Octávio V Gonçalves: Falta de rumo ou manobra de diversão?

03-08-2010
marcar artigo


No domínio da educação, a "fera" Sócrates converteu-se numa espécie de "gato escaldado que até de água fria tem medo".
O recuo táctico da ministra da Educação, inerente ao seu esclarecimento que não pretende o fim imediato dos chumbos no ensino obrigatório, mas apenas lançar um debate nacional sobre o assunto (entrevista radiofónica em baixo), é a expressão do horror à contestação que caracteriza o novo estilo de governação socrática, sempre que as reacções adversas atinjam uma certa repercussão mediática. 
Todavia, estes recuos não traduzem qualquer mutação na genética do socratismo sobre facilitismo, como demonstrei aqui, apenas significam que o rumo da governação é um cata-vento, consoante sopram as reacções e as "incompreensões" (são sempre os actores no terreno que são demasiado limitados e não compreendem a modernidade das concepções do socratismo) mais estridentes. Mas, ainda bem que existem resistências a uma visão completamente absurda da educação, da escola e do ensino, como aquela que Sócrates personifica.
Também não descarto a hipótese de a entrevista da ministra da Educação ter apenas a função de foguetório e de manobra de diversão para desviar as atenções do processo de encerramento de escolas e de constituição de megagrupamentos, o qual tem vindo a merecer uma contestação crescente e onde os argumentos ministeriais são cada vez mais fraquinhos, exíguos e desmentidos pelas melhores experiências internacionais.


No domínio da educação, a "fera" Sócrates converteu-se numa espécie de "gato escaldado que até de água fria tem medo".
O recuo táctico da ministra da Educação, inerente ao seu esclarecimento que não pretende o fim imediato dos chumbos no ensino obrigatório, mas apenas lançar um debate nacional sobre o assunto (entrevista radiofónica em baixo), é a expressão do horror à contestação que caracteriza o novo estilo de governação socrática, sempre que as reacções adversas atinjam uma certa repercussão mediática. 
Todavia, estes recuos não traduzem qualquer mutação na genética do socratismo sobre facilitismo, como demonstrei aqui, apenas significam que o rumo da governação é um cata-vento, consoante sopram as reacções e as "incompreensões" (são sempre os actores no terreno que são demasiado limitados e não compreendem a modernidade das concepções do socratismo) mais estridentes. Mas, ainda bem que existem resistências a uma visão completamente absurda da educação, da escola e do ensino, como aquela que Sócrates personifica.
Também não descarto a hipótese de a entrevista da ministra da Educação ter apenas a função de foguetório e de manobra de diversão para desviar as atenções do processo de encerramento de escolas e de constituição de megagrupamentos, o qual tem vindo a merecer uma contestação crescente e onde os argumentos ministeriais são cada vez mais fraquinhos, exíguos e desmentidos pelas melhores experiências internacionais.

marcar artigo