapalhadas, as contradições, os desmentidos categóricos que horas ou dias depois são contrariados pelo próprio ou afins. O descrédito do primeiro-ministro e a falta de confiança na sua palavra constituem, nos dias que correm, uma marca registada da sua actuação. Sócrates é o tipo de político que não já não consegue vender, convincentemente, nenhuma promessa, nenhuma ideia e a quem dificilmente algum português compraria um automóvel em segunda mão.Como tal, parece-me ser despropositado ou, então, demasiada ingenuidade da parte de Cavaco Silva, após os episódios que têm envolvido Sócrates e tendo em conta o comportamento que este teve no caso do Estatuto dos Açores, que ainda se venha falar de estupefacção.Por outro lado, também fica uma nota de alguma desilusão relativamente à ausência de reacção da parte do Presidente do República quando outros cidadãos, que não ele próprio ou as pessoas do seu círculo íntimo como neste caso, foram e são vítimas da prepotência e dos desmandos de Sócrates e do seu Governo. Veja-se a flagrante arbitrariedade e injustiça que foi a lotaria do concurso para professores titulares, prejudicando discricionariamente milhares de professores e desrespeitando os seus currículos e trajectos profissionais. Não tinha feito, nesta situação, todo o sentido uma reacção de “estupefacção” por parte do Presidente da República?!...Como a foto, simbolicamente, documenta é óbvio que a relação entre Cavaco Silva e Sócrates azedou de vez, o que a julgar pela popularidade que o Presidente da República vem obtendo nas sondagens não favorece nada Sócrates, pelo que se a hostilização a Belém fizer parte de uma estratégia premeditada de sedução à esquerda do PS, estou convencido que o tiro há-de sair pela culatra. Até porque, entre Cavaco e Sócrates, sempre que se confronta verdade e mentira ou confiança e desconfiança, os portugueses não hesitam sobre o lado que é devido a cada um.P.S.: ainda em relação a este caso, confio na honestidade de Paulo Rangel, o qual confirmou a existência desse compromisso por parte do Governo (ver aqui).


Confesso a minha absoluta estupefacção com a circunstância de Cavaco Silva ter ficado "estupefacto", a fazer fé naquilo que a imprensa noticiou (ver aqui e aqui), com a quebra, por parte de Sócrates, do suposto compromisso que teria assumido de recondução do Professor João Lobo Antunes no Conselho Nacional de Ética.Em primeiro lugar, começo por manifestar sérias dúvidas que ainda exista alguém, no país, que se surpreenda com a relação difícil de Sócrates com a verdade, o incumprimento de promessas, as trapalhadas, as contradições, os desmentidos categóricos que horas ou dias depois são contrariados pelo próprio ou afins. O descrédito do primeiro-ministro e a falta de confiança na sua palavra constituem, nos dias que correm, uma marca registada da sua actuação. Sócrates é o tipo de político que não já não consegue vender, convincentemente, nenhuma promessa, nenhuma ideia e a quem dificilmente algum português compraria um automóvel em segunda mão.Como tal, parece-me ser despropositado ou, então, demasiada ingenuidade da parte de Cavaco Silva, após os episódios que têm envolvido Sócrates e tendo em conta o comportamento que este teve no caso do Estatuto dos Açores, que ainda se venha falar de estupefacção.Por outro lado, também fica uma nota de alguma desilusão relativamente à ausência de reacção da parte do Presidente do República quando outros cidadãos, que não ele próprio ou as pessoas do seu círculo íntimo como neste caso, foram e são vítimas da prepotência e dos desmandos de Sócrates e do seu Governo. Veja-se a flagrante arbitrariedade e injustiça que foi a lotaria do concurso para professores titulares, prejudicando discricionariamente milhares de professores e desrespeitando os seus currículos e trajectos profissionais. Não tinha feito, nesta situação, todo o sentido uma reacção de “estupefacção” por parte do Presidente da República?!...Como a foto, simbolicamente, documenta é óbvio que a relação entre Cavaco Silva e Sócrates azedou de vez, o que a julgar pela popularidade que o Presidente da República vem obtendo nas sondagens não favorece nada Sócrates, pelo que se a hostilização a Belém fizer parte de uma estratégia premeditada de sedução à esquerda do PS, estou convencido que o tiro há-de sair pela culatra. Até porque, entre Cavaco e Sócrates, sempre que se confronta verdade e mentira ou confiança e desconfiança, os portugueses não hesitam sobre o lado que é devido a cada um.P.S.: ainda em relação a este caso, confio na honestidade de Paulo Rangel, o qual confirmou a existência desse compromisso por parte do Governo (ver aqui).

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