Octávio V Gonçalves: Sugiro a revisão urgente da Constituição

08-08-2010
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Não propriamente por questões de organização política, nem para mexer no Estado Social, mas tão-só para que se possa consumar uma alteração cirúrgica no Preâmbulo da Constituição, de forma a que o caminho efectivo para o qual o País está ser conduzido, diga-se que com o proteccionismo do topo da justiça, com o concurso da idiotia útil de alguns opinadores e com o silêncio cúmplice de outros contrapoderes, tenha o devido enquadramento constitucional.
Porque é  um imperativo de transparência e de verdade adequar o texto constitucional à realidade da política, da hierarquia da justiça e de algum jornalismo de trela.
Por conseguinte, sugiro que na parte do Preâmbulo onde se refere que se está a "abrir caminho para uma sociedade socialista" deva constar que a política, a justiça e uma boa parte do nosso jornalismo persistem, para assegurar uma qualquer prateleira, na história, a um personagem como Sócrates, em desbravar o "caminho para uma sociedade ocultacionista".
Cândida Almeida não queria o envolvimento de Sócrates. Lopes da Mota também não. Pinto Monteiro contrariou um seu Procurador, não para preservar a intimidade ou a privacidade de Sócrates, mas para ocultar para sempre "indícios fortes de atentado contra o Estado de Direito". Os políticos e demais homens de mão do PS de Sócrates, e não só, precipitaram-se para vir a terreiro produzir acusações soezes contra os Procuradores do processo Freeport e contra aqueles que resistem ao único primeiro-ministro, na história da democracia portuguesa, mergulhado em casos atrás de casos (as pessoas inteligentes dever-se-iam questionar em relação ao porquê desta contingência), chegando ao despautério de exigirem pedidos de desculpas a Sócrates. Muitos jornalistas e colunistas que, na sua reactividade pavloviana, escreveram rios de disparates a brandir contra os Procuradores do processo e a atacar a agenda política do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, ao mesmo tempo que defendiam o reforço dos poderes da hierarquia do Ministério Público, onde se sabe, agora, estavam sediadas as preocupações e as interferências políticas. Tem sido com este tipo de jornalistas (tendo entre os mais histriónicos Ricardo Costa, da SIC) que se tem sedimentado muito do ocultacionismo nacional. Claro, para não falar dessa referência do jornalismo português, Fernanda Câncio de seu nome, que pugna despudoradamente pelo regime ocultacionista, exigindo que os jornalistas deixem de fazer o seu trabalho e se calem sobre o processo Freeport.
Todavia, vai-se percebendo, a pouco e pouco, quem verdadeiramente, no Ministério Público, tinha uma agenda política relativamente ao processo Freeport. E não eram, seguramente, os Procuradores responsáveis pela condução do processo ou os operacionais no terreno. 


Não propriamente por questões de organização política, nem para mexer no Estado Social, mas tão-só para que se possa consumar uma alteração cirúrgica no Preâmbulo da Constituição, de forma a que o caminho efectivo para o qual o País está ser conduzido, diga-se que com o proteccionismo do topo da justiça, com o concurso da idiotia útil de alguns opinadores e com o silêncio cúmplice de outros contrapoderes, tenha o devido enquadramento constitucional.
Porque é  um imperativo de transparência e de verdade adequar o texto constitucional à realidade da política, da hierarquia da justiça e de algum jornalismo de trela.
Por conseguinte, sugiro que na parte do Preâmbulo onde se refere que se está a "abrir caminho para uma sociedade socialista" deva constar que a política, a justiça e uma boa parte do nosso jornalismo persistem, para assegurar uma qualquer prateleira, na história, a um personagem como Sócrates, em desbravar o "caminho para uma sociedade ocultacionista".
Cândida Almeida não queria o envolvimento de Sócrates. Lopes da Mota também não. Pinto Monteiro contrariou um seu Procurador, não para preservar a intimidade ou a privacidade de Sócrates, mas para ocultar para sempre "indícios fortes de atentado contra o Estado de Direito". Os políticos e demais homens de mão do PS de Sócrates, e não só, precipitaram-se para vir a terreiro produzir acusações soezes contra os Procuradores do processo Freeport e contra aqueles que resistem ao único primeiro-ministro, na história da democracia portuguesa, mergulhado em casos atrás de casos (as pessoas inteligentes dever-se-iam questionar em relação ao porquê desta contingência), chegando ao despautério de exigirem pedidos de desculpas a Sócrates. Muitos jornalistas e colunistas que, na sua reactividade pavloviana, escreveram rios de disparates a brandir contra os Procuradores do processo e a atacar a agenda política do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, ao mesmo tempo que defendiam o reforço dos poderes da hierarquia do Ministério Público, onde se sabe, agora, estavam sediadas as preocupações e as interferências políticas. Tem sido com este tipo de jornalistas (tendo entre os mais histriónicos Ricardo Costa, da SIC) que se tem sedimentado muito do ocultacionismo nacional. Claro, para não falar dessa referência do jornalismo português, Fernanda Câncio de seu nome, que pugna despudoradamente pelo regime ocultacionista, exigindo que os jornalistas deixem de fazer o seu trabalho e se calem sobre o processo Freeport.
Todavia, vai-se percebendo, a pouco e pouco, quem verdadeiramente, no Ministério Público, tinha uma agenda política relativamente ao processo Freeport. E não eram, seguramente, os Procuradores responsáveis pela condução do processo ou os operacionais no terreno. 

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