Octávio V Gonçalves: Judite de Sousa promove a modalidade de "salto à Vara"

04-08-2010
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Indignado com os critérios jornalísticos e com a interpretação do que é serviço público que leva a RTP e, especificamente, Judite de Sousa, a proporcionarem palco mediático, em hora nobre, a um personagem como Armando Vara, começo por formular duas questões:1) Se Armando Vara fosse o remediado cidadão que exercia funções aos balcões da CGD de Mogadouro, ser-lhe-ia concedida esta oportunidade para uma defesa pública e retórica do seu bom nome?2) Admite a RTP e Judite de Sousa convidarem para a Grande Entrevista suspeitos e arguidos de outros processos que reclamem as mesmas oportunidades de defesa que estão a ser concedidas neste caso?Por vezes, na minha ingenuidade, convenço-me que essas balelas constitucionais da igualdade de tratamento perante a lei e das mesmas oportunidades deviam ser para levar a sério (risos).Evidentemente que a resposta às questões é NÃO.Isto significa que ser figura pública, à custa do estatuto político e económico que se atinge, sabe-se lá como, é condição, em Portugal, para usufruir de vantagens e privilégios sobre os outros cidadãos.Acontece que, tirando a sua condição de arguido no caso “Face Oculta”, a conversa com Armando Vara não tem nenhum interesse para as pessoas e para o país, uma vez que ninguém lhe reconhece nem exemplo, nem contributos, nem projectos, nem ideias que mereçam ser difundidas.Armando Vara só vai à Grande Entrevista porque tem poder económico e porque continua a ter influência política. Mais nada!...Bem sei que é possível alegar-se que outros arguidos e suspeitos (Valentim Loureiro, Carlos Cruz, Dias Loureiro...) também foram objecto de grandes entrevistas televisivas, algumas, por sinal, neste mesmo espaço informativo. Mas, argumentar com recurso a estes exemplos apenas confirma e adensa ainda mais a minha indignação.Com este expediente, Judite de Sousa e a RTP estão a dar um contributo, mesmo que a intenção não seja essa, para dificultar ainda mais a acção da Justiça, pois basta conhecer a teoria do “efeito da mera exposição” de Zajonc (1968) para se compreender que a exposição pública continuada (cada vez que se deslocam ao Tribunal, lá temos mais uns minutos de palco mediático) desta gente tende a gerar simpatia e compreensão junto da opinião pública.Talvez fosse mais instrutivo para as pessoas se a RTP ocupasse essa hora mediática com uma série de desenhos animados dos “Irmãos Metralha”.Até podem chamar a polícia, mas vou ponderar a possibilidade de NÃO PAGAR mais a taxa de radiodifusão......apetece-me desistir de continuar a financiar a lascívia intelectual e moral da RTP.


Indignado com os critérios jornalísticos e com a interpretação do que é serviço público que leva a RTP e, especificamente, Judite de Sousa, a proporcionarem palco mediático, em hora nobre, a um personagem como Armando Vara, começo por formular duas questões:1) Se Armando Vara fosse o remediado cidadão que exercia funções aos balcões da CGD de Mogadouro, ser-lhe-ia concedida esta oportunidade para uma defesa pública e retórica do seu bom nome?2) Admite a RTP e Judite de Sousa convidarem para a Grande Entrevista suspeitos e arguidos de outros processos que reclamem as mesmas oportunidades de defesa que estão a ser concedidas neste caso?Por vezes, na minha ingenuidade, convenço-me que essas balelas constitucionais da igualdade de tratamento perante a lei e das mesmas oportunidades deviam ser para levar a sério (risos).Evidentemente que a resposta às questões é NÃO.Isto significa que ser figura pública, à custa do estatuto político e económico que se atinge, sabe-se lá como, é condição, em Portugal, para usufruir de vantagens e privilégios sobre os outros cidadãos.Acontece que, tirando a sua condição de arguido no caso “Face Oculta”, a conversa com Armando Vara não tem nenhum interesse para as pessoas e para o país, uma vez que ninguém lhe reconhece nem exemplo, nem contributos, nem projectos, nem ideias que mereçam ser difundidas.Armando Vara só vai à Grande Entrevista porque tem poder económico e porque continua a ter influência política. Mais nada!...Bem sei que é possível alegar-se que outros arguidos e suspeitos (Valentim Loureiro, Carlos Cruz, Dias Loureiro...) também foram objecto de grandes entrevistas televisivas, algumas, por sinal, neste mesmo espaço informativo. Mas, argumentar com recurso a estes exemplos apenas confirma e adensa ainda mais a minha indignação.Com este expediente, Judite de Sousa e a RTP estão a dar um contributo, mesmo que a intenção não seja essa, para dificultar ainda mais a acção da Justiça, pois basta conhecer a teoria do “efeito da mera exposição” de Zajonc (1968) para se compreender que a exposição pública continuada (cada vez que se deslocam ao Tribunal, lá temos mais uns minutos de palco mediático) desta gente tende a gerar simpatia e compreensão junto da opinião pública.Talvez fosse mais instrutivo para as pessoas se a RTP ocupasse essa hora mediática com uma série de desenhos animados dos “Irmãos Metralha”.Até podem chamar a polícia, mas vou ponderar a possibilidade de NÃO PAGAR mais a taxa de radiodifusão......apetece-me desistir de continuar a financiar a lascívia intelectual e moral da RTP.

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